2 CAPITULO

2134 Words
Pov Marcela 20 anos depois Eram quase 17hrs e eu estava em minha sala olhando para o porta retrato com a foto dos meus filhos que ficava sempre em minha mesa, na foto Gabriela ainda tinha cinco anos de idade e Heitor e Mauricio tinham acabado de nascer. Eu me lembrava exatamente do dia que aquela foto foi tirada e é impossível não sorrir com essa recordação. Flash Back on – Mais que inferno, será possível que ninguém vem nos dar noticias? Eu deveria ter entrado com ela! – Há claro, você ia entrar com ela e o médico certamente iria ficar sem saber a quem dar atenção, a Hanna na mesa cirurgia ou a você desmaiada no chão. – Daniela falou revirando os olhos. – Há Há Há quanta graça – Eu estou mentindo? Marcela você é horrível quando se trata de hospital, quanto mais de presenciar uma cirurgia que por sinal é o nascimento dos seus filhos. – Por incrível que pareça a maluca da minha namorada tem razão – Bárbara falou e Daniela levantou uma das sobrancelhas. – você não iria conseguir assistir, então fica calma e logo receberemos noticias. – Vou considerar esse “por incrível que pareça” como algo bastante posito dona Bárbara. Eu não conseguia controlar minha ansiedade e preocupação, a gravidez de Hanna foi bastante difícil, ela teve muitos enjoos e durante certo período sua pressão oscilava bastante. – Minha nora, já tem alguma noticia? – Minha sogra chegou afobada com meu sogro vindo logo atrás. – Eu não pude vim antes porque Micaela estava com problemas com o Harry, você sabe que o nascimento prematuro do garoto ainda tem ocasionado problemas. – Não se preocupe dona Verônica, até o momento estamos aguardando noticias. Onde está a Gabriela? – Deixei a Gabi ficou com dona Neide, não poderíamos trazê-la para cá, mas precisamos prometer para ela que amanhã você a buscaria para ver os irmãos. – Sorri quando meu sogro falou, lembrei-me do quanto Gabriela estava feliz com a chegada dos dois irmãos. – Tudo bem, amanhã cedinho passo na casa de vocês para busca-la. Logo meus pais e Renata chegaram e ficamos todos aguardando noticias de Hanna e dos gêmeos que eram tão aguardados por todos nós. – Família de Hanna Prado! – O dr chamou quando parou no meio da recepção. – Aqui dr, como estão minha esposa e meus filhos? – Acalme-se! Os três passam muito bem, seus filhos são lindos e muito fortes. A sensação de alivio e felicidade tomou conta de todos nós que aguardávamos por noticias naquela noite. Dia seguinte – Mãe, nós vai poder ver o maumau e o tor agora? – Vamos sim, minha princesa, eu vim te buscar justamente para isso. E quer que eu te conte um segredo? – Peguei Gabi no colo e ela sorriu – Quero, quero, querooooooo – Sorri com a exaltação da minha filha – Um deles é tão danado que hoje já está abriu os olhinhos e ele é verde igual o seu e da mamãe. – Obaaaaaa, então ele parece com eu? – Sim, meu amor. Ele é tão bonito quanto você! – E qual foi que abriu o olho? – O Heitor! Quando cheguei com Gabriela no hospital à animação da minha pequena era tão grande que contagiava a todos que a via passar pelos corredores, mas nada se comparou a animação da pequena como quando ela conheceu seus irmãos pela primeira vez, os olhos de Gabriela brilhavam e o sorriso não abandonava seu rosto por nenhum minuto, ela olhava os dois e com cuidado eu e Hanna assistimos com emoção Gabriela acariciar o rostinho de Heitor que estava acordado olhando para ela como se entendesse o que estava acontecendo, Mauricio sempre foi o mais preguiçoso e por isso dormia quando Gabriela os conheceu. – Irmãozinho, a mãe me contou que você se aparece comigo e eu fiquei feliz, eu vô sempre tá aqui com você e o maumau pra nós brincar muito. Eu te amo Tor! – Sorri com aquela cena linda. – Mãe, tira uma foto de mim com eles? – Claro meu amor, vem cá fica assim entre os dois bercinhos. Gabriela abriu os braços como se estivesse abraçando os dois irmãos e sorriu para a camara do celular, seu sorriso era tão encantador e verdadeiro e seus olhos tinha um brilho diferente, um brilho que eu jamais tinha visto antes. Frash Back off Vendo essa foto agora e sabendo que hoje meus filhos estão completando seus vinte anos me faz querer voltar no tempo para ser recebida por eles no meio da sala querendo brincar de pique esconde na casa enquanto Hanna berrava pela a bagunça que fazíamos. Claro que não existe nada mais prazeroso que ver um filho crescer e conquistar seus próprios objetivos de vida e conquistar seus sonhos, mas somente um coração de mãe sabe como é bom tê-los sempre presentes e protegê-los de tudo. Quando os filhos são pequenos parece que o tempo passa voando, é como se de fato estivéssemos fazendo um favor para a vida enquanto criamos eles para ganhar o mundo a fora. Até hoje tenho o prazer de ter meus três filhos dentro de casa, mas meu coração aperta quanto penso que a qualquer momento Gabriela ou um deles dois irão me surpreender com a noticia que vão sair de casa e confesso que pensar nisso me assusta de uma forma que meu coração dói. – Já te disse o quanto você fica linda quando está babando na foto dos nossos filhos? – A voz de Hanna me tirou do transe em que estava e sorri quando nossos olhos se encontraram. O tempo passava e Hanna continuava linda, era incrível como o amadurecimento físico fez bem para minha esposa e eu só conseguia ama-la todo dia como se fosse a primeira vez. Nosso casamento tinha conflitos como qualquer outro, mas nós sempre sabíamos conversar e resolver as coisas de forma civilizada, o dialogo era a base do nosso casamento e talvez por isso nunca tivemos uma crise. – Vem cá! – Bati na minha perna indicando que a queria sentada ali. – Dá para acreditar que hoje eles fazem 20 anos? – O tempo parece que passou muito rápido, não é mesmo? Daqui a pouco vão os três se casar e sair de casa. – Minha esposa falando enquanto beijava meu pescoço. – O que? Nada de casar agora, você não brinca com coisa séria mulher! – Amor, uma hora isso vai acontecer e acho bom você está preparada para isso, a Gabriela já tem vinte e cinco anos. – Tem sim, mas graças a Deus não está namorando. Alias a Gabi só teve dois namoricos que graças aos céus não durou muito tempo. – Hanna sorriu e balançou a cabeça. – Você nunca vai mudar em relação a seus ciúmes dos três, não é mesmo? – Eu não tenho ciúmes, eu tenho cuidado! Hanna gargalhou e eu escondi meu rosto em seus pescoço. – Marcela, você é uma figura inacreditável, mas eu te amo! – Trocamos um beijo rápido e logo Hanna levantou-se do meu colo me fazendo sentir sua ausência. – Vamos logo, nós ainda precisamos nos arrumar para a festa dos garotos mais tarde. – Vamos, eu estava somente te esperando. As outras confirmaram presença? – Claro! Você acha que elas deixariam de comparecer? Daniela disse que jamais perderia comida de graça. Sorrimos lembrando das loucuras de Daniela que mesmo com seus cinquenta anos continua tão maluca quanto antes, ela é tipo um caso perdido, Bárbara até que tentou colocar juízo na cabeça da esposa, mas acabou desistindo quando percebeu que não tinha mais solução. Saímos da empresa e fomos para nossa casa onde mais tarde aconteceria a festa de aniversario de vinte anos de Mauricio e Heitor. Pov Gabriela – Pedro, você pode fechar tudo para mim hoje? É aniversario dos meus irmãos e eu preciso ir comprar os presentes dos dois ainda. – Pedi para meu assistente enquanto organizava minha bolsa. – Pode ir tranquila, Gabi. – Ótimo! Amanhã eu venho e nós vamos analisar sobre quem vai representar a academia na competição estadual esse ano, ok? – Ok, chefinha! – Revirei os olhos para Pedro, ele sabia que eu odiava ser tratada como chefe, ali eu era simplesmente parte da família Sal da Terra. – Gabi, depois fala com a Isadora sobre a mudança de horário das aulas de dança que ela ministra, ela não quer me ouvir. – Eu não acredito que você dois ainda não se resolveram – Ergui a sobrancelha para ele que deu de ombros. – Gente, eu não sabia que trabalhava em um jardim de infância. – Eu não tenho culpa, ela que é maluca demais e me culpa até hoje por você ter aceitado participar da competição. Sorri ao lembrar de Isadora, era sempre assim quando eu iria participar de alguma competição, ela e minha mãe cela praticamente passavam um mês inteiro sem falar comigo ou fazendo chantagens para eu não ir. – Relaxa Pedro, logo a Isa fica de boa com você, ela só precisa de um tempo e quando eu trouxe a medalha quer apostar que ela vai querer para ela guardar de recordação? – Eu ainda não entendo porque você sempre dar para ela suas medalhas. – A Isadora é minha fã número um, sem falar que não é como se ela me desse opção. – Sorrimos juntos. – Estou indo, fecha tudo e qualquer coisa pode ligar. Sai do centro cultural esportivo e segui para onde deixei minha moto, eu ainda estava com um sorriso nos lábios lembrando o quanto Isadora ficava enfurecida quando eu ia participar de alguma competição de Muay Thay, por ela eu nem praticaria tal esporte, ficaria limitada as aulas de dança do quais ela é a professora, porém sempre quando eu ganhava alguma medalha à garota não pensava duas vezes e logo estava pendurando minha medalha em uma parede do seu quarto e isso foi assim desde a minha primeira competição aos quinze anos. Flash Back on – Eu ainda não acredito que você me convenceu a assistir essa porcaria. – Isadora reclamava enquanto sentava com Evellyn em uma das arquibancadas. – Relaxa Dora, logo a luta termina e eu volto aqui para vocês! – Eu não tenho como relaxar sabendo que você pode se quebrar toda Gabriela, só acho que a tia Marcela deveria ter impedido essa loucura. – Ela cruzou os braços a altura do peito. – Pelo amor de Deus, não fala isso nem brincando, ela já nem veio assistir a luta para não subir lá e arrancar os cabelos da menina que vai lutar comigo. – Sorri quando lembrei das palavras da minha mãe. – Se essa menina te machucar quem vai fazer isso sou eu. – Arregalei os olhos quando Isadora disse isso, afinal eu sabia que ela era doida o suficiente para isso. – Há não, não me faz passar vergonha no meio do povo não. Você vai ficar quietinha aqui do meu lado. – Evellyn reclamou e Isadora revirou os olhos. – Bom, eu vou indo tá? Me desejem sorte! Não demorou muito para a luta ser finalizada, a menina a qual era minha oponente era muito boa e eu não podia negar isso, mas quando olhei em direção a arquibancada e vi os olhos aflitos de Isadora meu coração acelerou, eu não queria decepciona-la, então busquei forças não sei de onde para finalizar e conseguir aquela medalha. – Nossa Gabi, sua medalha é linda demais! – Eve falou analisando o objeto enquanto caminhávamos em direção à saída do estádio. – Ela é mesmo! – Falei orgulhosa Quando Eve foi me entregar o objeto as mãos de Isadora foram mais rápidas, ela segurou e colocou no pescoço. – É minha, eu vou colocar na parede do meu quarto para guardar de recordação. – O que? Você pirou né? Você não pode ficar com a minha primeira medalha assim, Dora. – Ué, e porque não? – Porque eu quero guardar ué. – Sempre que você quiser ver vai lá em casa. – Ela deu de ombros olhando o objeto. – Mas Dora eu... – Você nada! Eu vou guarda-la para sempre lembrar o quanto você vale ouro. – Ela me olhou intensamente e não desconectamos os olhos por alguns segundos. – E vai se acostumando, porque toda vez que eu te vir lutar e você ganhar uma medalha eu vou ficar com ela e pendurar na minha parede. – Gente, pelo amor de Deus, esse negocio está meio estranho aqui não acham não? – Eve falou debochando e quebrando nosso clima. Flash Back off E aquele foi a primeira vez que eu aceitei que Isadora era o meu amor impossível.
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