Capítulo 7

2243 Words
Dante sorriu como um comerciante satisfeito enquanto Emma elogiava os enfeites. — Soube que a senhorita vai colocar uma árvore em seu quarto, porque não fica com o enfeite que eu percebi que não queria soltar? Um presente pelo seu retorno ao nosso reino. — ele ofereceu com um sorriso gentil e ansioso. Emma interpretou o sorriso como uma ansiedade em agradá-la, como governante. Hesitou por um momento considerando a ideia, ela havia gostado mesmo daquele enfeite e não seria de bom tom recusar um presente de um súdito. — Você está falando sério? Porque se não estiver, eu vou ficar muito chateada. — Estou falando sério. — ele prometeu. Emma sorriu com uma alegria como a de criança ao abrir os presentes na manhã de Natal. Caminhou ao longo da mesa e parou diante de uma estrela para o topo da árvore, ela era dourada, porém moldada com diversos furos, com glitter por dentro ele todo. O que realmente chamava a atenção de Emma para o objeto, é que parecia ter sido moldada no vidro e isso a tornava uma peça diferente e linda. Segurando a estrela com cuidado entre suas mãos, ela caminhou de volta até Dante que esperava pacientemente a escolha. Emma ao parar diante dele estendeu as mãos para que ele visse o objeto escolhido. — Eu achei que iria escolher a bola de natal com tons da estação, mas a estrela é uma boa escolha. — ele comentou — Vou pedir que deixe aqui para que eu faça o inventário e embrulhe, depois levarei para você. — Tudo bem, obrigado pelo presente. Emma se inclinou e deu um beijo na bochecha de Dante, apenas um encostar de lábios rápido antes de se afastar e já caminhar para se encontrar com Anaïs e Frederick. — Seu lordezinho é muito careta. — declarou Anaïs ao ver a amiga. — Você é careta, Frederick? — Não sou careta, só que quando se trata de decoração de árvore de natal, eu simplesmente prefiro que as coisas sejam feitas da maneira tradicional. Além disso, — ele acrescentou — eu não confio nesse Fallace. — Dê tempo ao tempo Fred, querido. Descobriremos a índole de Dante com o correr dos dias, por enquanto voto a favor dele, me deu uma linda peça de vidro para minha árvore. — Não se deixe bajular por presentes, majestade, isso pode ser perigoso. — Nisso eu concordo com ele. — Não estou e não vou. Apenas acho que pessoas com bom coração são dadivosas e tendem a ser mão aberta, dar mais do que receber. — Terminamos aqui? Porque realmente precisamos ir para o vilarejo. — alertou Frederick. — Creio que sim, podemos ir. Anaïs pode vir junto? — Ela vai me zoar o caminho inteiro? — Pode apostar seu título real que vou. — respondeu a jovem. Ele suspirou e pediu que James pedisse que preparasse a carruagem. *** Dentro da sala trancada, ele desfez o feitiço nos objetos e os guardou de volta na mala, todos exceto a estrela. Nesse em particular, ele selou o feitiço, assim fazendo a estrela ficar naquele estado, tornando-o em um enfeite permanente. E também colocou um feitiço vigilante que seria conectado ao espelho de mão que pertencia a Madelyn, mas que estava com ele para a execução da magia. Para quem perguntasse, ele dizia que estaria em seus aposentos e foi para lá que Dante realmente foi. Porém, ao chegar, fechou a porta e foi até o corvo empoleirado no peitoril da janela. Retirou o pergaminho, estavam escritas coordenadas geográficas. Caminhou até a mala e dela retirou o espelho antes de fechar e colocar debaixo da cama. Trancou a porta do quarto e então se teletransportou para a localização. — Até que enfim, achei que teria que esperar eternamente por sua aparição. — uma voz feminina e irritada comentou. — Desculpe a demora, mas manter a aparência de um artesão demanda muito, sabe, eu literalmente tenho que mostrar produtos ou irão duvidar da veracidade de meu papel. — Não me importo com o que precisa fazer. — ela retrucou — Trouxe o que pedi? — Sim, Madelyn. Uma figura loira surgiu por entre as árvores. Madelyn tinha um rosto jovial, mas suas expressões exibiam crueldade. Ela não era alta, tinha estatura mediana para baixa, ainda assim, ela tinha belas curvas e seus lábios eram carnudos. Seus olhos eram verdes como esmeraldas e alguns pontos de castanho se faziam presentes. Naquele momento trajava um longo e quente casaco preto, ele moldava seu corpo de forma a mostrar suas melhores vantagens. — E funciona? — Creio que sim, ainda não tive a oportunidade de testar, vim entregar-lhe o espelho antes de dar a ela a estrela. — ele explicou e logo se encolheu sabendo a bronca que viria. — Seu t**o i****a, eu deveria quebrar esse espelho em sua cabeca, assim aprenderia a fazer as coisas direito. Porém não posso arriscar quebrar a única forma de ver a nova Rainha e conhecer seus pontos fracos. — Devo voltar para o castelo? — Sim, vá, cansei de sua incompetência. — ela o dispensou com um gesto da mão. *** Com ajuda de Frederick, Emma e depois Anaïs saíram da carruagem. Os três caminhavam lado a lado pelas ruas, o jovem lorde recomendava o caminho que deveriam seguir para chegar às lojas que iriam visitar. Tudo ali parecia já pronto para o Natal, de acordo com Dorothea, todas as lojas foram construídas com aquecimento para o inverno cheio de neve que tinham ali. Ao ver a fachada de um café e a placa pendurada oferecendo chocolate quente, a ruiva se apressou em direção ao estabelecimento. — Espere por mim. — pediu Anaïs. Frederick foi atrás delas com um suspiro. Abriu a porta deixando que a sineta tocasse e que as jovens passassem antes de entrar também. Emma caminhou até o caixa e sorriu para a jovem de cabelos loiros e gorro de papai noel. — Eu amei seu gorro. — Emma disse em cumprimento. — E eu da sua roupa! Que bom gosto! — ela respondeu com um sorriso animado. Emma sorriu e apontou para a placa pendurada na porta. — Eu queria três chocolates daquele para a viagem, por favor. — Coloque na conta do palácio. — Frederick avisou — Essa a Rainha Emma e majestade, essa é Destiny, dona do melhor café e chocolate quente do reino. — Você está exagerando, mas obrigado. E, majestade, que honra conhecê-la, pode levar os chocolates de graça. — Eu faço questão de que seu serviço seja pago, por favor. — Eu agradeço majestade. — Viemos ver decorações de Natal, percebi que esse é um assunto muito sério por aqui. Destiny deu uma leve risada ao concordar. — Muitíssimo sério, majestade. — Desculpe a pergunta e não precisa responder caso não se sinta confortável. Mas, você dirige esse lugar sozinha? — Não majestade, esse lugar pertence à minha família há gerações. Meus pais também trabalham aqui, mas eu assumo mais horas que eles para que descansem e aproveitem os dias. Por que? — Nada. — garantiu Emma — Apenas curiosidade minha. Se me permite dizer, acho você uma boa filha por fazer isso. — Obrigado majestade. — agradeceu com um leve sorriso — Agora, com licença, preciso preparar as bebidas. Emma assentiu e se voltou para os amigos que aguardavam. — Aqui você não vai encontrar nenhuma daquelas bebidas chiques e diferentes que se vende no reino mundano, mas garanto que as bebidas dos Bellucci são maravilhosas. — Frederick disse. — Contanto que nesse lugar tenha cafeína e não seja um café fraco, tenho certeza de que eu e Emma nos daremos por satisfeitas. — Replicou Anaïs. A ruiva pretendia responder em concordância com a amiga quando a porta se abriu e uma garotinha com cerca de sete anos entrou correndo na loja, deu um salto e sentou-se na banqueta diante do balcão. — Destiny! — a garotinha cumprimentou com grande alegria. — Aly! Você chegou cedo. — As aulas acabaram mais cedo, é a última de qualquer forma. — ela respondeu com um dar de ombros. Emma se aproximou de Frederick e perguntou de forma que só ele ouvisse. — Há uma escola no vilarejo? Ele assentiu. — Há algumas escolas espalhadas pelo reino, mas a maior é que fica nesse vilarejo, no centro do reino. Mas os ensinamentos são diferentes da escola mortal, se você estiver pensando sobre o assunto. — ele respondeu quase em um sussurro. Antes que pudesse continuar perguntando percebeu que a garotinha a encarava curiosa, Emma sorriu, acenou e caminhou até a garotinha. — Oi Aly, eu sou Emma, sou a rainha deste reino. — sua voz era doce e gentil. — Você é tão bonita, seus cabelos são lindos. — ela declarou. — Quer um abraco? — SIM. — declarou a menina muito animada. Emma envolveu cuidadosamente seus braços ao redor da garotinha, ela parecia uma cópia de Destiny, porém deveria ter sete anos. Quando a soltou, percebeu que os olhos de Aly brilhavam de animação e que Destiny sorria grata. Destiny terminou os chocolates e colocou na bancada para que cada um dos três pegasse o seu, também ofereceu biscoitos de gengibre por conta da casa. Caminhou com o trio até a porta e segurou o braço de Emma para que ela esperasse. — Alyssa é minha irmã mais nova e desde que ouvimos sobre sua chegada, ela estava doida para te conhecer. Obrigado por ser tão gentil. — Não foi nada, ela parece ser muito doce e animada, venham no castelo um dia desses, eu posso pedir que a carruagem às venha buscar e depois trazer, há algumas crianças por lá, acho que Aly poderia gostar. — Ah, muita gentileza a oferta, mas não precisa. — Não estou fazendo porque preciso e sim porque quero, não sei muito sobre governar, nem sabia que eu era rainha até ontem, mas sei que vocês amam esse lugar, então é bom conhecer meu povo e a futura geração para saber como posso continuar tornando esse lugar bom para todos. — declarou Emma com simplicidade e confiança. — Tudo bem, eu mandarei um bilhete avisando a melhor data, mas prometo que será em breve. — Ficarei no aguardo. Emma tomou um gole do chocolate e o elogiou antes de seguir pela rua com Frederick a apressando, estavam atrasados, ele dizia. A ruiva perguntou a si mesma o que ele diria caso ela o chamasse de coelho branco, será que entenderia a referência? — Ele é sempre assim? — perguntou Anaïs. A ruiva deu de ombros. — Eu conheci ele ontem, como vou saber? — Bom ponto. — replicou Emma. Continuaram caminhando atrás de Frederick enquanto tomavam o chocolate. — Chegamos. — ele anunciou e abriu a porta da loja para elas entrarem. A rainha o fez primeiro e depois a amiga entrou, por fim, o lorde. A loja era totalmente decorada com vários enfeites e guirlandas. — Ethel. — cumprimentou o jovem. — Frederick, que bom vê-lo. Quem são essas mocinhas? — Essa é Emma Whitlock, nossa rainha. E esta é a melhor amiga dela, Anaïs. — Majestade, que prazer e honra conhecê-la e tê-la em minha loja, como posso ajudar? — Eu digo o mesmo, Ethel. Fico feliz em conhecer meus súditos que cuidaram tão bem desta terra. — Queremos encomendar guirlandas para o castelo, Ethel. — explicou Frederick. — Você já tem as medidas e sabe como quer? — As medidas são essas. — ele entregou um papel com várias medidas — Emma, que tal escolher? — Eu não tenho certeza do que escolher… — Para o seu quarto você pode escolher o que quiser, para o castelo geralmente é a verde tradicional e para a festa será branco e dourado. — Assim como a da empresa. — comentou Anaïs —Vem, eu ajudo a escolher. Frederick deixou que elas olhassem pela loja conversando e apontando para tudo o que achassem bonito, ao final, Anaïs entregou para Ethel anotado exatamente quantos queria de cada modelo e tamanho. — Ficará pronto semana que vem, provavelmente, mas eu avisarei no castelo. — afirmou Ethel. Eles agradeceram, mas m*l Emma havia passado pela porta quando uma onda de poder a derrubou no chão. — Um pouco fraca essa rainha. — disse uma voz feminina e c***l. — Bem, quando se pega os outros desprevenidos, não se pode esperar muita coisa. — retrucou Emma. Ela esticou a mão e visualizou uma onda de seu próprio poder em forma de gelo na direção da jovem que a atacara. Era loira, não era alta, mas magra e parecia jovem. A onda de gelo acertou, fazendo com que a agressora ficasse presa. — Quem é você? — Madelyn, suprema bruxa desse reino e quem vai destruir seu precioso Natal. — ela respondeu sem se abalar pelo fato de estar presa. — Eu ordeno que se retire do meu reino. — Ou o que? — perguntou com deboche fazendo um biquinho. — Ou eu mesma vou te expulsar. — Quero ver tentar. Nos veremos novamente rainha, apenas vim avisar que pare com essa baboseira ou sofrerá as consequências. — avisou Madelyn antes de desaparecer deixando o gelo que a prendia para trás. — Sabia que estava demorando para ela agir. — murmurou Frederick. — Você sabe quem ela é? — perguntaram as jovens em uníssono. — Vamos terminar as compras e depois eu conto o que sei.
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