Capítulo 1: Quem é você, Hailey?

1790 Words
────────⊰♡⊱──────── Capítulo 1 Quem é você, Hailey? ────────⊰♡⊱────────  HAILEY  P.O.V   Fui despertada com o chamado sereno da aeromoça, avisando que eu precisava pôr o cinto já que não demoraria muito até que o avião aterrissasse. Eu já havia previsto que dormiria a viagem inteira, afinal o sono havia me faltado durante a noite anterior. Minha atenção foi desviada para a pequena janela, vendo a pista se aproximar. Com um solavanco quase imperceptível estávamos no chão; “um recomeço”, dizia em meus pensamentos. Logo que a saída foi autorizada, me levantei passando pelas pessoas que também saiam apressadas, então respirando o ar puro e esticando as pernas e braços, era bom ficar de pé depois de passar tantas horas sentada. Depois de pegar minhas malas segui para a entrada do aeroporto, olhando ao redor procurando tia Becca, e não levou muito tempo até que a encontrasse. Ela era inconfundível afinal era idêntica à minha mãe, longos cabelos loiros e um sorriso animado no rosto, como se realmente estivesse animada com a minha mudança. Quando Becca me viu ela me abraçou forte e acariciou meus cabelos loiros meio bagunçados. — Tem alguma coisa diferente — ela falou fazendo um biquinho enquanto me avaliava, senti meu coração parar por alguns instantes. Becca me virou de costas e tocou meu ombro esquerdo onde uma pequena tatuagem chamava atenção, uma borboleta roxa, um clichê em contexto de tatuagens, mas para mim havia um significado, havia um desejo por trás do simples desenho feito em minha pele. — Achei que tinha medo de agulhas — ela disse unindo as sobrancelhas e sorrindo. — Mas tenho que admitir que ficou muito bonita. — Eu tenho medo, mas achei que valeria a pena —  respondi, dando de ombros levemente. Minha tia era o tipo de pessoa curiosa, talvez fosse culpa de sua profissão, afinal ser a xerife local exigia um pouco mais de seu lado curioso. Graças a profissão, ela tinha olhos por todos os lados, prestando extrema atenção em tudo e em todos. Ela era a única que conhecia capaz de distinguir quando alguém estava mentindo ou falando a verdade, como um dom que ela carregava com ela. Tinha de admitir que de ser uma senhora da lei, ela era muito gentil e amigável, até mesmo carinhosa. Não era casada e tinha três cachorros, seus fiéis companheiros já que ela morava sozinha, até agora. — Vamos, querida. O táxi está nos esperando — ela disse, me puxando com ela para o carro amarelo que nos aguardava. A ida até a casa da minha tia foi tranquila, ela me perguntou algumas poucas coisas, sorriu e falou sobre seu trabalho na cidade e como o lugar era adorável, diferente de toda a correria da cidade grande que eu estava acostumada. Falou também que já havia me matriculado no colégio e que ele era um dos melhores da cidade, afirmando que eu me acostumaria fácil. A conversa continuou, apesar de não prestar tanta atenção as palavras da minha tia, sempre a olhava e assentia na tentativa de parecer completamente interessada, dessa forma, ela não se sentiria constrangida, eu sabia que Becca gostava de falar. Quando finalmente chegamos na minha mais nova casa, o motorista nos ajudou a descarregar as malas. Meu olhar parou na construção um pouco gasta pelo tempo, simples, porém extremamente confortável e convidativa, sorria com os pensamentos que se formavam em minha mente.  Será esse o local que realmente me fará sentir em cada? Becca se apressou em me mostrar meu quarto, que estava totalmente decorado em rosa, com travesseiros em forma de coração e um papel de parede com flamingos, sabia que ela iria fazer o máximo para me receber da melhor maneira possível. — Não precisava ter se incomodado, tia — disse a ela, sabia que havia feito tudo aquilo sozinha, certamente havia lhe tomando muito tempo. — Não se preocupe com isso, sei que gosta dessas coisas! — Depois disso minha tia deixou minhas malas no quarto e saiu, ela precisava resolver algumas coisas na cidade e disse que eu precisava descansar, a viagem foi longa. Quando minha tia se foi, eu me joguei na cama, tirando da minha bolsa meu celular e começando a excluir minhas redes sociais, f*******: a i********:, até o w******p. Após isso, retirei o chip do meu celular e coloquei um novo que havia comprado. Em seguida, fiz um novo perfil no f*******: e no i********:, queria realmente um recomeço, sem que ninguém viesse me procurar ou me interrogar por chat.  Sem mais problemas do passado. Depois disso, larguei o celular sobre a cama e me levantei, indo tomar um bom banho relaxante. Assim que terminei, coloquei uma roupa confortável e voltei para a cama ficando olhando o teto branco por um bom tempo sem conseguir pegar no sono. Meus olhos ainda estavam um pouco marejados, mas eu jurei para mim mesma que não ia mais chorar; então sorri levemente e me levantei, iria caminhar um pouco antes do jantar, o sol estava se pondo e essa seria uma boa oportunidade de conhecer um pouco da cidade, talvez eu até passe pela frente da escola, seria interessante. Coloquei uma calça legging preta e um top da mesma cor, calcei meus tênis e amarrei meus cabelos, pegando meu celular e meus fones e saindo do quarto. No caminho coloquei os fones nos ouvidos e coloquei uma boa música para tocar, deixei um bilhete para minha tia sobre a bancada da cozinha e sai, trancando a porta. Enquanto corria minha mente se esvaziava e eu me concentrava nas casas e em minha respiração, era uma vizinhança tranquila, haviam algumas crianças correndo pela calçada, um parquinho infantil, tudo não muito distante da casa da minha tia. Logo em seguida, avistei uma rua com casas excessivamente luxuosas e grandes, “E pensar que uma vez eu estava no lugar dessas pessoas”, meus pensamentos iam de encontro ao passado, mas não demorava a balançar a cabeça espantando os pensamentos. O sol já havia se posto e numa dessas casas uma música alta tocava, tão alta que podia ser ouvida por mim mesmo estando com fones de ouvido. A casa estava abarrotada de pessoas e os carros tomavam toda a rua, era claro que estava acontecendo uma grande festa. — Uma festa, que ótimo — falei revirando os olhos ao passar correndo pela casa, ouvindo alguns idiotas gritarem coisas como "gostosona passando". Segui meu caminho, mas não sem antes mostrar meu dedo do meio para os garotos na varanda da casa, era um desrespeito e eles deveriam saber o quão babacas estavam sendo. As festas faziam parte do meu cotidiano, mas desde o acidente elas tinham perdido completamente o sentido. Eu realmente não gostava de festas, pelo menos não mais. Não demorou muito até que fizesse o caminho de volta para casa, os comentários haviam me desanimado e eu já havia visto tudo que precisava.   ────────⊰♡⊱──────── Anthony P.O.V     Eu gostava de festas, pareciam sempre ser uma ótima oportunidade para uma diversão um pouco mais louca do que as presentes no cotidiano. Nunca era uma dificuldade para que levasse uma das muitas meninas para cama, o que deixa as noites ainda mais interessantes. — Então cara, sabe que a Selene é louca por você desde o primeiro ano, não é? — Tomás se pronunciou com um ar um tanto malicioso enquanto entrávamos na casa. — Quem sabe hoje eu não esteja disposto a realizar o sonho dela — respondi, rindo divertido enquanto seguia para dentro da casa. Não ficamos por muito tempo próximos, logo me afastei o deixando sozinho, tinha consciência de que ele certamente já tinha alguns esquemas para a noite e eu não iria atrapalhar. Segui caminhando até a cozinha para pegar algo mais forte que a cerveja que estava em cada canto do local, me servi de tequila enquanto olhava algumas garotas na piscina por uma parede de vidro que dava diretamente para o jardim onde ela ficava. A festa m*l havia começado e elas já estavam completamente bêbadas, e os caras, aproveitando-se do momento observavam enquanto elas tiravam suas roupas para nadar somente de lingerie. — Estava começando a achar que você não viria — reconheci a voz manhosa as minhas costas. Selene era uma morena com um corpo de dar inveja em muitas meninas do colégio, sua pele era clara, levemente bronzeada, e seus cabelos castanhos estavam soltos, descendo em ondas por suas costas. Ela usava uma saia, bem pequena na verdade, que deixava suas coxas, um pouco grossas, a mostra. Sua blusa, um pequeno pedaço de pano rosa que cobria seus s***s, com alças finas e bem colada ao corpo, deixava sua barriga completamente a mostra. Ela estava vestida de uma maneira provocante, e sabia que essa era sua mais pura intenção. — Se continuar falando assim, vou pensar que deu essa festa só para mim — falei me aproximando da mesma, que mordeu o lábio inferior e sorriu, fazendo uma expressão falsamente ingênua, como se eu não a conhecesse o suficiente para saber que ingênua é um adjetivo que não é capaz de defini-la. — Quem sabe você esteja certo e essa festa tenha sido só uma desculpa para trazer você até minha casa — ela disse, pondo suas mãos em meus ombros. Nossos corpos estavam praticamente colados e eu podia sentir seu perfume doce de mais, enjoativo. Selene seria uma ótima diversão para minha noite, e eu não podia negar, mas como todas as outras, ela era somente mais uma sem nada de diferente, uma garota mimada, até um pouco irritante, mas com o corpo que me atraía o suficiente para me fazer ignorar seu comportamento e sua personalidade por alguns instantes para tê-lo em minha cama. Bebi num só gole o resto da minha tequila, me livrando do copo para que pudesse aproveitar da companhia da morena. Desci minha mão esquerda até sua b***a, apertando a mesma com um pouco de força e erguendo a sobrancelha quando a ouvi arfar. — Que tal sairmos dessa festa e irmos para seu quarto, querida? — questionei, mesmo sabendo qual seria a resposta.  Um sorriso que respondeu minha pergunta surgiu em seu rosto e não demorou até que uma de suas mãos me indicasse a escadaria da casa, que nos levaria até seu quarto. Enquanto a acompanhava, ouvi alguns caras gritando e assoviando para alguém que estava na frente da casa, o que inicialmente não tinha chamado minha atenção, afinal eles estavam bêbados e aquele era um típico comportamento dos babacas da escola. Minha atenção voltou a Selene quando ambos entramos no quarto e ela não demorou até selar nossos lábios em um beijo nada calmo.  Com certeza, essa vai ser uma ótima noite. 
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