Capítulo 2: Loira como o sol de Dakota

2184 Words
────────⊰♡⊱──────── Capítulo 2 Loira como o sol de Dakota ────────⊰♡⊱──────── P.V.O Haily:   — Tenho um presente para você, na verdade, o presente é meu e de seu pai, porque eu ajudei — minha tia disse assim que desci as escadas.  Segui em direção da cozinha enquanto peguei uma maçã, esperei que ela continuasse a falar, mas ela ficou me encarando e em seguida tirou uma chave do bolso, sacudindo a mesma a minha frente.  Um carro? Iriam me dar um carro? — Estão me dando um carro? — perguntei erguendo uma de minhas sobrancelhas, eu tinha uma carteira de motorista provisória, isso me permitia dirigir entre os limites da cidade, eu só não podia viajar. — Claro que sim, você não vai querer ir para escola de carona todos os dias, não é? Além do mais, eu não estou em casa todos os dias, então você vai precisar. — Ela me entregou a chave. Seguia junto a minha tia pra fora da casa e, quando cheguei até o lado de fora, não acreditei no que estava vendo. A minha frente estava um belo Mustang preto reluzente, tive que me segurar para não soltar um palavrão. — Isso é sério? — perguntei, ainda sem acreditar, para minha tia e corri até o carro, abrindo a porta e me sentando no banco do motorista, aquilo era legal demais. Meus pais eram ricos, mas nunca, em toda minha vida, achei que teria um carro daqueles. Era meu favorito, mas não achei que me dariam um, nem achei que saberiam daquilo, afinal, normalmente meus pais não me davam presentes, óbvio. — Seu pai queria lhe dar uma BMW, mas eu insisti que comprasse o Mustang, eu conheço os gostos da minha garota — minha tia disse, me fazendo a encarar perplexa, mas ela somente me deu um beijo no rosto e deixou minha mochila sobre o banco, saindo do carro. — Vá logo ou irá se atrasar. Não pensei duas vezes e liguei o carro, acelerando e saindo em direção a escola. Todo o caminho eu dirigi pensando na fala da minha tia, eu simplesmente não conseguia fazer com que ela saísse da minha cabeça, mas preferi ignorar, era a melhor coisa a se fazer no momento. Vi o prédio da escola se aproximar e segui até ele, estacionando sem preocupação numa vaga qualquer que estava livre. Porém, enquanto meus olhos percorriam todo estacionamento, percebi que chegar com um Mustang novo e brilhante não era uma boa ideia, não pra uma pessoa que queria passar despercebida, afinal, o carro já estava atraindo olhares. Ainda no carro, suspirei, me amaldiçoando enquanto encarava o grande prédio que se erguia a minha frente. A escola tinha quatro andares, podia ver adolescentes por todos os lados, grupinhos nos gramados e vários veículos no estacionamento, haviam de bicicletas a carros caros. Além do prédio grande, via de longe algumas estruturas menores, imaginei que seriam alguma coisa como uma quadra, ou piscina, devia ter um campo de futebol em algum lugar também, afinal todas as escolas tinham um, certo? Sai do carro, dando uma última olhada em tudo e trancando o veículo. Endireitei minhas vestes antes de começar a andar, fingindo segurança, ajeitei meus óculos escuros e passei a mão esquerda por meus cabelos, o clima estava agradável e eu fiquei feliz por isso, odiava calor, o sol hoje não estava muito forte, então, para mim, era um bom dia.  Adentrei pela grande porta de vidro, sentia olhares curiosos as minhas costas, mas preferi não retribuir ou ligar para isso, então segui para a secretaria para pegar a chave do meu armário e meus horários. Minha primeira aula era de artes, fiquei mais tranquila porque sempre gostei de artes, tudo que envolvia criação me atraía, então, após pegar meus horários e receber uma breve explicação de onde eram as salas e como as coisas funcionavam na escola, eu segui para o terceiro andar, que era onde minha sala ficava, era a última de um longo corredor.  Enquanto caminhava, notei alguns garotos na porta da sala, eles faziam bastante barulho, brincavam uns com os outros e se empurravam. Aumentei o volume dos meus fones e fiz minha melhor expressão de poucos amigos, passando pelos garotos sem pedir licença e me sentando ao lado de uma das janelas, olhando para o lado de fora, a vista dava para um grande e bonito gramado que, no momento, estava praticamente vazio. Tudo que eu ouvia era barulho e risos mesclados a musica que tocava em meus fones, mas a maior parte da sala se calou, eu achei que a professora havia chegado, mas tudo que vi foi mais um garoto entrando e, atrás dele, um trio de garotas. Elas pareciam as "Meninas malvadas da Dakota", o que soava ridículo para mim, as oito da manhã usavam calças coladas demais e blusas com decotes que deveriam ser considerados impróprios para o ambiente escolar, sem falar naqueles saltos gigantes. Deixei as garotas de lado e voltei meus olhos para o garoto de forma discreta, seus cabelos escuros estavam bagunçados, eram grandes o suficiente para formar algumas ondas e cobrir um pouco seus olhos, que eram tão negros quanto seus cabelos, ele usava uma camisa branca simples e uma calça jeans preta, em seu pescoço, podia ver alguns traços medianos e escuros sob a pele provavelmente uma tatuagem.  O vi caminhar e se sentar no fundo da sala, enquanto as garotas se sentaram na frente e me lançaram um estranho olhar de irritação. Dei de ombros e desviei meus olhos para meu celular, tentando fingir que não havia notado a hostilidade gratuita das três. Estava incomodada, então olhei para trás, observando dois garotos, que estavam sentados ao lado do estranho com tatuagens, olhando para mim enquanto conversavam com o outro. Ergui uma das sobrancelhas para eles e ambos acenaram para mim, revirei os olhos, retirando meus fones  e voltando a olhar para a frente, foi quando quase tive um infarto ao ver uma das garotas a minha frente, ela tinha uma postura dominante e parecia comandar as outras duas, que estavam um pouco atrás dela. — Você é nova, não é? — ela perguntou, eu não gostei do seu tom, parecia me tratar como um bichinho acuado, coisa que eu não era. — Eu sou Selene, essas são Emma e Clary "É quem perguntou?", essa foi a primeira coisa que pensei.  Olhei para as garotas e suspirei pesadamente, talvez fossem a "nata" da sociedade escolar dali, não sei se seria bom me envolver com elas. Coloquei um sorriso no rosto, me forçando a ser simpática. — Hailey Carter — me apresentei, esperando que assim a garota fosse para seu lugar, mas infelizmente ela continuou ali. Que ótimo. — Bem, Hailey, Emma vai dar uma festa na casa dela amanhã à noite, você poderia ir, vai ajudar você a se enturmar — ela disse, levando uma das mãos a meus cabelos e passando o dedo por uma das mechas loiras, me afastei um pouco, não gostava de proximidades exageradas, principalmente de estranhos. — Seu cabelo é lindo. Dito isto ela finalmente voltou para seu lugar com suas fiéis escudeiras, suspirei aliviada e notei a professora entrou na sala. Ela começou a explicar o que seria dado na matéria e marcar provas. Eu já esperava estar atrasada ou até perdida, afinal o ano já estava avançado, os assuntos eram diferentes, eu teria que me esforçar. Quando o sinal tocou eu me levantei com pressa, precisava respirar um pouco antes da próxima aula. Então passei pela porta e segui para os armários, deixando algumas coisas lá e pegando o livro de cálculo, minha próxima matéria.  Estava distraída, caminhando até a próxima sala, quando esbarrei em alguém, olhei para cima e encontrei olhos castanhos e uma expressão surpresa. Senti meu rosto corar, parecia que eu era um total desastre. — Eu estava distraído, desculpa — o garoto falou, se afastando de mim e dando um sorriso tímido, ele tinha um ar fofo e parecia ser gentil, além de ser bonito, bem bonito. — Sou Chris, você é a garota nova, certo? Ele tinha um sorriso aberto, seus cabelos estavam meio desgrenhados e formavam grossos cachos que descriam pouco abaixo dos ombros, eram castanhos e sua pele era caramelada. Se o encontrasse numa praia diria que ele era um surfista havaiano ou coisa assim.  — Acho que as pessoas têm que lembrar que eu tenho um nome — falei rindo levemente e assentindo para ele, passando uma das mãos nos cabelos e sorrindo - Hailey, desculpa por esbarrar em você, hoje está sendo uma loucura. — Eu posso imaginar, você causou um pouco de alvoroço sabia? — ele disse, Chris conversava comigo como se fôssemos amigos e um bom tempo, na verdade eu até gostei do jeito mais espontâneo dele. — Bem, mas o que estavam falando é verdade Uni as sobrancelhas, sentindo a preocupação pesar em meio peito, “Será que sabiam de algo? Algum rumor já estava se espalhando no meu primeiro dia de aula?" — O que estão falando? — perguntei para ele, ficando um pouco confusa quando o garoto se vira e sai andando, mas antes de sumir entre as pessoas ele olha para trás. — Falaram que a novata era muito gata — ele gritou, parando no meio do corredor e me lançando um sorriso divertido. — Eu tenho que concordar, você é encantadora. Naquele momento pude suspirava aliviada, eu tinha que parar de ser tão tensa quanto estava sendo, daquela forma todos iriam começar a suspeitar de mim. Eu teria que ser mais divertida, animada e carismática, deveria ser mais... Hailey. Aquele pensamento saiu da minha cabeça, enquanto eu segui em direção a aula de cálculo, tinha que manter meu foco, não iria acabar com o resto que me sobrava de vida, tinha que me esforça pra isso. ────────⊰♡⊱──────── P.V.O Anthony  — Vai me dizer que ela não chamou sua atenção? — Thomas perguntou pela segunda vez, me fazendo suspirar irritado.  Ele já estava enchendo a minha paciência, que era bem curta. — Por que quer tanto saber sobre isso? Ela é igual a todas as outras — respondi, dando de ombros. Mas tinha que admitir, sua beleza e excepcional, ela tinha um ar de mistério que me deixava intrigado. Estávamos passando pelos corredores, as aulas do dia haviam acabado e todos tentavam sair de uma só vez, foi quando vi os fios loiros balançando à medida que a menina andava. Falando no d***o! — Olha, sua nova obsessão ali — falei para Thomas, que logo adiantou o passo para alcançar a garota.  Meu amigo praticamente correu para alcançá-la, segurando-a pela mão e fazendo a loira parar de andar. — O que acha da garota Loira como o Sol de Dakota ir pra casa comigo? — ele falou e eu ri baixo balançando a cabeça negativamente.  Loira como o Sol de Dakota?, acho que aquele foi o pior flerte que ouvi na minha vida. Não demorou pra que ela soltasse a mão da dele, virando-se sem sequer responder, voltando a andar e indo embora. Aproveitei o fracasso do meu amigo para dar algumas boas gargalhadas, vendo Thommas ainda parado no lugar chocado. Parei ao lado dele, respirando fundo e controlando o riso, dando alguns tapinhas em seu ombro. — Ah, meu amigo, agora eu me interessei por essa garota — falei, ainda rindo. Seja lá quem fosse tinha despertado minha curiosidade.   ────────⊰♡⊱────────   — Acha que a loirinha vai para a festa? — Thomas perguntou, olhando para mim. — Não sei, cara, mas, se for para ver você levar outro fora, eu mesmo vou buscar ela — falei rindo, levando uma batata a boca. Estávamos sentados numa das mesas de uma lanchonete que havia perto da escola, não queria voltar para casa ainda e, já que não tinha nada para fazer durante op resto da tarde, decidimos passar ali para fazer um lanche. Enquanto eu comia, Thommas falava pelos cotovelos sobre como havia achado a novata interessante, mesmo sem saber absolutamente nada sobre ela.  — Eu descobri que o nome dela é Hailey, mas ninguém sabe muito sobre ela, as redes sociais são novas por enquanto — ele falou, Chamando minha atenção. — Novas? Não tem nada? Que estranho — perguntei, deixando minha comida de lado e o encarando.  — Quer fazer uma aposta? -—Thommas perguntou e eu o olhei com uma das sobrancelhas arqueadas — Aposto 100 que eu fico com ela primeiro que você. O encarei por alguns instantes antes de gargalhar alto, chamando atenção de alguns outros clientes que estavam por ali, estendendo minha mão para meu amigo ainda com um sorriso no rosto. — Eu aposto 200 que levo ela pra minha cama hoje à noite — falei para ele e Thomas riu alto, segurando minha mão com firmeza. — Depois de ser ignorado, Thommas, você não tem nenhuma chance. — Apostado — ele disse por fim e em seguida soltamos as mãos. — E eu não fui ignorado! Ela só estava com pressa. Ele retrucou, parecendo muito ofendido.
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