Tucano narrando
O bar tava lotado, cheio de gente bebendo, dançando, curtindo o pagode. O som tava alto, mas minha atenção tava só nela.
Bruna.
Desde que botei os olhos nessa mulher, eu sabia que ela era minha. Mas ela ainda não sabia disso.
Ela andava pelo bar como se não tivesse ideia do estrago que fazia. O short curto, a blusa branca colada no corpo. Todo mundo olhava. Eu via.
Eu via cada olhar desgraçado que caía nela.
Cada risadinha de canto.
Cada filho da p**a que achava que podia ter o que já era meu.
Fiquei na minha. Só observando.
Ela passou, concentrada, indo atender outra mesa. Foi nesse momento que um maluco qualquer teve a ousadia de bater na b***a dela.
O sangue subiu na hora.
Nem pensei.
PAH!
O tiro ecoou no bar, cortando o som da música.
O desgraçado caiu no chão, o sangue se espalhando rápido. O corpo ficou mole, sem vida.
Bruna travou no meio do salão, os olhos dela arregalados, a respiração pesada. A bandeja caiu da mão dela, as garrafas se espatifando no chão.
O bar inteiro parou.
Silêncio.
Todo mundo sabia.
Todo mundo entendeu a p***a do recado.
Guardei a arma no cós da bermuda sem pressa. Passei a língua nos lábios, respirando fundo pra segurar a fúria que ainda queimava dentro de mim.
Meus olhos encontraram os dela.
Ela ainda tava parada, chocada, respirando rápido. Assustada.
Mas no fundo, eu vi.
Vi a forma como o corpo dela tremia. Como o peito subia e descia acelerado. Não era só medo.
— Encosta nela de novo no inferno. — soltei, a voz rouca, carregada de raiva.
O bar permaneceu mudo. Ninguém ousava mexer um músculo.
Os vapores já tavam resolvendo o corpo no chão, arrastando o lixo pra fora. A vida continuava.
Mas Bruna não se mexia.
Ela só me olhava.
Um olhar que eu não sabia se era de pavor, raiva ou… outra coisa.
Mas uma coisa eu sabia:
Ela não ia me esquecer depois dessa.
Ela ainda me encarava, como se tivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer. O medo tava estampado no rosto dela, mas algo mais tava ali, algo que eu não sabia explicar. Era uma mistura de confusão e uma raiva contida. Eu podia sentir a tensão no ar, o que ela pensava, o que ela sentia, tudo aquele turbilhão dentro dela.
Bruna, ela não era como as outras. Não era só mais uma mulher que eu pegava e deixava pra lá. Essa era diferente, mais difícil de ler. E isso, por algum motivo, me deixava ainda mais interessado.
A música voltou a tocar baixo no fundo do bar, mas a atmosfera não era a mesma. O barulho se tornou distante, como se estivesse em outra realidade. Eu e Bruna, naquele instante, éramos os únicos na sala. Ela, com os olhos fixos em mim, tentando processar tudo que tinha acontecido, e eu, com a calma que ela ainda não entendia, esperando ela reagir.
Foi ela quem quebrou o silêncio.
— Você é louco? — A voz dela saiu mais baixa do que eu esperava, mas ainda carregada de uma fúria silenciosa.
Eu dei um sorriso sutil, sem desviar o olhar.
— Louco? Não. Eu só sou quem manda aqui. — A resposta saiu mais pesada do que eu pretendia, mas ela precisava entender isso. Nenhum homem pode encostar nela. Nenhum.
Ela deu um passo pra trás, ainda olhando pra mim, sem saber o que fazer. Eu sabia que tava intimidadinha, mas também podia ver que dentro dela tinha uma chama. Uma chama que não ia se apagar facilmente.
Aquelas outras mulheres, aquelas putas que se achavam especiais, não eram nada comparadas a Bruna. Ela tinha algo que me fazia querer dominar, mas também me dava a sensação de que não seria fácil.
— Você não precisava fazer isso. — Ela falou mais calma dessa vez, tentando se recuperar do choque. Eu não disse nada. Só me aproximei mais um passo. Ela recuou um pouco, mas não tava mais fugindo.
Eu olhei em volta, a galera ainda de olho em nós, mas eu não me importava com mais ninguém.
— Eu faço o que for preciso pra garantir que ninguém te toque, Bruna. — Aquelas palavras saíram da minha boca sem que eu pensasse muito nelas, mas eu sabia que era a verdade. Eu faria o que fosse necessário, e mais, se isso significasse protegê-la… ou afastá-la.
Ela ficou quieta por um tempo, como se estivesse pensando no que responder, como se tentasse entender meu jeito, a intensidade que eu transmitia. Não sabia se ela tava com medo, se ela achava que eu tava brincando ou se ela ia me odiar ainda mais. Mas uma coisa eu tinha certeza: ela não ia me esquecer.
A tensão entre nós dois parecia pesada, como se o tempo tivesse desacelerado, e foi então que eu percebi que o jogo entre nós dois m*l tinha começado. Eu não sabia o que ela queria, mas eu sabia o que eu queria.
E ela iria entender isso. Mais ate eu tó admirado comigo mesmo