02 NEM AGORA, NEM NUNCA

1316 Words
CONTINUAÇÃO... GABRIEL NARRANDO Quando consegui chegar no hospital a minha mulher foi atendida e enquanto eu temia pela vida dela... eu tinha que lidar com uma operação fracassada de todas as formas. a primeira missão que eu falhei... a primeira que eu perdi não só uma mais vários homens e ainda minha mulher estava em estado grave. Os homens que perdemos não tinha mais volta, a Samantha está no limite da sua vida, pois ele a feriu de todas as formas, que possam imaginar. A minha mulher que sempre linda estava, feliz, sorridente e alegre... estava por um triz e sem toda a sua vida e brilho. Foram quase seis horas de espera no hospital, para dizerem que a minha mulher estava em coma. Mas quatros dias na uti tendo várias e várias paradas cardíacas e quando ela foi levada para o quarto anda em coma... eu levei a Sofia para ver ela. Na esperança de que a presença da nossa filha lhe traria vida de novo..., mas não. Nada aconteceu e, eu fique quase vinte dias fazendo a mesma coisa. Escola, batalhão e hospital. Sofia só não ia comigo para o batalhão, mas no hospital ia sempre e no dia que a minha mulher abriu os olhos eu e Sofia ficamos tão felizes. As ela abriu os olhos, sorrio para nós e ali eu vi que ela está indo. Ela estava com um tubo na garganta ainda, mas os olhos dela tinha o brilho de sempre. Ela nos olhou nos olhos, derramou umas lagrimas, mas eu via na sua feição que ela estava em paz. E vi nos seus olhos o pedido de fique bem e, eu amo vocês. Após isso... vi o brilho dos olhos dela indo embora e com isso os batimentos dela, que mesmo com todos os esforços médicos não voltou e a minha mulher se foi, na minha frente e na frente da nossa filha que estava em meus braços, enquanto eu estava imóvel sem saber o que fazer pela primeiro vez na minha vida. LEMBRANÇAS OFF Hoje faz quase dois meses que ela faleceu e quase três meses que tudo aconteceu no complexo do alemão. O que aconteceu com o terror? Enquanto eu estava na correria no hospital com a minha mulher, eu montei um operação, um cerco para pegar o terror e quinze dias depois conseguimos prender em uma estrada que ligava o centro do rio e o interior. Acredito eu que estavam em alguma festa. Mas fizemos uma verificação em todo o perímetro e não encontramos nada. Nem ninguém que poderia ligar ao tráfico. Naquele dia... eu não pude matar o terror. Todos sabiam o que ele fez com a minha mulher e se eu o matasse, eu seria preso e minha filha ficaria sozinha... então eu o arregacei por uma hora inteira e quando eu vi que não podia mais fazer nada como ele. Eu o levei direto para o presidio e o joguei lá dentro e desde então. Eu faço tudo o que posso e está ao meu alcance para ele ter o menos possível lá dentro. Agora a minha vida, tem um vazio imenso, assim como a da Sofia. O que nos fazia sorri e nos dava todo o amor que poderíamos ter foi embora e ela não volta mais. Sofia é o motivo de eu viver e seguir a minha vida. Mas fato de eu ter que voltar para o trabalho e deixa ela com alguém que não conheço me desespera. Porque eu sei que mesmo de dentro da prisão, terror pode causar muitos estragos ainda. E sei que aqui fora ele tem pessoas que seguem as ordens dele e fazem por ele. O morro do alemão ainda não foi pacificado. Está sobre o controle do tráfico. Como eu disse pessoas a mando do terror, agora eu preciso voltar e acabar com tudo o que envolve esse maldito e enfim poder viver em paz com a minha filha. Quatro horas e meia depois, Sofia e eu já estávamos no carro de novo, agora indo visitar mais uma candidata a baba indicada por uma assistente social da clínica onde Sofia faz terapia, desde que parou de falar. Minha filha estava no banco de trás, olhando pela janela com aquela expressão distante. O tipo de olhar de quem tem medo até do vento e sente falta de quem mais lhe dava segurança. No caminho, meu celular vibrou de novo. Número desconhecido. Atendi por impulso... um erro para um militar, mas a exaustão faz isso com a gente, as vezes. LIGAÇÃO ON GABRIEL- Alô? _ Nada. - Tem alguém na linha? _ pergunto e então ouvi. Uma voz de mulher. Trêmula. Desesperada. XXX- Por favor… eu não quero ir lá. Eu não quero fazer isso… você não pode me obrigar… não... por favor .... _ Minha mão gelou no volante. GABRIEL- Moça? Quem está falando? Você está bem? _ Mas antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, a ligação se misturou a outra voz. XXX- você vai ter de ir p***a e não se fala mais nisso. Não tem mais escolhas, ele já te deixou livre por muito tempo. _ a voz masculina, agressiva, tão conhecida quanto o gosto amargo da raiva que subiu pela minha garganta. Era a voz de um chefe de morro que eu sei bem qual é. Um que eu conhecia. Um que já devia estar preso. Assim como o irmão dele. Era ele. Era o mesmo tipo de homem que destruiu minha família... ele que estava fora do país e que se já não está aqui, está perto. Outro maldito e outra mulher estava implorando por ajuda. GABRIEL - Moça! Me fala onde você está! _ pergunto sentindo quase que o mesmo desespero que senti ao buscar por minha mulher dentro do alemão. XXX- não por favor, não, eu te imploro não. _ ela suplicava, a ligação parecia esta cruzada, linhas cruzadas e ela não me ouvia. - Eu ainda sou virgem, por favor não. _ meu coração quase parou quando eu entendi o que estavam obrigando ela fazer. XXX- espera meu retorno, não sou jesus para me implorar. __ A ligação caiu. E aquele Silêncio, tirou ainda mais a paz que eu não tenho. LIGAÇÃO OFF Eu fiquei ali, parado no meio da avenida, com o celular na mão e o coração batendo no ritmo de quem está prestes a atravessar uma porta que não pode mais ser fechada depois. Eu parei o carro quando escutei a voz da mulher e agora eu sinto o meu peito disparar. Não sei explicar…, mas havia algo naquele pedido de socorro... sem pedir socorro... que me atravessou como faca. Talvez porque eu soube reconhecer o medo. O mesmo que eu ouvi na voz da minha esposa no última vez que ela falou comigo. Liguei o carro e acelerei. Minha filha me olhou pelo retrovisor, não com medo, mas com aquela expressão que ela usa quando sabe que algo dentro de mim mudou. Ela percebe tudo. Sempre. O olhar dela perguntava o que aconteceu e eu disse. GABRIEL- Papai precisa ajudar alguém_ eu disse, mais para mim do que para ela. - E essa pessoa… não tem mais ninguém. _ Eu não sabia quem era aquela mulher. Não sabia onde vivia. Só sabia que pelo que ouvi, naquele momento, ela tremia numa casa simples no coração do Complexo do Alemão, tentando sobreviver num mundo que só conhece a palavra ‘medo’. Mas eu sabia que aquela ligação não tinha acontecido por acaso. E que, de algum jeito, o destino acabava de traçar uma linha que uniria a minha vida à dela. Uma linha feita de dor, perigo, e… algo que eu ainda não era capaz de nomear. Tudo que eu sabia era... Eu não ia ignorar aquela voz. Nem agora. Nem nunca. Eu vou achar essa mulher. VAMOS LA COMENTAR E VOTAR MUITO.
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