Dante Moretti
A quilômetros da mansão que já não passava de ruínas fumegantes. Bombeiros corriam em meio aos destroços, jogando jatos d’água inúteis contra as brasas. O cheiro de madeira queimada, carne e ferro retorcido se espalhava pelo ar como uma praga.
Em uma sala com iluminação amarelada, com os olhos vermelhos de raiva, um jovem observava a tragédia sendo tele-visionada por um canal de TV. Tinha apenas dezessete anos, mas o porte firme e os traços marcantes revelavam o herdeiro que um dia seria.
Ele havia sido retirado da casa por um funcionário alguns dias antes para um curso de administração que a família insistia que ele fizesse. Escapara da morte aquele dia, mas ele sabia que a casa não poderia pegar fogo do nada. Era um lugar bem cuidado e com tecnologia de ponta. Mesmo que se algum foco de fogo começasse, existia um mecanismo para contê-lo, ele fora espalhado e dissipado por alguém!
Agora, diante do cenário de cinzas, não chorava. Não soluçava. Apenas olhava fixamente para o que restava do lar — e do pai.
Na mente dele, havia apenas uma palavra: Vingança
Ele fez uma promessa silenciosa: um dia encontraria o responsável. E quando esse dia chegasse, a pagamento seria lento e dolorido, assim como seu pai o ensinou que deveria ser.