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Volta para mim

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Blurb

Não foi algo planeado, mas também não foi repentino. Simplesmente aconteceu, eles acabaram se envolvendo demais, e agora contra todas as expectativas Naruto tinha que lutar para ter a sua Little Moon de volta.

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Little Moon (Parte I)
E mais uma vez ele se dirigia para o apartamento 203, também conhecido como o lar do seu coração, embora ele nunca tenha admitido. Pensou em bater a porta, mas qual seria a graça se ele tinha a chave e podia a surpreender? Pegou as chaves e abriu a porta entrando logo em seguida, não demorou muito para encontrar a "namorada", que dançava com os headphones tapando as suas orelhas. Ela era ágil como sempre, quando ela dançava parecia que mais nada importava porque a sua timidez desaparecia subitamente. O loiro já tinha tentado transformá-la em uma estrela, mas ela nunca quis e aquilo ficou por aí simplesmente porque ele não queria a perder para o mundo da fama. Ele aproximou-se cuidadosamente dela e rapidamente envolveu a sua cintura com os braços. Hinata levou um susto que a fez curvar para frente. — Ai Naruto! — Reclamou tirando os headphones e virando-se para ficar de frente para ele. — Como você entrou aqui? — Perguntou enquanto passava as mãos no peitoral definido do homem, era algo involuntário, mas com eles as coisas eram sempre assim. — Pela porta! — Respondeu com um sorriso, a morena revirou os olhos. — Naruto! — Repreendeu. — Está bem, a verdade é que... — Ele desviou os seus olhos dos dela e os fixou nos finos lábios da garota. — ... Um mágico nunca revela os seus segredos. — Respondeu engolindo seco. Era tentador demais ficar no apartamento dela numa sexta-feira à noite após tanto tempo sem a ter em seus braços. Mas ele queria, queria provar novamente do sabor da boca da morena para descobrir o porquê dela ser tão diferente das outras. Queria saber o por quê dele querer estar apenas com ela. Queria saber porquê sempre voltava para ela e principalmente porquê não queria mais ninguém. Mas, na verdade, ele já sabia, apenas precisava confirmar. — Agora falando sério, como você entrou aqui? — Perguntou enquanto tentava afastar-se dele, afinal, eram apenas amigos... — Por que não deixamos isso para depois? — Tentou beijá-la, mas ela recusou. — Não... Tínhamos combinado que não nos veríamos mais... — Recordou triste. — Sim, eu sei... Mas eu não consigo ficar longe de você... — Admitiu antes de capturar os lábios da morena para um beijo cheio de paixão e desejo. "Há coisas que não mudam..." A morena constatou quando o loiro a deitou no sofá. Ela gostava do jeito feroz com que ele a tratava, a fazia sentir-se desejada, mas ela não queria apenas ser desejada, ela também queria ser amada, e queria ser amada justamente por ele, mas isso nunca iria acontecer, ela não acreditava que aconteceria. — Gosto quando você não usa sutiã. — Afirmou matreiro enquanto beijava o pescoço da morena a fazendo suspirar. Sorriu convencido e aproximou o seu rosto do dela para mais um beijo, mas antes que ele fizesse mais alguma coisa ela o impediu. — Naruto... — Suspirou antes de continuar. — Nós já não temos nada... — O empurrou delicadamente. — Na verdade, nunca tivemos... — Mas se você quiser podemos tentar. — Respondeu esperançoso. — Você sabe que isso nunca daria certo... — Falou triste. — Eu quero um relacionamento sério, quero casar e ter filhos, ao contrário de você... — Levantou do sofá, sabia que o loiro não mudaria de ideias em relação ao relacionamento dos dois. — Além disso, eu odeio a vida que você leva... — Ele levantou para ficar de frente a ela. — E se eu... — O interrompeu. — Não digas coisas de que te arrependas... Você é famoso pela vida de playboy que levas e por seres filho de Minato Namikaze... Além disso, ser pai de família iria continuar a ser um problema enorme para ti... O olhar triste ocupou o rosto do loiro. — É definitivo... Está tudo acabado entre nós... As palavras ecoaram na mente do Namikaze diversas vezes. Era doloroso demais ouvir aquilo, ele só não sabia o quão doloroso era para ela falar aquilo. — V-Você... Você quer mesmo isso?... — Perguntou com medo, ele sabia que ela não ia mudar de ideias, era demasiado teimosa para isso. — Sim, é o melhor para nós... — Não, não é! — Naruto... — Eu tentei ficar longe de você... Mas não consegui... — Ele segurou o rosto dela. — Esse mês inteiro eu pensei em você, e mesmo que eu tenha tentado eu não consegui tocar em nenhuma outra! — Admitiu. — Naruto... — Eu só consegui pensar no teu corpo perfeito, na tua boca saborosa, na tua voz melodiosa... — Ela corou por conta dos elogios. — Isso Little Moon, cora quando eu te elogio. — "Little Moon"... Ela adorava quando ele a chamava assim. — Se nós damos certo juntos, então não temos porquê ficar longe um do outro!... — Ele já tinha aproximado o seu rosto do dela. — Volta para mim Little Moon... Hinata se rendeu aos encantos do Namikaze, era impossível ficar perto dele sem isso acontecer e ela sabia perfeitamente disso. Era sempre a mesma coisa, e se assim não fosse eles não estariam nessa mesma situação durante esses três anos, um não vivia sem o outro, mesmo que fossem apenas amantes. Amantes... A morena não gostava de pensar que eram amantes, mas se ele a mantinha em segredo até mesmo dos pais, então era isso que eles eram. — E-Eu não p-posso... Eu não... Eu não quero mais ser sua amante... — Ganhou coragem para dizer. — Amante? — Perguntou confuso. — Você não é minha amante... — Ai não? Então o que eu sou para ti? — Afastou-se dele e pegou as revistas que estavam na pequena mesa de centro atirando-as contra ele logo a seguir. — Porque de acordo a essas malditas revistas eu sou a d***a do seu brinquedo favorito! — Naruto agachou para pegar e ler algumas das revistas. "... Quando ele não passa a noite em casa passa a noite em um dos quartos desse edifício..." "Quem será a nova diversão do playboy?" "Segundo algumas fontes o Namikaze não tem uma namorada, então ela não passa de mais um caso passageiro." — Hinata... O que essas revistas dizem importa para você? — Perguntou levantando. — Esse não é o ponto... — Tentava manter-se firme. — Mas eu não desviei do assunto principal... — Ele aproximou-se novamente dela. — ... Porque se essas coisas te afetam saiba que não deviam. — Hinata olhou para o lado. Olhar para ele podia a fazer perder o controle. — Hinata, você confia em mim, certo? — Ela mordeu o lábio inferior. — Então acredita quando eu te digo que o que está escrito nessas revistas são apenas fofocas, porque a verdade é totalmente diferente... — Deu mais um passo para ficar ainda mais perto dela e segurou o seu rosto. — Olha para mim Hinata... — Pediu, mas ela não o fez. — Por favor... — Ela respirou fundo e dessa Vez fez o que ele pediu. — Você sabe porquê que eu voltei mesmos após termos nos separado definitivamente? — Porque você ainda não encontrou um novo brinquedo... — Falou com a voz carregada de raiva e dor. — Não digas essas coisas... Não é por isso que eu estou aqui... — Ele apreciava os olhos que tanto o hipnotizavam. As duas luas já não brilhavam como antes, agora estavam apagadas, assim como uma fogueira sem combustível. Era assim que Naruto gostava de pensar na relação que eles tinham. Eles dois juntos eram como uma fogueira, inofensiva quando não possuía um combustível, mas perigosa quando não era controlada. — Eu estou aqui porque finalmente percebi que não posso e nem quero ficar longe de você, e eu sei que você sente o mesmo, e não negues, eu consigo ver isso nos teus olhos. — Hinata baixou o rosto novamente para não o encarar. Mas Naruto ajeitou-se para voltar a olhar para os olhos perolados. — Eu sei que já faz muito tempo que você é só minha... — Hinata corou levemente, era como se tivesses sido pega em flagrante. — ... Assim como eu sou apenas seu. — Os olhos perolados brilharam. — Eu estou apaixonado por você minha Little Moon... — Os seus rostos já estavam próximos o suficiente para os seus narizes se tocarem. — Queres ser minha namorada? Hinata ficou estática, não podia ser verdade, ele realmente a pediu em namoro? Depois de três anos juntos? Ao ver que ela não dizia nada o Namikaze suspirou pesado. — Eu sei que você não acredita, mas essa é a mais pura verdade... Eu não quero ficar longe de você Little Moon e eu admito que eu pensava contar isso enquanto fazíamos amor no seu quarto, mas não faz m*l. — Sorriu após ver a mulher corar violentamente. Ele era demasiado honesto. — O importante é que eu finalmente entendi que te amo... — Ele não estava a espera de conseguir dizer aquilo para ela, especialmente após ter negado para si mesmo inúmeras vezes. — Hinata, você aceita esse loiro i****a que te fez esperar tanto? — Perguntou com um sorriso alargado, ele sabia que ela aceitaria simplesmente porque a conhecia perfeitamente. — E-Eu... — Inúmeros pensamentos passavam pela cabeça da morena, ela queria acreditar no amor que o loiro dizia sentir por ela, mas depois de todas falsas esperanças era quase impossível. — Eu não posso acreditar nisso... Você não me ama, você apenas quer... — Não permitiu que ela terminasse e selou os seus lábios. Era um beijo diferente dos outros que trocaram ao longo do relacionamento e a morena percebeu isso. Então a falta de ar fez-se presente e ele afastou-se ligeiramente dela. — Hinata, eu quero você! — Afirmou. — Mas não como antes, eu quero você como namorada e talvez algo mais no futuro. — Ele foi sincero. — Você aceita Little Moon? — Perguntou esperançoso, tudo que ele queria era ouvir um sim e sair gritando que ela era a sua Little Moon para que todos soubessem que ele a amava e para que todos que a chamaram de "mais uma diversão" vissem o quanto estavam enganados, não por ele, mas sim por ela, pela sua dignidade. — Enquanto eu estiver aqui ela não vai aceitar nada que venha de você! — O loiro trancou a cara, antes de virar e encarar a mulher. — Boa noite... Senhora Aoi... — A mulher de cabelos negros e olhos castanhos o encarava como sempre. Com desprezo. — Para você é senhora Hyuuga! — Falou sem se importar com o constrangimento da filha mais velha. — Aoi... — Hiashi tentou repreendê-la sem sucesso. — O que você faz aqui Uzumaki? — O chamou pelo segundo nome por motivos que todos conheciam. — Eu vim conversar com a Hinata. — Segurou a mão da amada e entrelaçou os seus dedos. — Pensei que não tinham mais nada para conversar... — Dessa vez o Hyuuga mais velho falou. — O senhor estava errado... Hinata olhou para os seus dedos entrelaçados. De certeza que aquela noite era a mais inesperada da sua vida. Primeiro o loiro apareceu de repente no seu apartamento e declarou o seu amor para ela, e agora enfrentava os seus pais? De certeza que aquilo não passava de um sonho, pois era tudo o que ela queria, mas ela sabia que não era possível, principalmente porque aquele amor platónico já havia pisado no seu orgulho, não deixaria isso acontecer novamente, mesmo que fosse um sonho. — ... Eu e a Hinata ainda temos muito o que conversar... — Naruto... — O loiro olhou para ela. — Eu já te pedi para ires embora... — Novamente o coração do loiro apertou, porque ele não encontrava uma única gota de dúvida nos olhos da amada. — Não voltes aqui... Por favor... — O loiro permanecia estático enquanto olhava para a morena. — Você ouviu Uzumaki? Saía daqui! — Falou arrogante. — Hinata... — Tentou falar com ela, mas ela soltou a sua mão. — Vai embora... — Pediu mais uma vez sem desviar o seu olhar do dele. — Não forces nada meu jovem, a Hinata já escolheu... — Hiashi aproximou-se dele e pousou a mão no seu ombro. De cabeça baixa o loiro saiu do apartamento da Hyuuga, se ela não o queria por perto ele não podia fazer nada a não ser aceitar, mesmo que fosse doloroso. — Isso não vai mudar o que eu sinto por ti Little Moon... — Pronunciou antes de fechar a porta após sair. Hinata foi até ao seu quarto, não queria ouvir um sermão da parte da mãe. — Eu vou falar com ela! — Hanabi que até então se mantinha quieta se pronunciou antes de ir atrás da irmã. *** Assim que entrou no carro a primeira coisa que ele fez foi pousar a cabeça no volante. Ele suspirou derrotado. Como ia fazer a sua Little Moon voltar para ele? Porquê que ela de repente já não o queria? O que mais tinha feito de errado? Passou as mãos nos cabelos e logo em seguida pegou o celular e foi até aos contactos, precisava de um conselho, mas quanto mais ele olhava para os inúmeros contactos mais desiludido consigo mesmo ele ficava. Não podia ligar para a mãe porque de certeza que ela o repreenderia e ficaria magoada com ele, não podia ligar para o pai porque receberia uma lição de moral seguida de vários sermões e um olhar de decepção. Então ligou para o irmão mais novo, mas o mesmo não atendeu, talvez fosse melhor assim, apesar de o ter incentivado a se declarar ele não gostaria de saber que a Little Moon de quem o irmão mais velho falava tanto era a sua melhor amiga. Então restavam apenas os seus melhores amigos, mas... ... De certeza que a Haruno o daria no mínimo um t**a. O Uchiha caçoaria dele por estar certo desde o início. E o Nara apesar de ser a melhor opção no momento, não perdoaria o facto de saber sobre a Little Moon apenas agora. Ligou para o Nara que não atendeu por estar ocupado. Bem, restava apenas o Uchiha. "— Estás em casa Sasuke? Preciso de um conselho... — Oi Naruto! — Ah não... Porquê que você está com celular do Sasuke? — Boa noite para você também seu i****a! — Aff, boa noite Sakura... — Assim está bem melhor! — O loiro revirou os olhos. — Agora se você quiser o tal conselho... — Mas eu quero um conselho do emo revoltado e não da rosada agressiva... — Não vai dar querido, ele está a dirigir! Mas se você quiser mesmo falar com ele vem ter connosco no bar de sempre. — Sugeriu. O loiro pensou durante mais um tempo antes de responder. — Está bem..." *** Hinata lia as mensagens no seu celular quando vislumbrou as mensagens que o melhor amigo mandou para ela. "Hina vem ter comigo por favor, esquece os trabalhos por uma vez, amanhã eu ajudo-te a fazê-los é uma promessa!" Ela riu, já tinha dito inúmeras vezes que não ia, mas o amigo era persistente, tal como o irmão mais velho. Ele só queria que ela se divertisse, mas não era uma boa ideia. — Hinata eu preciso falar contigo... — Hanabi entrou sem bater a porta. — Nós já vamos, o papá convenceu a mamã, nós viremos em outro momento, agora relaxa e pensa bem no teu futuro, o Naruto está apaixonado por você, qualquer i****a vê isso, ele pode ser um idiotia, mas ele gosta mesmo de você, até o papá percebeu isso, até a mamã, não que os nossos pais sejam idiotas mas eles não gostam do Naruto, eu também não gosto dele depois de tudo, na verdade, nem sei o que estou para aí a dizer, mas eu... — Foi interrompida. — Hanabi... Respira por favor... — Hinata pediu, a mais nova falava muito, e o pior é que perdia o foco. — Desculpa Hina... — Ela sentou-se na cama para ficar perto da irmã. — O que eu quis dizer é que o Naruto te ama, e você também ama ele, a vossa relação vai contra todas as probabilidades, mas se vocês tentarem, vai dar tudo certo... Eu acho... — Hinata riu. — Hanabi, eu sei que você quer me ver feliz, mas com o Naruto isso não será possível. — Se você dar ouvidos ao que os outros dizem claro que não vai dar certo. Olha só! — Mostrou uma das revistas que estava no chão da sala. — Você não dava importância para isso, mas quando a mamã trouxe essas revistas você simplesmente desistiu dele! — Gritou. — Para de ser facilmente manipulada pela nossa mãe! — Hanabi... — O que aquele génio do m*l disse para te fazer desistir do homem que você ama?! Feitiçaria? Lavagem cerebral?... — Hanabi! — A mais nova calou. — Você tem razão, a mamã influenciou muito na minha decisão, mas ela está certa, o Naruto já pisou muito no meu orgulho, não vou deixar que o meu amor por ele prejudique a minha vida... Não mais... — Pensou em tudo o que viveram até aquele momento. Ela sabia que não podia culpar apenas o loiro e ela realmente não culpava, pois a maior culpada na sua perspectiva era ela mesma. Ela envolveu-se demais, ela entregou-se demais, e principalmente sonhou demais... Tudo começou em uma sexta-feira como aquela. Ela estava no primeiro ano do curso de Arquitetura quando conheceu o Menma Namikaze, ele era colega dela, depois tornou-se amigo e agora eram melhores amigos apesar da confusão que a senhora Hyuuga causou, mas só do ponto de vista do Namikaze, porque ela não se sentia digna daquela amizade. E naquela sexta-feira ele convidou-a para a sua festa de aniversário, ela aceitou, claro que aceitaria, o novo amigo era demasiado especial para que ela recusasse. Mas ela não esperava encontrar o irmão mais velho do amigo... Loiro de olhos azuis, com um sorriso idêntico ao do irmão -na verdade, toda família possuía um sorriso encantador-, e dentre todas as garotas que estavam naquele lugar e naquele momento, ele escolheu ela para dançar. Eles dançaram, conversaram, riram e se divertiram. Trocaram os contactos e no final tornaram-se amigos. Um dia o Namikaze ligou para ela, com a desculpa de ter ligado por acaso. Como se isso fosse possível... Então em outra ocasião ele ligou novamente para ela, na terceira vez ela ligou para ele, uma chamada levou a outra e eles acabaram por marcar um encontro. Depois de cinco meses a morena convidou os irmãos Namikaze para conhecer o seu apartamento. E um dia ele foi para lá sozinho em plena madrugada, os seus olhos estavam inchados e obviamente ele estava exausto. Ele pediu desculpas por estar a incomodar e disse que ia embora, mas a morena pediu que ele entrasse, o amigo estava demasiado exausto para que ela o deixasse ir, então ele entrou e a morena comoveu-se ao vê-lo chorar. Ele chorava porque o irmão estava internado devido a problemas cardíacos. Ele chorava porque tinha medo de perder o irmão mais novo, mas acima de tudo, ele chorava porque não podia fazer isso na frente de mais ninguém. A morena o entendeu perfeitamente. Ela estava no hospital quando viu o amigo a sorrir e a dizer para todos que iria ficar tudo bem porque o irmão era um guerreiro e não permitiria que a morte o vencesse, ele ajudava todo mundo, motivava todos. Mas por dentro ele estava destruído. E foi naquele dia que ela percebeu estar apaixonada por ele. Porque ele abriu o seu coração para ela, porque ele confiou nela mesmo tendo amigos bem mais próximos... Quando o Namikaze mais novo melhorou Naruto e Hinata já estavam mais próximos. Próximos o suficiente para trocarem olhares na faculdade. Próximos o suficiente para ele a apresentar aos amigos. Próximos o suficiente para dormirem abraçados no sofá enquanto viam um filme. Próximos o suficiente para que Minato e Kushina os considerassem um casal. Mas não era assim que ele pensava. Hinata era mulher para casar e ter filhos, nada do que o Namikaze queria. E ele prometeu para si mesmo que não tocaria nela. Porém, a vontade de a ter nos seus braços aumentava a cada dia que passava. Um dia ele precisava de um conselho, então conversaram, o loiro percebeu que ela era uma boa conselheira e a elogiou. Ela corou... E ele gostou... Desde então fazê-la corar tornou-se a brincadeira favorita do loiro. Novamente sozinhos -só que dessa vez no quarto do loiro-, eles assistiam uma comédia romântica. Ouvir o sorriso dela e vê-la corar com coisas mais "quentes" o fazia feliz, além disso, quanto mais ele olhava para ela mais ele a admirava, e quanto mais ele apreciava o corpo coberto pelas peças de roupa mais ele a desejava, e embora ela ficasse envergonhada falou para ele que conseguia perceber que ele a desejava. Ele não negou, por que negaria? Se já era assim tão óbvio não tinha porquê negar. E apesar do rosto totalmente corado ela também admitiu que o desejava. O clima havia ficado tenso, eles não olhavam um para o outro, mas também não olhavam para o filme que já estava na reta final. Então a morena levantou-se para ir embora e ele puxou o seu braço, ela desequilibrou-se e caiu em cima dele -que estava sentado na cama-, os seus rostos estavam bem próximos, mas ele tentava não ceder ao desejo. E não cedeu, mas ela cedeu e o beijou. Ele correspondeu de imediato, era isso que ele queria, porém, o seu beijo não era tão gentil quanto o da morena, o beijo dele era mais bruto, mais possesso, mais avassalador. E embora ele tenha prometido não o fazer, naquele dia ele a fez sua, naquele dia ela se entregou totalmente a ele e se deixou ser amada pela primeira vez. Eles combinaram que aquilo não voltaria a acontecer e que ninguém além deles saberia do que aconteceu. Mas os seus sentimentos acabavam sempre por estragar tudo. Mesmo que o loiro não percebesse ele já estava apaixonado por ela e o que era para ter acontecido apenas naquele dia passou a acontecer com frequência. Naruto pensava que era apenas s**o. Mas Hinata se entregava por amor. Pouco a pouco o loiro foi perdendo velhos hábitos e ganhando novos. Ele já não passava todos os feriados e fins de semana apenas com a família e os amigos, agora ele também passava com a morena. Ele parou de tentar tocar em outras, ou procurar por acompanhantes, agora ele ia a eventos sozinho. Podia ir com a Hyuuga, mas os dois mantinham o relacionamento em segredo. Talvez porque no fundo os dois tinham vergonha. O loiro tinha vergonha de ter quebrado a promessa, tinha vergonha de não poder dar mais de si para ela, e principalmente tinha vergonha de a considerar mais uma das suas aventuras, embora talvez ela fosse realmente mais uma aventura. E a morena tinha vergonha porque não era nada disso que ela tinha planeado para o futuro. Além disso, de certeza que as suas famílias não aprovariam esse tipo de comportamento. Mas se ele não queria mais nada além de boas conversas, conselhos e s**o, então seria assim que ela o conquistaria. E um dia ela decidiu que se ele não a pedia em namoro nem assumia a relação ela o faria. Trabalhando como garçonete no restaurante Flor Uzumaki, ela sabia exatamente quando a família se reunia para comemorações ou simples almoços. E convidou a sua família para jantar também com o objetivo de os apresentar a família do "namorado" e do melhor amigo. Kushina convidou-os para jantar com eles mas eles recusaram de forma educada. Principalmente porque Aoi Hyuuga olhava f**o para a Namikaze. Ela só não esperava que no mesmo dia a sua mãe descobriu do seu relacionamento com o Namikaze por conta das revistas de fofocas que só ela -do ponto de vista das filhas- lia. Ao chegarem no local, Naruto e Menma dirigiram-se a mesa onde os seus pais estavam e sentaram-se, a Hyuuga mais velha reconheceu o loiro na hora. e não pensou duas vezes antes de levantar e ir até a mesa para reclamar com ele. Kushina por sua vez não permitiu que uma desconhecida acusasse e gritasse com o seu filho, principalmente no seu estabelecimento, e se não fosse pelo marido e pelos filhos ela teria sido ainda mais agressiva com a mulher que também só parou por conta da família. E foi aí que tudo terminou. Hinata confessou para o loiro que tinha sido um plano dela, para que as famílias se conhecessem. E em meio às lágrimas ela terminou com ele após confessar estar apaixonada. "... Não sei o que nós temos, mas também não importa mais... Eu quero terminar com isso agora... Eu não quero mais nada contigo... Você não é o que eu preciso para o futuro... Eu prometo que não vou mas sonhar com um futuro ao seu lado... Eu vou fazer o possível e o impossível para nunca mais ser sua..." Essas foram algumas das palavras que a morena citou para ele. Naquele momento o loiro estava a ter um surto de emoções, estava confuso, magoado, comovido, e estranhamente feliz. Tanta mistura de sentimentos o fez ficar paralisado, ele queria dizer alguma coisa para ela, mas nada parecia convincente na sua cabeça. Podia dizer que a amava? Podia, mas talvez não fosse verdade, como ele saberia? Ele só amava a família e os amigos, certo? Ou era assim que ele pensava. Então talvez devesse dizer que não queria que ela se afastasse, mas essas palavras não mudariam a situação, ele a conhecia, dizer aquilo não seria o suficiente. Então permaneceu imóvel, e quando decidiu correr atrás dela, segurar a sua mão e dizer que não queria ficar longe dela por nada, ela já tinha entrado no carro do pai. Ele já deixava as lágrimas caírem dos seus olhos, ele já pedia para ela voltar enquanto perseguia o carro até não poder mais. E para piorar, quando ele voltou para o lado dos pais e do irmão eles disseram que compreendiam perfeitamente o quão difícil era perder uma amizade tão preciosa quanto a da morena. Mas eles não compreendiam, não era só amizade, era algo além do que eles podiam compreender, na verdade, era algo além do que ele podia compreender.

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