03 MARIA LUIZA

1570 Words
18 ANOS ATRAS MARIA LUIZA NARRANDO Escuto dizerem que o barão foi atingido e que esta morto. Sai de casa ouvindo só gritos dos meus pais pra eu não sair, mas ignoro e mesmo assim saio. Sei que depois a brinca vem, o castigo e até uns tapa pode vim a final eu tenho apenas dez anos e o morro acabou de sofrer uma das maiores invasões que já teve. Entro nos becos do complexo do alemão pra chegar aonde disseram que o corpo do barão esta. sim eu sei quem é o dono do morro e, é por isso que estou indo pra lá, pois o filho dele é um dos meus melhores amigos, o meu amorzinho e sei que ele vai esta sofrendo. Entro em uma rua e dou de cara com dois dos nossos amigos Giovani e tomas, eles correm comigo pra o mesmo lugar. Nascemos e crescemos nesse morro e sabemos o quão felipe é apegado ao pai e se barão realmente tiver morrido ele vai esta em pedaços nesse momento. Quando eu e os meninos chegamos na rua da boca, em frente a boca vimos a multidão, ali já sabíamos o que tinha acontecido. Fomos passando no meio de todos que iam abrindo espaço sabendo quem somos para o felipe. Quando chegamos na frente de todos vemos o felipe no chao chorando na frente do corpo do pai e aquilo despedaçou o meu coração. Eu queria correr e abraçar ele, mas os vapores estão barrando todos e se eu tentar passar e eles me barrar felipe pode se irritar com eles e eu vou deixa ele pior do que já esta e eu não quero isso. Chorei ao ver meu amigo e o meu primeiro amor despedaçado. Quando o tio dele falou com o felipe, ele ficou em pé. vi ele olhar pra todos e fixa o olhar em mim, achei que ele correria pra me abraçar como sempre faz quando esta com medo, irritado, ou triste, mas ele não fez e pela primeira vez vi no olhar dele ódio, dor, raiva e uma escuridão que eu nunca tinha visto antes. Sei que tenho dez anos apenas. Mas eu conheço muito bem meus amigos e felipe eu conheço ainda mais que o gio e o tom. GIOVANI- não vai malu._ gio me segura quando eu ameaço a sair do lugar. TOMAS- ele não vai querer ficar com nós agora._ ele fala olhando pra o amigo e eu acho que eles viram o mesmo que eu. Um felipe que nunca vimos antes. MALU- preciso falar com ele._ falo chorando sentindo o peito apertar. GIOVANI- vamos esperar até o funeral acabar._ ele fala e eu concordo. Vi felipe virar as costas e sair como se eu e os meninos não estivessemos ali e isso me deixou em pedacinhos. Vim pra casa e escutei um monte dos meus pais, mas no fim eles me abraçaram e me consolaram pois sabem o quanto eu gosto do lipe. Acabei dormindo no colo dos meus pais e quando eu acordei já era tarde. Corri pra onde disseram que estava sendo o funeral do barão, mas não me deixaram entra. Gio e tom estava do lado de fora em uma de uma arvores que subíamos pra assistir os jogos da quadra. Subi na arvore e vi o felipe mais uma vez em pedaços e quando estavam tirando o caixão pra enterrar o barão, eu desci rápido pra falar com o lipe, mas disseram eu o enterro seria fechado só pra eles e ai eu mais um vez senti o peito apertar e chorei muito por não poder estar com ele de novo. Fiquei horas na praça de frente da boca esperando por ele, ou pelo monstro pra poder ver o lipe e quando eu vi o monstro eu corri até ele. MALU- monstro posso ver o lipe?_ pergunto e ele me olha. MONSTRO- não pode maria Luiza, Felipe já não está mais no morro. _ quando ele fala isso parece que o chaõ se abriu entre os meus pés. MALU- como assim ele não está mais no morro? _ pergunto com o coração acelerado e os olhos cheio de lagrimas. MONSTRO- Felipe decidiu sair do morro para superar a perda do pai. Ele já foi e não se quando, ou se volta para o morro. _ ele fala e eu ainda não acredito. - Melhor voltar para casa e esquecer dele, pelo menos até ele decidir voltar. _ ele fala e eu concordo mesmo não querendo. Viro as minhas costas e caminho de volta para casa. Sabe quando tudo que você sabe e conhece perde o sentido? É assim que eu me sinto agora. Sei, sei tenho apenas dez anos e ainda tenho muito o que aprender. Mas para quem vive em uma comunidade, crescer e amadurecer mais rápido que o normal. A perda nas nossas vidas começam cedo e as veze até rotineira e temos que seguir em frente. Mas dessa vez é diferente. Já perdi o meu vó que era do tráfico em uma invasão, já vi pais dos meus amigos morrendo e agora a maior perda de todas para mim. sei que ainda vou ter muitas perdas. Mas Felipe não era alguém que eu pensei em perder tão cedo e ainda mais assim ele decidindo ir embora sem se despedir. Quando cheguei em casa tentei ligar para ele várias e várias vezes, mas sem sucesso a ligação nem completava. Tentei mandar mensagem nas redes sociais, mas todas já estavam desativada e aí eu entendi que ele foi mesmo e que foi para me esquecer e esquecer todos daqui. ATUALIDADE Escuto o barulhos dos tiros se acalmar e os fogos tomam o céu. Enfim essa merda de invasão acabou. O hospital está cheio, já atendi mais de dez vapores e três moradores feridos por bala perdida. Vamos lá do início, eu me chama maria Luiza, tenho vinte e oito anos. Sou branca queimada de leve pelo sol do rio de janeiro. Meus cabelos são castanho claro e hoje tenho algumas mechas mais claras, mais nada que chame tanta atenção. Meço um metro e setenta e nove de altura, tenho o corpo bem modelado e definido e meus olhos são uma mistura de mel com verde. A sim, eu sou aquela que a dezoito anos atras sofreu a perde de um grande amigo e de um amor que só eu sei como foi forte e difícil. Hoje eu sou médica cirurgia geral aqui no morro do alemão onde eu nasci, cresci fui alegre e triste. Querem saber como foi meu passado? A uma parte já sabem né, mas depois da perda do Felipe, ou da partida dele melhor dizendo eu sofri bastante. Tive que fazer terapia pois fiquei bem m*l em não ter ele por perto. Eu e Felipe éramos muitos próximos desde pequenos, isso porque meu pai e meu avô eram muito amigos do barão. Eu e Felipe crescemos juntos aqui no morro. Quando o pai dele morreu eu pai ficou bem abalado, mas diferente do meu avô, meu pai não era do tráfico e por isso ele não estava na invasão e teve medo quando eu saí de casa para ir até o Felipe. Mas a morte do barão afetou muito o meu pai, assim como toda a comunidade. Viver sem o Felipe foi algo novo, diferente e muito r**m para mim. nos dois primeiros anos fiz terapia pois eu só sabia chorar. Sei que parece demais. Mas eu era uma criança que amava muito um amigo e eu sempre soube que não era só um amor de amigos e, Felipe ter ido embora como foi, mexeu muito comigo. Durante anos eu acordei no meio da noite tendo pesadelos que ele estava sofrendo, sendo ferido e machucado. Não conseguia ver o rosto dele. via ele já adulto, mas não via seu rosto. A cada sonho o meu coração de despedaçava mais e quando eu completei quinze anos os sonhos foram embora junto com uma desabafo que eu fiz no alto do morro aonde eu Felipe, gio e tom sempre ficávamos juntos. LEMBRANÇAS ON MALU- eu sei que você não vai me ouvir e nem tem como me ouvir Lipe, mas eu preciso falar em voz alta para que eu possa me libertar dessa dor. _ falo sozinha no alto do morro. - Por anos você foi tudo que eu tinha de mais importante. Foi meu amigo, meu parceiro, meu confidente, meu estresse e meu grande amor, mesmo sendo tão nova. _ falei e as lagrimas secava. - Essa noite eu não sonhei com você, assim como nos últimos sete dias da semana. Acho que isso é uma coisa boa porque se eu não sonho mais com você que dizer que deve estar bem e é hora de eu seguir em frente. _ falei chorando. - Hoje eu venho se despedir da nossa amizade, de você. Não sei onde está como esta, mas seja como for nesse momento eu me desligo do passado e vou seguir a minha vida sabendo que eu por anos te esperei e busquei por você, mas que no fim você desistiu não só de mim, como de nossos amigos. _ falei e sequei as lagrimas. - Hoje é a última vez que eu choro por você Felipe e te desejo toda a alegria e felicidade do mundo, seja aonde for que estiver. LEMBRANÇAS OFF CONTINUA...
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