Capítulo 2-Miguel

1027 Words
–Amor calma é normal isso, já passamos por isso. —A voz calma e doce de Jacque vem aos meus ouvidos. Estávamos sentados em um banco qualquer ainda perto da piscina esperando Bernardo. Não vou mentir, minha vontade é de chorar em ver tanta dor nos olhos azuis do meu filho, vê-lo desistindo da para entender que a dor estava forte. Depois de alguns anos ele virou essa pessoa fechada, ao meu lado a pessoa mais linda do mundo que tem toda a minha atenção neste momento, seu cafuné e suas palavras doces de consolo são o que me fazem nunca parar de lutar. –Vamos. —A voz rude, mas mesmo assim cansada de Bernardo nós invade. –Que tal comermos algo antes? —Levanto e sugiro para ele que não responde nada. Apenas o vejo sair andando para fora do prédio, me sento novamente derrotado. –De um tempo a ele amor, quando ele está com dor ele fica mais rude ainda. —Ela me da um selinho demorado. A abraço forte e ela corresponde na mesma hora, é difícil ser um psicólogo renomado e mesmo assim não entender o próprio filho, e nem sequer saber o que se passa em sua mente. Seguimos para o carro de mãos dadas, assim que entramos Bernardo estava deitado no banco de trás, com essa correria nem lembrei de lhe dar seu presente. –Achei que iria morar lá. —Ele fala com a voz carregada de asco e amargura, acabo que explodindo com ele. –Esta com pressa? Vai de táxi Bernardo. —Falo segurando tão firme aquele volante fazendo os nós dos meus dedos ficarem brancos. –De boa Miguel. —Bernardo sai batendo a porta com força. Dou um grito alto que mais pareceu um rugido dando um soco no volante, e apoio minha cabeça no mesmo. Jacque começa a passar suas mãos em meus cabelos, deixo as lagrimas caírem como uma cachoeira, eu não aguento mais, eu preciso achar a cura pro meu filho . –Não aguento mais amor... Eu quero meu menino de volta... Eu dei tudo de mim... Eu tentei. —Digo sentindo o arrependimento, eu não sei onde eu errei. –Shi... Você foi o melhor pai para ele Miguel ele só esta perdido, confuso, tem que dar tempo ao tempo amor... Você melhor do que ninguém deveria saber disso. —Ela fala limpando minhas lagrimas. –Deixei de ser o super herói dele... E nem percebi... Nem se quer sei quem ele se tornou.- Sussurro para ela, me sentindo pior ainda. —Porque não tira ferias? Então passa mais tempo com nosso menino, vamos pra casa amor. Dou um beijo demorado em minha mulher e ligo o carro e seguimos para casa, o caminho inteiro ela fica ali me dando apoio e fazendo planos com Bernardo, assim como quando ele era pequeno. Não sei o que seria de mim sem ela, sei o quanto ela ama a mim e ao Bernardo o suficiente para nunca me abandonar e nem desistir de nós. Assim que chegamos em casa damos de cara com Bernardo dormindo no sofá. –Minha criança... Será que ele ainda gosta de lasanha? —Jacque fala passando suas mãos no cabelo lisos de Bernardo que nem se mexe. Bernardo é alto com seu 1,70 de altura, seus cabelos lisos castanhos escuros, seus olhos são azuis como a de sua mãe, suas poucas sardas nas bochechas que puxou de Emily. Seu corpo grande, mas não tão musculoso era tão eu na adolescência só a Emily conseguiu me domar... –Como não te amar mulher. —Lanço um sorriso para ela. Sigo até a cozinha, juntos começamos a fazer a comida ,conversamos, demos risadas e até guerra de comida acabou tendo. Havia muito tempo que eu não me divertia assim, ri tanto que minha barriga estava doendo. –Vamos tomar um banho amor. —Digo a abraçando por trás sorrindo igual um adolescente bobo. –Depois de limparmos a cozinha. —Ela começa a rir assim que começo a beijar seu pescoço. Agarro minha mulher pela cintura lhe dando um beijo apaixonado após dez anos e parece que nada mudou entre nós, que nosso amor continua vivo. –Amor pare, comporte-se. —Ela diz dando uma gargalhada assim que roubo um selinho seu acabo rindo ainda mais com sua gargalhada. –Posso comer em paz? —Paro de beijar ela para encarar um Bernardo com a cara amassada. Jacque sai dos meus braços me deixando sozinho e indo em direção ao nosso filho que a olhava atentamente. –Filho você ainda gosta de lasanha? —Jacque abraça o Bee pelas costas, observo o dois escorado no balcão. Ela estava linda com um sorriso enorme nós lábios, encaro o Bernardo sério esperando que ele não fale nenhuma grosseria. –Sim mãe, eu gosto de lasanha, posso comer? Tenho um compromisso. —Ele não fala rude ou com desdém, mas também não tem nenhuma emoção. Jacque da um beijo no rosto dele e até então parece não perceber. –Vamos subir amor? —Ela diz me olhando com um lindo sorriso. –Pode ir subindo amor, eu já vou... —Espero ela subir as escadas totalmente até sumir das minhas vistas. –Aonde você vai? –Sair. —Ele me responde simplesmente. –Responde minha pergunta. —Digo a ele que me olha com a boca cheia. –Vou pular de Asa Delta. —O olho com cara de interrogação, não sei o que é, mas não gostei. –Não. —Digo com as mãos escoradas na mesa ao seu lado, seus olhos estavam nós meus. –Não? Você sabe que eu já pulei duas vezes? —Como eu saberia se você nunca me falou. –Você também nunca perguntou o que faço todos os dias a tarde. —Ele fala de boca cheia e ainda rude. –Vou tomar banho, e você não vai pular seja lá do que. Digo a ele que me encara f**o pego sua muleta sem ele ver e subo para meu quarto, antes de abrir a porta respiro algumas vezes para desacelerar a respiração.
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