Cayo
A Gabi virou uma sombra grudenta, daquelas que não sai nem com água quente. m*l a Analu deu o primeiro sinal de que talvez — só talvez — pudesse me perdoar, a mãe do meu filho começou a infernizar minha vida com uma força que até o capeta teria inveja.
O telefone não parava. Era mensagem atrás de mensagem, sempre com desculpa esfarrapada.
— Zyon tá com febre, não sei o que fazer.
Chegava lá, o moleque tava zero bala, vendo vídeo no celular.
A gota d'água foi quando ela apareceu no meu serviço. Eu tava no ponto, esperando corrida, quando a moto dela parou do lado. Desceu com o Zyon no colo, aquele sorriso falso estampado na cara.
— Cadê o pai desse menino, hein? Tá tão ocupado que esqueceu que tem filho?
Os outros motoboy ficaram olhando. Zyon se jogou pra mim, e eu peguei ele.
— Gabi, pelo amor de Deus. Tô trabalhando.
— Trabalhando ou enrolando a patricinha? Porque pelo que ouvi, você tá de volta dormindo fora, né?
Meu sangue ferver.
— A minha vida não é da sua conta.
— Vira conta quando é o pai do meu filho que tá se fazendo de b***a por uma mina que daqui a dois meses te troca por um playboy milionário.
Foi difícil.
Difícil não gritar.
Não xingar.
Mas eu me segurei. Porque o Zyon tava ali, com os olhos arregalados, e a Analu... a Analu tava me dando uma segunda chance. E eu não ia estragar tudo de novo.
Consegui me livrar da Gabi com a promessa de pegar o Zyon no fim de semana. E aí, finalmente, fui encontrar a Analu.
A gente se via em motéis baratos, sempre com a sombra da Gabi pairando. Mas quando a porta do quarto fechava, era só nós dois. E o sexo... o sexo era nossa única linguagem que ainda funcionava perfeitamente.
Naquele dia, porém, ela surpreendeu.
— Quero ver onde você mora, Cayo.
Meu estômago embrulhou.
Minha casa não era um motel. Era a minha vida real, crua e sem enfeites.
— É humilde, Ana Luísa. Não é seu mundo.
— Eu quero ver. — ela insistiu, com aquele jeito teimoso que me derretia por dentro.
Então levei.
O coração batendo na boca, subimos a ladeira do morro, a moto fazendo curva até chegar na casa de porta verde, com a tinta descascando.
Minha mãe estava na sala, vendo novela. Quando viu a Analu, seus olhos arregalaram.
— Nossa, Cayo, você não avisou que trazia visita!
— Dona Maria, muito prazer. — Analu cumprimentou, educada, sem nem pestanejar com a simplicidade do lugar.
Minha mãe, santa mulher, fez café, encheu a pia de louça suja, e depois, sorridente, falou:
— Vou sair, vou pro pagode da Neide. Vocês ficam à vontade.
Jogou uma chave pra mim.
— E tranca a porta, hein, meu filho?
E saiu. Deixou eu e a patricinha sozinhos na minha realidade.
— Esse é o meu quarto. — falei, abrindo a porta.
Era pequeno.
O colchão no chão, as roupas penduradas num varal, as paredes com pôsteres de bandas de rock. A jaqueta de couro preta pendurada atrás da porta.
Analu olhou tudo, demorando em cada detalhe. E então sorriu.
— É você. Tudo aqui grita você.
Puxei ela pra perto.
— E você gosta do que grita?
— Eu gosto de você. — ela sussurrou, e essa simples frase me deu mais esperança do que qualquer outra coisa.
A gente se beijou ali mesmo, na porta do quarto. Era um beijo diferente — não só de desejo, mas de aceitação. Ela estava no meu território, no meu mundo, e não tinha fugido.
A atmosfera no quarto mudou instantaneamente. O beijo que começou suave e conforme nossas línguas se enrolavam se transformou em uma fome devoradora. Aquele não era mais um momento de descoberta, era de posse.
Minha boca encontrou a dela com uma urgência animal, minhas mãos agarrando seu rosto, depois descendo para seu pescoço, esmagando seu corpo contra o meu até sentir cada curva se moldando em mim.
— Você é minha, Analu. Só minha, p***a — grunhi, minha voz um rosnado gutural contra seus lábios enquanto eu arrancava a blusa dela, o sutiã de bojo caindo num estalo.
— Cayo... — ela gemeu, um som ofegante e submisso que fez meu p*u latejar de vontade dentro da calça.
Empurrei ela para o colchão no chão, a queda foi suave, mas a dominância foi absoluta tanto que ela riu, safada. Meu corpo sobre o dela, peso e calor. Minha boca encontrou seus s***s, chupando, mordiscando os m*****s até ela gritar, seus dedos se enterrando no meu cabelo, puxando.
— Quero ouvir você gemer, minha p*****a. Grita meu nome — ordenei, enquanto minha mão descia, rasgando a calcinha dela num puxão seco. Enfiei os dedos naquela bucetinha já encharcada, sentindo ela se contrair em volta deles.
— É isso aqui que é meu, não é? Essa bucetinha toda melada é só do seu Cayo.
— É sua! p***a, é toda sua! — ela gritou, xingando, arqueando as costas, se oferecendo pra mim.
Virei ela de bruços de um jeito brusco, um tapa na sua b***a deixando uma marca vermelha na pele perfeita. Ela gemeu mais alto, enterrando o rosto no travesseiro. Abri as nádegas dela e cuspi no seu cuzinho rosa, vendo o músculo se contrair.
— Esse buraquinho minúsculo também vai ser meu hoje. Todo meu, seu cuzinho apertado.
Ela só gemeu em assentimento, perdida no desejo. Posicionei a cabeça do meu p*u na entrada da sua bucetinha melada e enfiei de uma vez, até o fundo, sentindo ela se esticar e se adaptar a mim num gemido longo e rouco. Comecei a f***r com força, segurando seus quadris com uma garra que certamente deixaria marcas roxas. O som do nosso suor, das nossas peles se chocando, dos meus saco batendo nela, encheu o quarto pequeno.
— Toma, sua gostosa. Toma todo meu p*u — rosnava, cada investida mais profunda, mais possessiva.
Depois de gozar dentro da sua bucetinha, não dei tempo para ela se recuperar. Virei ela de novo, suas pernas sobre meus ombros, e mergulhei meu rosto nos s***s dela, lambendo, chupando, fazendo ela tremer e suplicar por mais.
Meu p*u já estava duro de novo, latejando de necessidade. Passei minha cabeça no seu cuzinho, pressionando.
— Abre pra mim, sua vagabunda. Esse cuzinho é meu também.
Com um gemido que era metade dor, metade puro êxtase, ela cedeu. Pra entrar foi um inferno de aperto e calor, e eu fodi aquele cuzinho com uma fúria possessiva quando senti tudo dentro, mordendo seu ombro para abafar meus próprios gritos, segurando seus s***s com força.
— Você é uma gostosa, toda apertadinha. — eu gemi no ouvido dela.
— Me fode Cayo, fode tudo.
Ela gritou, gozando gostoso, suas contrações me levando junto para o meu segundo orgasmo, jorrando dentro do seu cuzinho com um urro abafado em seu pescoço.
Desabei sobre ela, ofegante, nosso suor misturado, o quarto cheirando a sexo e a nós. Ficamos assim por um tempo, até nossa respiração acalmar.
Ela se aninhou contra meu peito, e por um momento, naquele silêncio suado, tudo parecia possível.
Dormimos entrelaçados no colchão no chão. Pela manhã, acordei com ela ainda nos meus braços, seu cabelo loiro espalhado no meu travesseiro.
A paz.
A maldita paz que só ela me dava.
E então, ouvi vozes na cozinha. A Gabi. Tinha vindo cedo, com o Zyon, claro. E estava falando com minha mãe.
Fiquei tenso, mas Analu ainda dormia. Até que...
— ... ele mudou, Maria. Desde que foi preso, nunca mais foi o mesmo.
O coração parou.
Merda.
Analu se mexeu ao meu lado. Seus olhos se abriram, ainda sonolentos, mas alertas. Ela tinha ouvido.
— Preso? — ela sussurrou, sentando-se na cama.
Saí do quarto como um raio.
— Gabi, cala a p***a da boca!
Mas era tarde demais. Analu veio atrás de mim, enrolada no lençol, o rosto pálido.
— Você já foi preso, Cayo?
Minha mãe olhava, constrangida. Zyon, assustado. A Gabi, com um sorrisinho de satisfação no canto da boca.
— Ana Luísa, deixa eu te explicar.
— É simples, Cayo. Foi ou não foi?
A Gabi não me deixou responder.
— Foi, sim. Seis meses, por ter batido em um cara num bar. Virou homem no presídio.
O chão sumiu debaixo dos meus pés. Analu me olhou, e eu vi tudo desmoronar de novo nos olhos dela.
A decepção.
A raiva.
A sensação de ter sido feita de trouxa.
De novo.
— É verdade? — ela perguntou, e a voz dela trêmula era pior que um grito.
— Ana Luísa, foi quando eu era moleque, não tinha direção...
— Você me jurou que não tinha mais segredos! JUROU!
Ela não gritou. Falou baixo, mas cada palavra era uma facada.
— Primeiro seu filho. Agora isso. O que mais, Cayo? Tem uma família escondida? É casado? Me conta tudo de uma vez, pelo amor de Deus!
Tentei segurar o braço dela.
— Por favor, deixa eu me explicar direito.
Ela se soltou, com uma força que me surpreendeu.
— Chega de explicações. Chega de mentiras. Eu devia ter aprendido da primeira vez.
E foi pro quarto, se vestiu com movimentos rápidos e precisos. Eu fiquei parado, assistindo, impotente.
Quando ela terminou de se vestir.
Minha mãe tentou interferir.
— Moça, ele mudou, ele é um bom homem agora...
Analu nem olhou. Pegou a bolsa e passou por mim na porta.
— Analu, por favor.
Ela parou, e me olhou nos olhos.
— Você não aprende, Cayo. E eu não posso mais ensinar.
E saiu. Deixou a casa, a ladeira, minha vida. De novo.
Dessa vez, a culpa não era só da Gabi. Era minha. Por achar que dava pra esconder o passado. Por achar que ela nunca descobriria.
A Gabi veio até mim, com aquele sorriso de falsa pena.
— Era melhor ela descobrir agora, Cayo. Do que se envolver mais e sofrer depois.
Olhei pra ela, e pela primeira vez, a raiva foi maior que a responsabilidade.
— Sai da minha casa, Gabi. E não volta nunca mais.
Peguei o Zyon no colo — ele estava chorando — e entrei, fechando a porta.
Mas o estrago já estava feito.
De novo.