Davi Narrando - Continuação Minha mãe entrou no quarto igual uma general entrando na guerra, com um cabide em cada mão e determinação o suficiente pra me fazer perder a paciência só de olhar. Ela nem pediu licença — só abriu a porta, entrou e jogou tudo em cima da cama como se eu fosse um boneco de vestir. — Aqui, ó — ela apontou com o dedo, como se eu fosse cego. — Camisa branca de botão, calça social preta, meia, sapato… tudo aí. Se arruma. Você vai pra empresa. Eu fiquei olhando pra roupa como se fosse uma sentença de morte. A Isabela, do outro lado, parecia empolgada. EU, não. — Eu não vou — resmunguei, mais pra mim do que pra elas. Mas a Isabela já tinha vindo pro meu lado como se eu tivesse acabado de dizer “me ajuda, por favor”. Ela simplesmente ignorou meu humor, meu tom, m

