ISABELA NARRANDO Eu tava sentada ali no banco do jardim, com as pernas cruzadas, sentindo o vento quente bater no rosto e olhando o Davi observar a própria casa como se fosse a primeira vez que estivesse vendo aquilo tudo. Ele tava calado, mas não era aquele silêncio grosseiro, não. Era outro. Um silêncio… pesado. Meio reflexivo. Meio perdido. Meio irritado por existir. Ele olhava pra piscina, pro gramado perfeito, pros carros, pra fachada enorme da mansão como se estivesse tentando lembrar que tudo aquilo ainda era dele. E eu, do meu lado, ficava tentando decifrar cada músculo do rosto dele mesmo ele fingindo que não tava me dando moral nenhuma. Eu respirei fundo e falei do nada, sem rodeio porque com ele não adianta rodeio: — Por que você não quer voltar pra empresa? Na hora que eu

