O humilhado é exaltado

1277 Words
Raul Duarte teve seu "reinado" próspero na fazenda Rosa branca até o dia que começou a se envolver com apostas em cassinos. Esse vício foi sua "queda". De um poderoso fazendeiro de renome passou a ser um homem endividado e falido. Para piorar a situação Nicolas o filho mais velho não tinha nenhum juízo na cabeça e passou a se envolver com drogas o que o levou a interna-la em uma clínica cara para salva-lo de um futuro trágico. Ele não teve coragem de encarar os olhos da filha para dizer que estavam prestes a perder tudo que possuíam. Ainda mais com a vinda de Isabelly da França para morar na fazenda depois que havia se formado. Ela estava tão entusiasmada em ajudar o pai nos negócios que não falava em outra coisa. Tu do que ele esperava era um "milagre". As dúvidas eram impagáveis e o banco já havia informado que poderia importar a fazenda e suas terras de caso ele não apresentasse a quantia que havia feito empréstimo para pagar seus jogos. Ele só tinha duas opções, colocar uma corda no pescoço e deixar seus filhos na miséria ou encontrar uma solução que no momento parecia não existir. Enquanto Raul Duarte quebrava a cabeça pensando em como "tapar o sol com a peneira" diante de todos que o conheciam, André havia recebido uma carta que pedia que ele fosse a cidade vizinha com urgência. A carta não tinha remetente, era apenas uma carta cheia de formalidades jurídicas que solicitava sua presença no fórum de justiça da cidade há quinze quilômetros dali. Não era nada comum um simples "peão" como ele receber cartas como aquela. Mas precisou deixar o trabalho e ir ver do que se tratava. Sua vida não tinha nenhuma novidade mesmo, estava curioso para saber o que o destino havia lhe reservado. André estava muito magoado com Isabelly, ela o havia humilhado perante os demais empregados aquela semana. Ele pode sentir o calor de seu ódio por ele quando se aproximou para comprimenta-la quando ela passou por ali fiscalizando tudo com sua agenda na mão. Isabelly era c***l, o olhou da cabeça aos pés, maneou a cabeça e disse: ___ De todos você é o mais inútil! Até hoje não tem uma carteira registrada? Quer dar problemas ao meu pai? (Ela disse o encarando) Seu beleza física era um "doce veneno" que o embreagava e o deixava em êxtase. Ela era uma moça linda, esguia em seus 1,76 de altura, um corpo com curvas delicadas, sorriso delicado, pele morena, cabelos longos pretos e ondulados e os olhos, aqueles belos olhos cor de esmeralda que tanto o infeitiçava. Mas pode dentro Isabelly era "podre" não tinha pena de trata-lo menos que um animal: ___ Seu pai nunca me disse que precisava me registrar... (André respondeu quase sem voz) Os rapazes, seus colegas riram enquanto ouviam a conversa nada agradável entre ele a filha do patrão. Ela mantinha sua postura autoritária, como se já fosse a "patroa": ___ É um verdadeiro i****a! (Disse enquanto passava por eles) André mordeu os lábios de nervoso quando ouviu sua ofensa. Já estava farto de ser humilhado daquele jeito. Estava cansado de amar uma mulher como Isabelly que jamais poderia corresponder esse puro amor. "Talvez nem seja amor e sim carência" Ele pensava tentando se distrair da sua raiva. Os rapazes gargalhadas dá forma como André ficava magoado quando Isabelly o afrontava. Não era assim que queria ser tratado por ela, na verdade não era dessa forma que gostaria de ser tratado por mulher alguma. Aprendeu valores com seus pais adotivos e sabia exatamente o que esperar de uma mulher e o mínimo que poderia exigir era respeito. Indignado com aquela humilhação que não era a primeira vez, puxou o braço de Isabelly a fazendo parar. Ele havia perdido a cabeça, a paciência que ele vinha tendo com seus insultos havia chegado ao fim. Foram quase 15 anos suportando a forma rude com que ela o tratava. Todos se silenciaram quando presenciaram aquela cena. André que sempre se mostrou calmo a pacífico agarrou a filha do patrão com violência. Os olhos escuros de André fuzilavam em direção ao rosto petrificado de Isabelly, ela estava em choque, não esperava por aquela reação dele: ___ Essa vai ser a última vez que me desrespeita entendeu?(Disse André com a voz carregada de raiva) A face de Isabelly se enrubeceu, ela estava cheia de ódio enquanto o encarava e se debatia para que se livrasse de suas mãos: ___ Quem você pensa que é para me ameaçar?(Disse ela quase gritando) ___ Sou o homem que foi escravizado por seu pai durante todos esses anos e não vou mais aceitar sua arrogância e sua falta de educação! (Ele disse apertando seu braço) Isabelly sentiu a dor que a pressão de suas mãos faziam contra sua pele, gemeu baixinho, segurando o choro. As lágrimas se represaram em seus olhos verdes mas não ousaram cair na sua frente. André a soltou e deixou a fazenda na sua velha camionete. Já sabia que seria despedido, não esperava o perdão de Raul Duarte. Ele sabia que havia ido longe demais afrontando a "filhinha mimada" de seu patrão. Ela era a menina de seus olhos, não ficaria sem tomar uma atitude para recompensar o que a filha passou. André foi para a cidade saber sobre o conteúdo daquela carta. Estava disposto a "cair" no mundo sem destino. Não teria a cara de p*u de voltar a fazenda e muito menos se humilhar pedindo o perdão aquelas pessoas que lhe fizeram tão m*l. Ele buscaria um sentido para sua vida, encontrar uma mulher amável que o aceite. Deixaria de ser a vítima e tentaria escrever sua própria história longe de tudo que lhe tirava a paz. Assim planejava, porém o destino já havia traçado sua história. O conteúdo daquela carta mudaria sua vida de maneira drástica e avassaladora. Ele não teria tempo nem para planejar seu futuro e tudo aconteceria sem que pudesse fazer nada. ... Coincidentemente ao que acontecia a André, cidade pequena a fofoca corria em uma velocidade impressionante. O advogado fanfarrão que cuidava dos negócios de Raul Duarte já sabia que o empregado humilde que cresceu naquelas terras era na verdade um " sortudo" filho de um empresário bilionário. O nome de seu pai era Lúcio Damaceno, se envolveu com uma empregada e a engravidou. Seus pais para evitar o escândalo na época enviou a empregada para capital a fim de esconder sua gravidez nada desejada pela rica família de Lúcio. A jovem empregada por nome Estela não teve recursos para se sustentar e ninguém queria empregar uma mãe solteira, adoeceu perto de dar a luz e veio a óbito assim que André nasceu. Vinte e cinco anos depois o advogado de Lúcio descobre o que havia acontecido com Estela e o paradeiro do bebê que havia nascido. Investiga o orfanato em que André viveu seus primeiros meses de vida até chegar as terras de Raul Duarte. Ali vivia o herdeiro de Lúcio Damaceno. De garoto órfão e pobre a um homem bilionário. Raul Duarte não conseguia acreditar em uma só palavra que saia da boca de Getúlio seu advogado. Lembrou-se com vergonha e arrependimento das muitas vezes que desprezou aquele menino que só queria carinho e atenção e o tratava como um "escravo" que trabalhava duro dia e noite em troca de lar e comida. Nem mesmo educação lhe permitiu possuir, o menino somente sabia ler e escrever porque os empregados mais velhos o ensinou. E aquele momento saber que aquele menino que foi por ele muitas vezes humilhado era o homem mais rico da região.
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