Capítulo 6

1190 Words
Flávia narrando: Sai do escritório dele, eu ainda estava sem entender como seria minha vida dali em diante. Felipe começou a tomar outro rumo com o carro e fiquei bem curiosa. — onde estamos indo? — pergunto. — ao shopping... — fazer o quê? — compras... você está usando isso desde ontem. — ele me olha com despeito. — claro que não... você viu que eu pedi a mochila, pra pegar essas roupas. — digo. — e aquilo que trouxe acha que vai durar até quanto? 3 dias? Uma semana? — tanto faz... eu não pretendo viver com você a vida toda. — dou de ombros. — e não vai, mas se vai estar comigo as coisas vão mudar. — então me deixa buscar mais roupas na minha casa. — não! — você quer que eu seja outra, já vi tudo. — reviro os olhos. — chega de papo e vamos logo. — ele diz e permaneço calada. Chegando no shopping ele me guiou a várias lojas, porém ele que ficava escolhendo o que eu ia usar, o que era aquilo? Eu pegava um modelo e ele escolhia outro. (...) — agora eu vou ter que usar esses pedaços minúsculos de tecido que você acha bonito? — digo. — uma mulher tem que agradar seu homem, e você fica bem assim, sensual... — eu to parecendo uma prostituta! E eu não sou sua mulher, não seja ridículo! — me irrito no provador. — Flávia! Você vai usar e ponto. Eu quero vê-la bem sexy. Precisa se vestir como mulher. Já passou essa fase de menininha de jeans e moletom — ele gesticula. — eu não sou tão mulher como pensa! Tenho 22 anos ainda. Tenho o direito de me vestir como acho melhor! — digo. — não enquanto estiver comigo. E pare de me responder. — ele diz e eu fico perplexa, ele queria uma mulher ou uma boneca pra controlar? (...) Mais tarde ele passou em um restaurante, pegou comida pra nós e pro Henrique que estava lá na casa. Sentamos na mesa e eu só ficava pensando em como ele era ridículo. — não quer comer, Flávia? — Henrique pergunta percebendo minha cara de poucos amigos perante a comida. — não... eu tô sem fome. — respondo encarando a mesa. — pois não era o que me dizia, pare de fazer gracinha e coma. — Felipe diz irritado e eu o encaro. — deixa de ser chato, eu não sou obrigada a fazer nada. — me levanto e saio da mesa. — Tem que ter paciência com essa garota. — ouço ele dizer depois que me tranco no banheiro. — porque você insiste nessa história? Ela não gosta de você, de estar aqui... — ouço Henrique falar. — não me diga o que fazer! E.. eu não posso, tenho algo a cumprir. Mas se quer saber ela gosta de mim, pode parecer que não, mas ela gosta. Devia ter visto como foi ontem... mas deixa pra lá, intimidades eu guardo pra mim. Só faltava mesmo ele contar tudo que fizemos. Eu estava bem arrependida de ter transado com ele, não pelo ato, mas sim pelas atitudes ridículas dele. Eu não sei quando tempo vou aguentar. •••••••••• Passado alguns dias, eu estava com Eliza na porta de um salão de festas. Era uma festa privada, como daquela vez no clube. Eliza fumava enquanto eu tomava meu vinho. Minha mente ia pra longe e voltava. Felipe estava lá dentro, provavelmente bebendo e fumando também. Desde aquele dia na mesa eu não consigo olhar na cara dele. Tive que atura-lo, principalmente na cama, se não fosse o fato dele ser bom com certeza aquilo seria a gota d'água. (...) — Felipe estava lá dentro dançando com uma garota. — ela diz. — eu não ligo. — digo. — pois devia ligar, eu ouvi ele dizer que vai levá-la pra casa... ou seja, vai dormir com ela e você vai ter ir pra outro quarto. — que? Mas eu não vou mesmo... ele que vá para o raio que o parta com ela, mas lá não, minhas coisas estão todas lá... — será que são só pelas coisas? — que? — lhe encaro. — você... não gosta dele... ou gosta? — claro que não, ele é ridículo. Estou aguentando firme minha parte do contrato, não sabe como eu sofro. — olha... disso eu sei, mas não duvido que não tenha se apaixonando por ele. — porque está dizendo isso? Que bobagem! — porque ele é atraente, autêntico, mandão... a maioria das mulheres não gostam de homens que são ofuscados, ele tem uma personalidade marcante. — você esqueceu da parte do agiota, chato, ridículo e insuportável! — hm.... cuidado com o que diz... esse ódio vira amor em... — ela ri. — nunca, Eliza! — digo com raiva — eu espero mesmo.. se não ai que você vai sofrer. — ela diz e fico pensativa. — e então, vai la ou não? — eu vou.. vou chamá-lo pra ir embora, vocês estão de carro né? — sim, vai lá.. até depois. — até, boa noite. Entrando no salão de festas eu vejo ele todo animado com as mãos envolvidas na cintura de uma morena. Dava nojo só de ver a forma como eles se olhavam, eu serrei os olhos, era nojento, mas eu tinha que ir lá. — Desculpe atrapalhar a vossa majestade indigna, mas eu quero e preciso ir embora. — digo com ironia diante deles. — que isso agora? Desde quando você diz o que faço ou não? — ele pergunta e a garota nos encara. — vamos, ou não? — digo com firmeza. — meu bem hoje ele é meu, não entendeu? — a garota diz. — eu não estou falando com a galinha, e sim com o dono do galinheiro. Vamos ou não vamos, Sr Scott? — digo com autoridade e ele ri. — olha que hoje ela tá o perigo. — ele estava achando legal me ver com raiva? — sinto muito Val... outro dia a gente termina. — isso mesmo Valzinha, Val pela sombra! — faço o trocadilho e a moça se afasta. — ei não trata assim a minha amiga. — eu não me importo. Vão se ferrar, eu preciso dormir! — dormir... sei. — nem vem com esse papo, eu quero sossego. — sigo caminhando até o carro e ele vem abrindo a porta. — Porque você queria ir embora? — por mil motivos... — encaro o vídro da frente. — quais? — você estava bem animado, eu estava com sono, e outra que se continuasse com aquela garota eu sei que ela iria parar na minha cama depois. — na sua cama ou na nossa? Não achei que se importasse... — ele ri. — eu não me importo, não gosto que misture as coisas, se você quer estar comigo, então no meu canto não deita ninguém. — hm... vou tentar entender isso. O seu canto você se refere a mim, ou a cama? — ele sorri. — a cama, né! chega de falar merda, Felipe.
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