Flávia narrando:
— que?
— eu vi você caçando a chave... e você ainda não poderá sair desde que eu perceba que você realmente não vai fugir.
— olha, por mais que eu queira, não posso! Acha que não vi os inúmeros seguranças do lado de fora?
— sim... tem razão. Mas de qualquer forma eu prefiro assim. — ele pressiona seu corpo contra o meu.
— eu to com fome! — me irrito — será que não posso nem levantar pra comer?
— pode... pode... mas você vem comigo.— ele se levanta. Tira a chave de dentro da cueca e abre a porta.
— você é nojento. — digo vendo onde a chave estava.
— você não disse isso quando meu p*u estava dentro de você. — ele pisca me deixando com raiva.
Chegando na cozinha em me sentei de frente ao balcão. Apoiei a cabeça e la fiquei.
— o que vai querer? — ele pergunta se virando e poxa vida, ele era gato. Não queria admitir, mas que homem, que homem!
— Eu... não sei... um sanduíche talvez. — volto a encarar o chão.
— por essa você não esperava, né?
— o que? — pergunto.
— ter alguém fazendo um lanche assim pra você a essa hora.
— não mesmo, ainda mais alguém com você! — dou de ombros.
— o que sabe sobre mim? — ele me pega com força.
— nnnada, eu não sei nada.
— ora, não se faça de boba. Diga, o que sabe? — ele me encara.
— então me solta! Que eu digo.
— tá — ele se afasta — diga.
— que você é agiota... perigoso... galinha...
— que? Galinha? — ele cruza os braços.
— sim, já estou sabendo que você pega todo mundo, e francamente que nojento!
— menina, eu sou solteiro. Alias, era... porque agora eu tenho você né... — ele ri e se aproxima de mim.
— eu não sou nada sua... só estou cumprindo minha parte. — me afasto.
— ainda! e que parte boa, me diz? Dormir com alguém como eu. — ele ri e se gaba.
— como assim ainda? eu não sou vagabunda! Não entendo porque escolheu ferrar com a minha vida.
— não grite! E eu não estou ferrando com a sua vida, seu pai que ferrou a dele, e respingou em você, eu fiz o certo. — ele se altera — Ele perdeu, perdeu você. E se quer saber a verdade, quem ferrou você foi eu... e que ferrada boa. — ele diz com malícia.
— seu nojento! — saio dali abandonando meu lanche. Corro pro primeiro quarto que vejo e me tranco.
— Flávia!! abre essa droga de porta.
— não!! Vai se ferrar! — começo a chorar outra vez. O que seria de mim? Meu Deus que vida!
— abre, agora!! Ou eu derrubo isso.
— não... me deixa em paz... me deixa dormir! — digo chorando.
— não deixo não menina, se afasta se não eu vou derrubar!!!
— o que tá havendo aqui patrão? — um dos seguranças entra.
— a garota se trancou aí, por acaso tem outra chave?
— não, Sr. As outras chaves ficam com o Henrique e ele só vem amanhã de manhã.
— que droga! Flávia você não vai se safar dessa!! — ele dá um soco na porta e sai. — choro por mais um tempo e depois vou até a janela. Chego e vejo que bem ali tem um segurança. Eu estava cercada e não conseguiria fugir. Meu ódio era tanto que não conseguia me controlar. Soquei tanto aquele travesseiro que fiquei com dó do coitado. Eu demorei, mas dormi.
Acordei com a cabeça e o corpo bem doloridos. Demorei a entender onde estava. Comecei a me lembrar do dia anterior e de toda intensidade que passei. Foi meu primeiro dia com ele, e a primeira noite foi bem pesada. Eu ainda estava bem dolorida da relação s****l.
Suspirei depois que me lembrei que a noite não havia acabado nada bem. Eu provavelmente serei punida de alguma forma por ter enfrentado ele. A porta se abriu e era Henrique.
— Flávia...
— oi... eu posso sair? Estou com fome. — digo de uma vez.
— não você não pode. Felipe me disse o que aconteceu ontem. Você ainda não entendeu né?
— não mesmo. Ele pode me dizer absurdos e eu não posso achar r**m?
— você pode achar o que quiser, mas não pode agir como quiser. Entendeu a diferença?!
— Argh... que saco. Será que posso falar com ele?
— não. Ele já saiu pra resolver algumas coisas, provavelmente só volta a tarde.
— resolver... ele saiu pra cobrar mais vítimas... — digo.
— esse é o trabalho dele. E você devia temer ve-lo agora. Olha, seu café da manhã será só isso. — ele me entrega uma vitamina de morango.
— o que? Tá maluco? Eu vou morrer de fome! — digo.
— você se comportou m*l ontem, e não terá o luxo que teria se tivesse dormido com ele.
— aí me poupe. Eu transei com ele, não era isso que ele queria?
— eu não quero saber. Mas você tem que fazer o que ele quer, ou... as consequências virão. — ele me encara.
— aí que ódio! Que ódio.
— reclame o quando quiser, e tome sua vitamina. — ele me entrega.
— e Eliza, pode vir aqui depois?
— não sei... talvez.
— por favor! Já me basta ficar aqui o dia todo.
— eu vou ver, mas não prometo. — ele sai e fecha a porta.
Fiquei ali entediada. Esse quarto também possuía banheiro, então depois de um tempo aproveitei e tomei um banho enquanto a água caia eu fechei os olhos escutei um barulho e me cobri.
A porta do banheiro se abre bruscamente.
— Ahhh!! — eu grito.
— ei!! Sai desse chuveiro logo, você tem que vir comigo. — era Felipe, apesar da forma grosseria ele me olhou de cima abaixo.
— eu tô tomando banho, e pare de me olhar assim!
— nada que eu não tenha visto ontem, inclusive, você parece ter memória curta, cuidado como fala comigo.
— olha... é sobre isso que eu tinha que falar com você. Mas o Henrique disse que você só viria a tarde.
— eu pedi pra ele te falar isso. Mas vamos, se seque logo.
— tá... tá... — digo e me viro de costas. Volta encara-lo e vejo que nesse exato momento ele olhava minha b***a.
— tarado. — digo e ele ignora saindo do quarto.
Olho sobre a cama e lembro que não tinha uma roupa limpa. Droga, como eu ia sair dali agora?