Depois que o Alan foi embora nós três entramos, marcos se dispediu da gente e foi ao encontro do seu grupinho.
- Quantos anos seu primo tem? – Pergunto ainda pensando em alan, lembrando de sua altura perto da minha, da sua cor de pele e seu sorriso simpático.
- Dezoito ué – responde ele procurando alguma coisa dentro da mochila, eu fiquei quieto por não querer perguntar novamente, mas acho que ele entendeu – ta falando do Alan? Acabou de fazer trinta anos.
- Sério? Não parece, eu não daria mais de vinte e cinco – digo enquanto as lembranças voltam novamente.
- Com certeza você daria mais – Diz ele, parei, olhei sem entender e depois que entendi o duplo sentido eu caí na gargalhada, eu ainda estava me acostumando com o humor do daniel.
Após as aulas quando eu estava me preparando para ir embora um carro passa perto de mim e abaixa a janela.
- MÃOS PRO ALTO – Diz a pessoa antes de cutucar minha cintura, eu parei e fiquei apavorado, depois de alguns segundos em silêncio eu escuto uma gargalhada familiar e olho pra ele incrédulo.
- Você tem problema?! – Digo totalmente exaltado enquanto tento acertar ele dentro do carro.
- Desculpa, eu não aguentei, mas e aí? Bora lá pra casa? Podemos usar a piscina – Diz ele com o sorriso enorme, e eu já estava empolgado.
- Só deixa eu ligar pra minha mãe e pedir, você sabe né, eu moro longe – Ele apenas assentiu e eu me afasto do carro.
Ligação on
"Alô, mãe? Eu posso ir na casa do dani? Promento não sair tarde"
"O meu bebê, vocês se conhecem a dois dias apenas, acho melhor não"
"Por favor mãe, é minha primeira vez sendo convidado" – Fasso a minha melhor voz melancólica.
"Ok, mas eu quero você em casa antes de mim e do seu pai"
" OBRIGADO, beijo, te amo"
Ligação off
Entro no carro e ele liga o som, quando começa a tocar a música Swalla de jason Derulo nós olhamos um para o outro e começamos a cantar junto, ele para o carro e começa a dançar em cima do banco, eu apenas olhava e ria da tentativa dele de rebolar de joelhos.
Vinte minutos depois nós chegamos na sua casa, era uma casa grande de dois andares, com um jardim na frente e uma área de lazer atrás, a casa estava vazia pois os pais dele estavam trabalhando, almoçamos e ficamos um tempo em frente a TV esperando a preguiça passar.
- Ei bora pra piscina? – Diz ele pulando do sofá totalmente animado, dá onde vem tanta energia?
- Tem alguma sunga pra me emprestar? – digo olhando pra mim mesmo, nunca que eu entraria somente de cueca na piscina.
- Tenho, mas é capaz de ficar mais apertada, porque eu não tenho b***a, e olha pra sua – Diz ele rindo e dando um tapa na minha b***a que deu eco na casa inteira.
- AI! Ta bom, não tem problema – Digo tentando revidar o tapa.
Subo pro banheiro e troco de roupa, e realmente minha b***a ficou enorme nessa sunga, estava até com vergonha, mas só estavamos nós dois, qual é o problema né? Desço a escada apenas de sunga, passo em frente a cozinha e quando eu estava quase saindo eu escuto um pigarreo, olho pra trás e quase corri pra colocar uma roupa.
- Oi novamente angel – diz ele rindo e afrouxando a gravata.
- Hm... Oi, cadê o dani? – Meu deus, porque ele tinha que aparecer quando eu to sem roupa?
- Foi pegar uma roupa pra mim, ta muito calor pra eu ficar de terno, não sabia que você estaria aqui – Diz ele se virando e pegando uma garrafa de água dentro da geladeira.
- Nem eu, vim de última hora, hum... Fala pra ele que eu to na piscina – Digo apontando pro lado de fora e começando a andar, mas aí eu lembro da sunga apertada na b***a, eu só queria andar de costas e tampar isso, AAAA f**a-SE, virei e comecei a andar devagar e com cautela, eu sabia que ele estava encostado no balcão virado de frente pra mim, cheguei do lado de fora e lá estava marcos, MERDA, fui direto e pulei na piscina, antes de ele me ver, depois de um tempo de baixo d'agua eu volto a superfície e lá estava os três me olhando.
- Oque foi? – Pergunto procurando alguma coisa de errado em mim e começando a ficar nervoso.
- Nada, apenas observando o tamanho da sua b***a pelo reflexo da água – Diz dani rindo junto com marcos e alan ainda estava me encarando seriamente mas desta vez usando apenas uma bermuda e chinelos, riso sem graça e volto a afundar na água.
Passamos o restante da tarde na piscina, e eu por vergonha evitava sair muito ou pegar sol virado com a b***a pra cima, nunca fui muito de mostrar meu corpo, lá pras quatro eu falei que teria que ir embora pois era duas horas de ônibus, alan me convenceu a ficar falando que iria me levar até em casa de carro, então eu fiquei mais uma hora.
- Vamos angel? – Diz ele fazendo um cafuné na minha orelha, fiquei um tempo recebendo esse carinho antes de responder, pois é, depois dessa tarde nós quatro acabamos ficando mais próximos, eles tinham vários gostos em comum comigo, foi uma tarde legal.
- Vamos, tchau gente, até amanhã – Dou um abraço no dani e um beijo na bochecha do marcos e saímos.
Durante o caminho eu não sabia oque falar com ele, quando estamos sozinhos cada um se retrai e ficamos apenas nos olhares e era cada um mais profundo que o outro, chegando na minha cidade, eu queria fechar a janela mas eu gostava da sensação do vento batendo no rosto, então onde o carro passava e me viam dentro do carro eles cuchichavam.
- Qual o problema? – Pergunta ele reparando na comoção que a nossa chegada causou na cidade.
- Nenhum, esse povo que não sabe cuidar da própria vida, eu sou conhecido como o viadinho da cidade, mas nunca me viram com nenhum homem antes – digo e num lampejo eu percebo oque eu disse e comecei a ficar nervoso novamente.
- Sério? Porque mora aqui ainda? Você não deve nada a eles – diz olhando as ruas e seguindo o caminho que eu disse mais cedo.
- Meus pais gostam daqui, e eu não ligo pra tudo isso, se eu quiser beijar um homem na frente deles eu vou fazer – Digo e só depois eu reparo no que eu falei novamente, então desviei o olhar pra rua, chegando em frente a minha casa parece que tava tendo festa, os vizinhos estavam só esperando eu sair do carro, mas eu fiquei lá, parado olhando pela janela do carro.
- Ei, não precisa ficar assim, eu to aqui com você, ninguém tem nada haver com a sua sexualidade – Ele diz e pega na minha mão que estava pousada em cima da minha coxa.
- Obrigado, eu só estou cansado desses olhares sem sentido pra mim – e era real, eu sentia uma pressão enorme.
- Vem, vamos dá um motivo – Diz ele e sai do carro, abre a minha porta e me puxa pela mão, fecha a porta e alisa o meu cabelo, eu esqueci das coisas em volta e apenas foquei nele sendo carinhoso comigo, ele colocou os braços envolta da minha cintura e fomos andando até a minha porta.
- Pronto, está entregue, e quando alguém falar alguma coisa pra você, levante a cabeça e diz "Fiz mesmo, e daí?", Você só depende de si mesmo, e dos seus pais, claro – E antes que ele fosse embora eu passei os meu braços pelo seu pescoço e lhe dei um abraço sussurrando um obrigado, ele me dá um beijo no canto da minha boca e sai sorrindo, antes de eu fechar a porta eu mando um tchauzinho para todos os vizinhos e fecho.
- O meu deus, oque eu fiz? – Eu estava extremamente atordoado, passo a mão onde ele deixou o beijo e caio sentado no chão.