Vítor
Depois que deixei o contrato no quarto dela, estava descendo as escadas. Pareciam longas e íngremes. Não sei porque estava me sentindo m*l e não entendia a mudança de humor dela. Tentei me convencer de que não era culpa minha… Mas tinha que ter feito alguma coisa. Não podia ter deixado o Bernardo falar daquele jeito com ela. Isso estava me incomodando demais. Que inferno! Cheguei na sala e sentei no sofá. Nem quis ir para sala de jantar, acho que perdi o apetite… Logo vi a Maria se aproximando perguntando se poderia colocar mais um prato na mesa. Soltei o ar pesadamente, depois me inclinei para frente e disse:
― Não precisa. Acabei de vir lá do quarto da Sophia…
― Ela não vai descer? ― Perguntou. Olhei para ela, que estava esperando a minha resposta.
― Não. Ela não quer descer. Depois você leva o jantar para o quarto dela, pois estou sem apetite… ― Ia ameaçar me levantar e me lembrei das roupas dela que estão no carro. ― Já ia esquecendo. As roupas da Sophia estão no meu carro, pega e leva para o quarto dela. ― Sugeri para ela fazer isso. Que balançou a cabeça concordando.
Então me levantei do sofá e fui até a cômoda, onde deixo a chave, depois acompanhei ela até o carro que estava lá fora para pegar as sacolas e mochila para ela levar para minha morena. Enquanto ela ia para o quarto da Sophia, fui para sala e me joguei no sofá, e deixei a minha mente vagar. Essa noite foi longa, muitas emoções e acontecimentos. Agora vou relaxar um pouco depois disso tudo. Encostei a minha cabeça no sofá e fechei os olhos. Mas veio ela nos meus pensamentos, comecei a me lembrar quando ela estava no meu quarto. Sentindo cada parte do seu corpo. Como ela é gostosa demais! Como queria sentir aquele corpo mais uma vez… Mas tento afastar esses pensamentos da minha mente, p***a foi tão bom senti-la ali na minha frente e ainda se entregando para mim. Mas também não quero magoá-la. Ela já passou por muita coisa e não quero que ela se sinta desse jeito… Que merda estou falando? Abri os olhos e me inclinei para frente e apoiei meus cotovelos nas minhas pernas. Eu nunca me preocupei assim! Me encontrava com uma gostosa, trepava e depois ia embora. Agora estou preocupado? Que merda está acontecendo comigo?
― Vítor? ― Ouvi uma voz me chamando. Ergui a cabeça para ver quem era, notei que era o meu irmão.
― Oi Bernardo. O que você quer? Já sei, veio saber se entreguei a p***a do contrato para a Sophia. Está feliz?
― Não é bem assim. Eu queria saber se está tudo bem com você. Parece preocupado. Está preocupado com essa garota? ― Perguntou.
Respirei fundo, sinceramente, não esperava essa pergunta dele. Bernardo e eu sempre fomos próximos, mas depois que soube dessa doença, ele ficou estranho. Não sei explicar, ficou protetor e querendo resolver tudo. Eu que deveria fazer isso, pois sou irmão mais velho, era a minha obrigação. Mas parece que mudaram as coisas. Ele parece sincero e preocupado.
― Eu estou bem, Bernardo. Só um pouco cansado. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. ― Respondi. Ainda estava sentado no sofá, em seguida ele sentou ao meu lado.
― Entendi. Mas se precisar conversar, estou aqui. Não precisa ficar guardando tudo pra si.
Fiquei surpreso com a oferta dele. Olhei para o meu irmão.
― Obrigado, Bernardo. Eu aprecio a oferta.
Ele balançou a cabeça e se levantou do sofá.
― Bom, vou à mesa jantar. Por falar nisso, você viu a Maria? Já está na hora do jantar e não sei onde ela está. ― Indagou, estava de pé perguntando da nossa empregada.
― Mandei que levasse as coisas da Sophia para o quarto dela… ― Estava explicando para o meu irmão e olhei para o lado, ela estava descendo as escadas às pressas. Nos viu e se aproximou.
― Boa noite senhor Vítor e senhor Bernardo! ― Nos cumprimentou. Eu e meu irmão acenamos a cabeça para ela. ― Desculpa a demora. Agora mesmo vou pôr o jantar à mesa e também, senhor Vítor… ― Deu uma pausa. Depois virou seu rosto para mim. Olhei para ela, erguendo a sobrancelha.
― Sim, pode falar Maria. ― Inclinei meu corpo para frente e a fitei.
― Só quero dizer que vou colocar mais um prato na mesa. ― Ela disse sorrindo.
Em seguida ela se virou e saiu. Nem esperou eu falar, mas ouvi passos vindo das escadas. Virei o meu rosto para ver quem estava vindo. Não acredito no que estou vendo! Dei um salto do sofá para olhar melhor. Ela estava deslumbrante!
― Sophia! ― Exclamei enquanto ela se aproximava. Ela estava usando um vestido vermelho justo que realçava suas curvas e seus cabelos estavam soltos. Ela me olhou com um sorriso tímido no rosto e fiquei sem reação por alguns segundos. ― Você está linda! ― falei finalmente.
― Obrigada, Vitor. ― Ela respondeu, corando levemente. ― A Maria me sugeriu vestir esse vestido para eu jantar… Mas acho… Acho que exagerei…
― Exagerado? De jeito nenhum. Você está perfeita, ― falei sorrindo para ela.
Bernardo, que observava a cena, pareceu ficar entediado e se intrometeu.
― Ok, ok. Vamos comer que estou com fome. ― Ele disse, indo em direção a sala de jantar.
Sophia e eu seguimos para a mesa, puxei a cadeira para ela se sentar, e passamos a desfrutar de um delicioso jantar preparado por Maria. Durante toda refeição não conseguia tirar os olhos da Sophia e, aparentemente, ela também não conseguia tirar os olhos de mim. Eu não sei explicar, mas me sentia bem ao lado dela. Acho que vai ser bom ter ela aqui.