Sophia
Estava na mesa com o Vítor e seu irmão. Bom, ele não deu muito assunto. Mas o Vítor não parava de olhar para mim. Quando estava lá no quarto, não sei se deveria, mas a Maria me convenceu e acabei vestindo aquele vestido. Ela também insistiu para me maquiar. Nunca fiz isso, falei para ela. O bom, que ela me ajudou e com os cabelos também. De volta à mesa, percebi os olhares do Vítor, confesso que isso me deixou um pouco envergonhada. Tentei manter a conversa com ele, mas aqueles olhos azuis pareciam um oceano que a qualquer momento vai me puxar, só de pensar nisso sinto um calor. Volto a terminar de comer. Que delícia de comida, tenho que dizer que a Maria tem mãos de fada. Até me fez lembrar do Tomás. Como será que ele está? Tento não pensar em Tomás, pois sei que é melhor deixá-lo para lá. Mas não consigo evitar de pensar nele e também estou com saudades. Percebo que o Vítor olha para mim, dessa vez com um sorriso tímido. Acho que ele notou que estou distraída e pergunta se estou bem. Respondo que sim e volto a comer, tentando não olhar para ele. Terminamos o jantar, Maria se aproxima para pegar os pratos. Vendo ela fazendo me ofereço para ajudá-la.
― Maria quer ajuda? ― Pergunto. Ela olha para o Vítor e depois olha para mim.
― Não precisa senhora. ― Ela respondeu. Depois virou-se e foi para cozinha com a bandeja levando nossos pratos. Ia me levantar mas o Vítor segura o meu braço me impedindo. Que volto a me sentar.
― Sophia, esse trabalho é da Maria. E também você pode sujar esse seu lindo vestido e não ficaria bom. ― Mencionou. Depois soltou o meu braço. Olho para frente e noto seu irmão me encarando.
― Você tem razão. Desculpa por isso… ― Abaixei a cabeça e depois encolhi os ombros. me senti sem graça por ter feito isso. Logo sinto a mão do Vítor tocando no meu rosto, acariciando. Viro para olhar para ele.
― Não fica assim, Sophia. Não foi nada demais. E não precisa se desculpar, você fez isso com boa intenção. ― Ele respondeu, com um sorriso confortante no rosto. Me senti mais tranquila com suas palavras e com o seu gesto de carinho.
― Obrigada Vitor. ― Falo, com um sorriso tímido no rosto. Ele sorriu de volta e sinto o meu coração acelerar. Como é possível eu me sentir assim, tão atraída por alguém que conheci faz pouco tempo?
Maria volta da cozinha e traz a sobremesa. Um delicioso pudim de leite condensado que me faz salivar só de olhar. Comemos em silêncio. Mas agora a tensão entre mim e Vítor vai diminuindo um pouco. O irmão dele começa falar do novo projeto lá na empresa que estão trabalhando, Vítor fica conversando sobre esse novo projeto, escuto atentamente, tentando entender o que eles estão falando. Depois do jantar, me despedi do seu irmão e Vítor me acompanhou até o meu quarto. Assim que chegamos no meu quarto, abro a porta e entro em seguida. Me viro e noto que ele está encostado no umbral da porta me observando.
― O que foi? ― Pergunto, olhando para ele.
― Você está tão linda nesse vestido… Que não consigo pensar…
― Obrigada, Vitor. Você também é muito bonito. ― Respondo. Sentindo minhas bochechas corarem. E a atenção dele me faz sentir especial, e a atração entre nós parece estar ficando intensa nesse momento.
Ele dá um passo em minha direção, ficando bem próximo de mim. Seus olhos encontraram os meus e posso sentir o meu corpo queimar por dentro.
― Sabe… Eu não consigo parar de pensar com você vestida desse jeito… ― Sussurra, sua voz rouca envia arrepios pela a minha pele.
Meu coração dispara e não consigo formular uma resposta. Não sei explicar o que está acontecendo comigo, mas acho que não vou conseguir me segurar? Ele está mais perto de mim, pude sentir sua respiração. E minha respiração começa a ficar mais pesada com essa aproximação dele. Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Fecho os olhos sentindo sua mão fazendo esse gesto, em seguida sinto seus lábios tocando os meus.
― Está me dando uma vontade de beijar esses lábios. ― Sussurra levando suas mãos no meu rosto, abro os olhos e mantém o olhar fixo em mim.
Eu hesito por um momento, mas a atração é mais forte e me deixa levar pelo momento. Os lábios dele se encontram com os meus em um beijo cheios de desejo e paixão. Minhas mãos instintivamente buscam o contato com o seu corpo, enquanto nossos corações batem aceleradamente em sintonia. O tempo parece parar ao nosso redor e todas as preocupações e medos desaparecem. Neste momento, não importa mais o que está acontecendo comigo ou que vai acontecer depois. O que importa é o presente, o calor do seu corpo contra o meu e tenho certeza que estamos vivendo uma conexão única e avassaladora. É uma mistura de felicidade, paixão e leveza, tudo ao mesmo tempo. O beijo é intenso e envolvente, como se nossos lábios estivessem dançando em perfeita harmonia. Cada toque, cada movimento é carregado de desejo e amor. Nossos corpos estão entrelaçados, buscando saciar a fome que sentimos um pelo outro. As mãos dele percorriam meu corpo, explorando cada curva, enquanto as minhas se afundam em seus cabelos, segurando-o mais próximo a mim. O mundo ao nosso redor desaparece, tornando-se apenas um borrão sem importância. O beijo se prolonga, como se o tempo estivesse suspenso por pura magia. Deixo-me levar pela onda de sensações que percorre meu corpo, entregando-me de corpo e alma a esse momento tão intenso e avassalador. Então ele me leva até a cama. Estávamos deitados ainda envolvidos naquela paixão e de repente ouço um celular tocando. Logo viro o meu rosto e notei que o toque estava vindo da minha mochila. Curiosa, me desvencilho dos braços dele e me levanto rapidamente para pegar o celular na minha mochila. Com uma mistura de ansiedade e expectativa, desbloqueio a tela e reconheço esse número, é do Tomás. Fico em silêncio e me pergunto se devo atender, mas o que o Vítor vai pensar? Meu Deus, o que faço?