— O que está fazendo o quê? — A voz de Giovanni soou nos meus ouvidos como um estrondo, me arrancando à força daquele transe onde eu fingia que a vida era só um sonho r**m. Não era uma fantasia. Não era um devaneio romântico. Era a maldita realidade nua e crua — e, para piorar, um pesadelo com cheiro de hospital. Eu me encolhi, segurando a barra da minha blusa com força, como se aquilo fosse me proteger da verdade. Virei o rosto para o corredor estreito, esperando — implorando — que algum milagre acontecesse. Que aparecesse alguém dizendo: “Brincadeira, pegadinha do hospital!” Ou, sei lá, uma médica saísse ajeitando o jaleco e eu pudesse gritar “eu sabia!”. Porque, juro por Deus, eu perdoaria ele se fosse isso. Uma médica. Uma enfermeira. Qualquer coisa mais fácil de engolir. Mas não. Nã

