Capítulo 19: A Verdade Sobre Liandra

1679 Words
Olivia Hayes A investigação começara na noite anterior, com o peso do silêncio na minha alma e os diários de Liandra bem guardados na bolsa. Enquanto Alessandro dormia, exausto pelas confissões ardentes de cada dia, eu senti uma urgência feroz: precisava compreender a mulher cujo nome lançava sombras sobre nosso amor. Se queria me unir a Alessandro plenamente, era imperativo quebrar o ciclo doentio de mentiras e segredos que nos envolvia. Saí do apartamento sob o manto tênue da madrugada, vestida com roupas discretas, o cabelo preso em um coque simples. Cada passo ecoava na calçada, como se a própria cidade contivesse o fôlego. As luzes amareladas dos postes jogavam sombras dançantes nas fachadas, e a brisa trazia um sopro de frio que me despertava para a missão. Dirigi-me ao escritório de Sergei, um edifício imponente de mármore n***o cuja entrada fora o palco de tantas festas aristocráticas. Sabia que não encontraria Sergei lá — era tarde demais para isso. Mas os arquivos, registros de antigos eventos e contratos, poderiam revelar pistas. Entrei pela porta dos fundos com um crachá falso que preparara, lembranças de uma vida passada em que falsificar identidades era apenas rotina empresarial. O corredor principal exalava mofo e luxo esquecido. Na sala de arquivos, fotografei etiquetas de caixas: "S. Liandra — Projetos Pessoais" e "S. Volkov — Contratos Especiais". Era perturbador ver o nome de Liandra na corporação. A primeira caixa revelou pastas de reuniões, recortes de jornais sobre reinaugurações e fotos dela em coquetéis com Sergei. Liandra era mais que submissa; era sua sócia e parceira promovida publicamente. Enquanto fotografava tudo, algo cintilou no fundo de uma das gavetas: um envelope lacrado com cera vermelha, o mesmo selo “S” que Sergei usava. Abri-o com cuidado e encontrei documentos médicos e um laudo de inquérito policial. O carimbo do hospital dizia: “Entrada: 12 de março de 20XX — Queimaduras de 2º e 3º grau — Falecimento: 17 de março de 20XX.” Li disse que Liandra não morrera apenas por inalação de fumaça, mas também por complicações de infecção hospitalar — uma negligência grave. E, no relatório do médico legista, havia uma nota: “Paciente recebeu atendimento tardio. Procedimentos de esterilização não foram corretamente aplicados. Possível conivência profissional.” O ar me faltou diante daquela descoberta. Mesmo depois de confessar a Alessandro que Liandra morrera por inalação, eu não percebera a dimensão da culpa de Sergei: ele não só a deixou à mercê do fogo, mas possivelmente manipulou o tratamento para agravar seu sofrimento. Essa verdade horripilante desenhava um monstro muito maior do que aquele que ele se esforçava em ser nos arquivos da minha consciência. Fotografei também e‑mails internos, trocados entre médicos e executivos do grupo Volkov indicando instruções para manter o caso “baixo perfil”. Sergei, ao que tudo indicava, exercera influência direta para assegurar que Liandra não sobrevivesse — protegendo, assim, não só sua reputação, mas seu poder absoluto sobre mim e qualquer inimiga que ousasse desafiá‑lo. Cada fragmento que descobria me fazia sentir parte de um enredo sádico e c***l, onde o amor, a dominação e a morte se mesclavam sem limites. O peito se apertava com a culpa de amar alguém capaz de tamanha monstruosidade. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia um fio de determinação: se amava Alessandro, precisava ajudá‑lo a enfrentar o fantasma de Liandra — e livrá-lo de Sergei de uma vez por todas. Armei‑me de coragem e saí do escritório antes que qualquer segurança me flagrasse. No caminho de volta, revisitei mentalmente cada cena íntima que compartilháramos: as correntes visíveis sobre a cama, o fogo dos nossos corpos, a fluidez do desejo que nos permitia existir mesmo em meio ao caos. Havia algo de luminoso em nosso amor, apesar das chamas que Sergei alimentara contra nós. Quando cheguei ao apartamento, Alessandro ainda dormia. Assisti‑o por alguns segundos, observando as linhas finas de cansaço em sua testa — ele se despedaçava por mim, carregava o fardo de Liandra. Desculpei‑me em silêncio, então me despi em silêncio, permitindo que o toque de minha própria pele me reconectasse ao corpo e à mente presente. Vesti apenas a lingerie rendada que ele sempre elogiou e me sentei na cama, a luz da lua insinuando‑se pela janela. O quarto exalava nosso cheiro — misto de sexo, suor e desejo. Então ele acordou, os olhos encontrando os meus com urgência. — Ainda acordada? — perguntou, a voz rouca de sono. — Precisamos conversar — respondi, sentindo o coração disparar. — Encontrar Sergei não basta. Descobri como ele garantiu a morte de Liandra. Sua expressão virou de preocupação para raiva contida. Deslizou para fora da cama e veio até mim. — O quê? — rosnou, cerrando o punho. — Liandra não morreu apenas pelo fogo — expliquei, a voz firme, embora a fúria me tremesse. — Houve negligência e até ações deliberadas para impedir seu tratamento. Sergei… ele a condenou duas vezes. Ele fechou os olhos, lutando contra a dor, e então me puxou para um abraço apertado. — Eu… — engasgou. — Eu nunca contei a você tudo que fiz por ela. — Agora sei — respondi. — E quero… eu preciso compartilhá‑lo com você. Mas não para acusá‑lo, e sim para… para enfrentarmos isso juntos. Ele me ergueu, carregando‑me até a escrivaninha, e me deitou sobre o tampo frio. Seus dedos deslizaram pelas minhas costas, acomodando‑me, e seus olhos refletiam traços de desejo e dor. — Então prove que confia em mim — murmurou. — Mostre‑me que não sou só uma sombra de Liandra. O clima mudou num estalar de dedos: a vulnerabilidade se transformou em fogo. Ele se inclinou e me beijou com urgência, dominando meus lábios sem pedir permissão. Eu correspondi, as mãos explorando o contorno de seu rosto, a urgência crescendo no peito. — Domine-me — sussurrei, voz falhando de emoção. — Exija o que quiser. Seus olhos brilharam com a promessa de violência e ternura. Soltou-me sem retirar o olhar e puxou um cinto de couro do criado‑mudo. Sem pensar, me apoiei nos cotovelos, e ele amarrou meus pulsos juntos, acima da cabeça, prendendo‑me ao suporte da escrivaninha. A restrição me fez sentir desamparada, mas essa mesma impotência acendeu um fogo interno: eu precisava sentir cada centímetro de seu poder, provar que o amava apesar de tudo. Ele tirou o paletó e a gravata, o corpo se aproximando do meu com uma lentidão premeditada. Seus dedos roçaram a rendinha da minha calcinha antes de puxá‑la para o lado, expondo‑me ao sopro quente de sua respiração. Sentada na superfície fria, tremia de expectativa, meu corpo pronto para o que viesse. — Você se lembra do gosto da minha boca? — perguntou, voz rouca. — Do sabor que eu deixo em você? — Lembro… — gemi, a voz embargada. Ele abriu o fecho do sutiã com um movimento calculado e a mão percorreu cada curva dos meus s***s, apertando-os com força lenta, mesclando dor e prazer. Em seguida, abaixou‑se para minhas coxas, o rosto desaparecendo no êxtase de me provar de novo. Senti os lábios dele envolvendo meu c******s, a língua percorrendo em círculos precisos, e um gemido alto escapou de meus lábios. — Alessandro… — arfei, os dedos cravados no couro da escrivaninha. — Não pare. Ele alternava sucção e pressão, explorando o meu ponto fraco enquanto suavemente balançava a cabeça, confirmando que era ali que ele me dominava de verdade. A entrega de cada suspiro meu o encorajava, e eu sentia o poder dele crescer — o mesmo poder que havia quase destruído Liandra. Mas desta vez, eu era sua amante, não sua vítima. A confiança que eu depositara nele me transformava em coautora daquele momento de luxúria. Quando finalmente alcancei o ápice, meu corpo se arqueou, e ele me sustentou firme, o rosto inclinado em minha i********e, compartilhando cada gota de g**o comigo. — Diga meu nome — exigiu, a voz carregada de posse. — Alessandro! — gritei, o nome dele ecoando na sala. Ele subiu a cintura para mim, a calcinha escorregando, e penetrou-me com suavidade antes de acelerar o ritmo de forma brutal, dando‑me cada vez mais fundo, como se quisesse gravar minha essência em seu corpo. Os sons do couro rangendo e nosso ritmo frenético preenchiam o quarto, a scena tão explícita que o ar parecia vibrar de erotismo e redenção. Quando o choque final do prazer nos consumiu, ele urrou meu nome, expulsando‑me no ápice do seu próprio g**o. Nós dois ficamos entrelaçados, corpos ofegantes, o mundo lá fora reduzido a meros vultos de perigo. Recuperando o fôlego, abri os olhos para encontrá‑lo olhando‑me com um misto de ternura e melancolia. — Agora você sabe… — murmurou, acariciando minha face. — Que, mesmo dominando‑me, eu ainda te amo sem medo. Sorri, a confiança repentina inflamando meu peito. A máscara de pavor havia caído por instantes, e restava a chama pura do nosso amor. Mas então o celular dele vibr…ou. Olhei o visor e vi, na tela, uma nova mensagem de texto: “Encontro marcado: Amanhã, meia‑noite. No lugar em que tudo começou. Não falte. — S.” A pulsação reiniciou no meu âmago. Sergei não só jogava conosco, mas traçava o ponto de encontro onde o caos nascera: a antiga mansão de verão, palco da tragédia de Liandra. O frio subiu pela minha espinha. Olhei para Alessandro, os olhos se encontrando numa troca silenciosa de determinação. — É lá que termina — disse, a voz firme. — Ou começamos de novo. Ele apertou minha mão e inclinou-se para me beijar, seus lábios selando nossa aliança para o que viria. Enquanto a noite nos envolvia, as correntes invisíveis do passado se tornaram elo de um destino que só nós dois escreveríamos, juntos, entre a sombra de Liandra e a luz de nosso amor.
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