O vento de Palermo soprou mais frio naquela noite. As ruas estavam em silêncio, mas o submundo inteiro murmurava o mesmo rumor: “O Don voltou.” Dentro da mansão Inferno, Amira observava as chamas da lareira. O fogo refletia no copo de whisky em sua mão, enquanto o nome de Lorenzo se repetia em sua mente como uma maldição. Ele estava vivo. E o inferno, que antes pertencia a ela, agora tinha dois tronos. Rosetta entrou sem bater. — Está tudo confirmado. Ele assumiu o controle de Nápoles. Amira não reagiu. — Quantos homens? — Cem, talvez mais. Metade eram nossos. Ela pousou o copo na mesa. — Então metade da minha alma ainda pertence a ele. Rosetta hesitou. — O que vai fazer? Amira levantou o olhar, o brilho gélido contrastando com o fogo atrás dela. — Vou convidar o fantasma

