O ódio por sentir

1365 Words

Amira se odiava por sentir. Era simples assim. Não havia poesia em sua confusão, nem desculpa aceitável para a fraqueza que queimava dentro dela. Depois daquela noite — o toque, o olhar de Lorenzo, o controle e a entrega misturados num mesmo fôlego —, ela passou dias tentando entender o que restava de si. O quarto ainda cheirava a ele. Um perfume amadeirado e c***l que invadia os lençóis, os pensamentos, a alma. Amira queria arrancar o cheiro da pele, mas cada vez que passava a mão sobre o pescoço lembrava do modo como ele a segurou — firme, dominador, porém quase… humano. E era isso o que a enlouquecia: o fato de, por um instante, ter acreditado que Lorenzo Valente podia sentir algo além de posse. Ela se levantou, caminhando de um lado a outro, tentando afastar a lembrança do toque dele

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