A noite caiu sobre a mansão Valente como um véu denso de chumbo. Os ventos traziam o cheiro distante da chuva, mas também algo mais sombrio — o pressentimento de guerra. No escritório principal, Lorenzo estava de pé, olhando pela janela. Os olhos fixos na escuridão. O cigarro queimava devagar entre os dedos, enquanto o uísque esquecia-se no copo. A reunião com os chefes regionais terminara há pouco. E, pela primeira vez em anos, Lorenzo sentiu o peso da desconfiança pairando sobre ele. Dante entrou sem anunciar. O rosto sério, o casaco encharcado. — Eles estão começando a questionar sua liderança — disse, sem rodeios. Lorenzo não se virou. — Que se lembrem do que acontece quando me desafiam. — Não é tão simples — Dante rebateu. — Dois carregamentos perdidos em menos de uma semana. Ho

