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Capítulo 52
Ester narrando
Eu tinha acendido um baseado e olho para o alvo, os tiros estão certeiros nele, eu estava no alto do morro treinando atirar no alvo.
— Você está aqui – a voz do Sampaio soa e eu me viro para ele.
— Estou treinando mais um pouco.
— Está boa de mira.
— Obrigada – eu respondo seca para ele.
— Joca me disse sobre o espaço que está criando no morro – ele fala
— Eu sempre disse que seu morro não era organizado, era bem bagunçado, tem muita coisa que você precisa arrumar aqui.
— E porque você não me ajuda? – ele pergunta e eu me viro
— Quer que eu trabalhe de graça para você, nem pensar – eu olho para ele.
— Eu te pago – ele fala e eu me viro – sua ideia foi bem aceita pelos moradores.
— E o que você quer que eu faça? – eu pergunto para ele.
— A gestão – ele fala – te libero a grana e você usa para melhorar o que você acha que está bagunçado.
— Quanto eu ganho? – eu pergunto para ele
— Dez mil – ele fala
— Vinte mil por mês – e olho para ele e ele me encara – em dinheiro vivo, na minha mão. Não quero nada no banco.
— 15 mil.
— 20 mil – eu olho para ele – caso ao contrário, não gasto um real do meu tempo.
— 18 mil.
— 20 mil e o aluguel do espaço – ele me olha
— Fala sério.
— É pegar ou largar, eu não tenho nada a perder, já você tem bastante a ganhar.
— Fechado – ele fala – você quer ajuda?
— Não preciso – eu falo para ele – já estou atirando muito bem.
— Precisamos conversar – ele fala
— Sobre?
— Alana – ele fala
— Não se preocupa, eu jamais iria contar a minha amiga que transamos – ele me olha – eu não sou talarica, sou p**a, mas não talarica. Até porque a gente não teve nada sério Sampaio, nunca rolou sentimento, a não ser atração e t***o entre nós – eu o encaro .
— Não rolou sentimento – ele repete.
— Não – eu olho para ele – a palavra se apaixonar, amar está fora de cogitação da minha vida e provavelmente não amaria alguém que me deixa trancada dentro de um morro, que me aceitou como dívida, relaxa. Nós nunca tivemos nada para você achar que sairia abrindo a minha boca para ela e nem faz meu tipo fazer a mulherzinha enciumada – eu abro um sorriso – acho uma falta de respeito comigo, você vir ainda cogitar uma coisa dessa. Vida que segue Sampaio, depois passos na boca para acertar o meu trabalho com você.
Eu pego a arma e volto atirar ignorando totalmente a sua presença ali.
Capítulo 53
Ester narrando
— E ai Patricia – eu falo passando por ela e ela me encara
— O que você quer?
— Já arrumou o vestido para renovação dos votos da sua irmã com Sampaio? – eu olho para ela – só não pode querer o roubar o marido da irmã em.
— Cala boca – ela fala
— Você anda saindo muito do morro né? – eu pergunto para ela.
— E isso é da sua conta?
— Da próxima manda um beijo para o Marcos – ela me encara com os olhos arregalados – essa pulseira que você está usando, ele dar para todas.
Eu passo por ela deixando ela no veneno comigo, ela começa a me chingar mas eu nem dou bola, realmente um dia eu ficaria careca, mas ai era só comprar umas perucas bonitas para usar.
Eu entro na boca principal e HT me encara.
— Ester – ele fala
— Oi – eu falo – Preciso ver umas coisas com você.
— Sampaio me avisou.
— As dívidas? – eu falo para ele – queria ver quem está devendo.
— Deixei separado aqui – ele fala me mostrando o caderninho.
— Como vocês cobram?
— A gente dar um tempo para a divida ser paga, cobramos 1,2 , 3x
— E depois?
— Ai vai para o pneu.
— A divida aqui é do que?
— Aluguel – ele fala – e aqui drogas.
— Dividas de aluguel vocês matam?
— É as regras – ele fala
— Eu tive uma ideia – eu falo e ele me encaara – Sampaio vai ter que gastar com mãod e obra obvio, e se a gente falar com quem está devendo?
— Trocar a divida por mão de obra?
— Pode ser feito várias coisas legais aqui dentro.
— Mas ai precisamos falar com Sampaio.
— Não – eu falo para ele – eu faço a gestão e mando, Sampaio não tem que autorizar nada – ele me encara – vai pega o caderninho e vamos visitar um por um dando a ordem.
— Ok. – ele fala – se você manda, quem sou eu para recusar.