Capitão Chances.
Entramos no restaurante, a Comandante Isa Leal não soltou o meu braço, ela tinha mudado e estava usando um elegante vestido verde, ao contrário de nós que ainda estávamos de uniforme. O Coronel Cleber tinha-me contado sobre este lugar, que tinha boa comida, então decidi descobrir e o Capitão Grei, juntamente com alguns almirantes, decidiu vir também. Olhei ao redor do local e vi ao fundo uma das mesas onde ela estava. Como eu suspeitava, ela tinha vindo, usava seu uniforme militar, vestindo orgulhosamente o posto de comandante em sua camisa que ela havia ascendido com os anos e sua habilidade. Ela falava com o sargento da Centro E.M.M., de uma forma muito amigável, os dois estavam sozinhos?
Um lado de mim resistiu à ideia de saber mais sobre ela; meu lado orgulhoso, mas outra parte queria confirmar minhas suspeitas e descobrir o que havia acontecido com sua vida nesses anos, estando aqui sozinha, longe de mim.
Até Dominique olhou para a altura da juventude, mas notei-a mais metódica, mais firme e mais forte, quando a vi dar a palestra ela sabia como se defender como se lembrava; valente, seu tom de voz, sua maneira sensual e natural de se mover, as curvas de seu corpo haviam se tornado uma arma mortal, deixando minha imaginação voar naquele uniforme ansioso para descobrir o que descobri anos atrás. p***a, eu tive que parar de pensar naquela mulher, era algo que eu tinha deixado para trás e deixou um amargo na minha boca.
Concentrei-me em encomendar do menu o que o Coronel Cleber havia recomendado e prestei atenção ao que os outros estavam falando, sobre planos para amanhã, experiências passadas e depois a conferência desta tarde.
— Gostou da exposição do Comandante Bem? — O Capitão Grei perguntou, olhando para mim com toda a sua atenção, como se soubesse que não queria falar dela.
— Ela é uma mulher muito capaz —acabei de dizer aos olhos de toda a gente, talvez tenham interpretado m*l as perguntas que lhe fiz no meio da exposição a algo que não gostei, mas fiz mesmo só para ver as suas reações, ele tinha conseguido deixá-la nervosa e era isso que ele queria descobrir, se ainda tinha esse efeito nela.
— Foi impecável. — Disse a Almirante Partas, orgulhosa — Ela é uma mulher muito capaz, estamos orgulhosos de tê-la na equipa.
Eu bebi do copo de água na minha frente, querendo gritar com eles para parar de falar sobre o quão maravilhosa Dominique era, me irritou que os olhos de todos brilhassem como se ela fosse a mulher maravilha.
Eles continuaram falando sobre o projeto como se eu realmente quisesse falar sobre o trabalho aqui. Quando trouxeram a comida, olhei para a mesa da Dominique involuntariamente e vi como o Coronel Cleber se sentou ao lado de dela, com outro sargento. Eles estavam tendo um encontro duplo?
Eu não tinha que ter dois dedos na frente para saber que o Coronel Cleber estava namorando Dominique, mas pelo que eu tinha aprendido, relações pessoais dentro do complexo do Centro D.E. A eles foram proibidas. Talvez seja por isso que eles não eram tão afetuosos e escondidos.
Quanto tempo eles tiveram? Ele teria testado o corpo dela e feito ela gritar na cama, como eu fiz? O simples pensamento me deixou com raiva quando os vi novamente. O Coronel Cleber colocou um braço atrás das costas dela e ela se aproximou dele. Pressionei a mandíbula, olhei para o prato à minha frente, peguei o garfo e a faca e enfiei-o na carne.
— Ei, está bem? — A Isa perguntou a tocar no meu braço, um pouco preocupada. Eu tinha esquecido que ela estava aqui.
— Sim, a carne é um pouco dura —Acabei de dizer.
Ela parecia feliz com a minha resposta e eu terminei de morder a carne com aborrecimento.
Dominique Bem.
Esperei por ele, Coronel Cleber e Augusto, estava distraído enquanto falava sobre o próximo, a Eurocopa, para se inclinar para Catarina e perguntar:
— Então, ela é a namorada do Capitão Chances?
Ele a tinha visto muito pendurada no braço do capitão, mas com dissimulação para que eles não percebessem que ele os estava vendo. Ela tinha cabelo escuro, talvez mais do que o meu, olhos verdes pequenos e curiosos, bem como uma figura modelo de revista fina, Comandante Isa era jovem e bonita, eu quase achei as coisas que pareciam aterrorizantes, ambos os comandantes, ambos com cabelos longos e escuros, é claro que ela parecia um pouco mais velha do que eu, talvez também um pouco mais alta. A sensação de ciúme começou a se agitar dentro de mim, apesar de ter meu namorado sentado ao meu lado, acariciando minhas costas.
— Sim, eles namoram há vários meses. — Respondeu, olhando para lá por um momento antes de olhar para mim novamente.
— E a Almirante Aline? — Perguntei sem saber o que tinha acontecido.
— Ufff —revirou os olhos —, ela pediu uma transferência há mais de um ano, ela não podia suportar que o capitão a tivesse envergonhado nacionalmente, cancelando o casamento e, em seguida, andando com milhares de meninas bem debaixo do nariz.
Eu fiz uma careta, aparentemente o Capitão Chances teve um grande banquete de mulheres após a minha partida. Se eu me sentisse m*l, não poderia imaginar o Almirante Aline, que tinha a absurda ilusão de se casar à força com ele.
Olhei para a mesa do Capitão Chances novamente enquanto comiam, o que havia de especial naquela mulher que o acompanhava além de ser linda e filha de um almirante? Mordi o interior da minha bochecha, talvez isso fosse suficiente para o capitão, uma mulher nova com boa situação para representá-lo.
Isso me deu uma sensação feia no meu estômago.
— Vamos embora? — Cleber, pergunto.
— Ainda é cedo —Catarina — queixou-se, não há clube por perto?
— Amanhã temos de sair muito cedo —respondi, a ideia de ir a um clube não me atraiu, não tinha vontade de celebrar nada, só de ir dormir até o ano seguinte, onde não tinha de ver a cara dele, o capitão e a namorada.