Valente notou que Dulce chorava. Ele carregava um saco de feno nos ombros, mas ao vê-la daquele jeito, largou tudo no chão e foi até ela.
Dulce estava sentada num banco perto do curral, com o rosto escondido entre as mãos. Valente se ajoelhou aos pés dela, preocupado.
— Dulce... foi por causa de alguma coisa que eu fiz? — Não sabia ser delicado e ela podia não está gostando do seu jeito.
— Não, não... — respondeu ela, soluçando. — Minha tia ligou... meu pai não está bem. Sofreu um golpe, perdeu dinheiro e teve um infarto. Está em casa, se recuperando, mas agora... — ela respirou fundo, com a voz embargada. — Agora estão sem dinheiro e vão precisar desocupar a casa, porque não vão conseguir terminar de pagar as prestações, mesmo sendo baixas...
Valente ficou sem reação por alguns segund
