Valente cortava uma parte da grama com a enxada e jogava para o lado do arbusto, estava alimentando os bufalos.. o sol batendo forte sobre o rosto suado. Estava concentrado no trabalho quando Dulce se aproximou, segurando um copo d’água. — Trouxe pra você. — disse ela, com a voz suave. Ele nem olhou. — Não quero, obrigado. O silêncio ficou pesado por um instante. Dulce baixou o olhar, depois ergueu de novo, com um suspiro leve. — Valente, por que é sempre tão ríspido comigo? Ele parou o movimento, respirou fundo e respondeu, firme: — Porque eu sei o que você quer, Dulce. E a resposta é não. Ela ficou sem reação por alguns segundos. Dulce deu um passo para trás, magoada, mas ainda manteve a voz calma. — Eu entendi… e não vou mais caminhar perto de você. Era só ter dito, Valente.

