Capitulo III - Alexandra

1829 Words
Ainda nos acontecimentos de um ano atrás. Finalmente desci do ônibus já perto do morro, minha casa que não via a quase 6 anos. Não pensem m*l eu amava o lugar, meus amigos e minha família, entretanto sair dali foi a melhor coisa que eu fiz, lugar me sugava, brigas, festas e mais brigas, por isso a faculdade mais longe. Agora estava de volta e por incrível que pareça morta de saudades. Fui subindo pela viela central e já fui reconhecendo alguns rostos que deixei no passado, a tia Dorinha uma amiga de minha mãe, agora tinha um ponto onde vendia comida no balcão, ficava feliz de saber que ela tinha melhorado. De acordo com que ia subindo eu percebia mais olhares e alguns sussurros para mim. — Olha quem resolveu aparecer por aqui. Escutei atrás de mim. Escutei atrás de mim. Eu tenho certeza que conhecia essa voz e era a do Gustavo. Me virei para ele só para poder confirmar. — Olá Gustavo. Tudo bem com você? - perguntei. — Fico me perguntando se você quer mesmo saber? Mas como você pode ver, está tudo ótimo. Porque você voltou?  — Eu nasci aqui, o que te faz pensar que te devo alguma explicação? — Foi você que foi embora e não eu. - falou. — Você deve estar brincando né, Você lembra porque eu fui embora? Deixa eu refrescar a sua memória, levei um chifre do cara que eu amava e confiava na época, então apressei a minha partida. Qual era o nome dele mesmo? Ah lembrei, o filho da put@ era você. Agora se me der licença tenho mais o que fazer. - saí de lá deixando ele lá parado . O cara me chifra e ainda quer explicação de porque foi embora, é muito deboche isso. Eu sofri por um ano inteiro por aquele filho da put@, e graças a Deus acabou, mas doeu e por isso quero ele longe de mim. Eu finalmente cheguei em frente à casa dos meus pais, estava do mesmo jeito que deixei, era uma casa simples de primeiro andar, rosa bebê que minha mãe adorava, com plantinhas na frente da varanda e o portão branco. Me aproximei do portão, coloquei a mala no chão e bati palmas. Dona Helena que saiu perguntando quem era. — Oi dona Helena. - falei e ela olhou para mim, já com os olhos embargados. — Alexandra, minha filha é você? - perguntou ainda sem acreditar. — Sou Eu mainha. - falei também já chorando. Ela saiu da varanda e veio abrir a porta para mim . Acho que ficamos 5 minutos abraçadas, eu sentia tanta falta dela, conversarmos por telefone e chamada de vídeo, mas pessoalmente era outra coisa. — Mainha me diz, cadê o pai? - perguntei. — Ele foi ver o advogado, aquele defensor público. - disse com semblante muito triste. — Porque ele foi preso mainha, eu não entendo, o Beto sempre foi tão trabalhador.  - disse. — Aprontaram para ele filha, enrolaram ele em uma situação que agora ele não consegue se defender. - falou. — Que situação mãe? - perguntei. — Suspeito de tráfico Alexandra. Eu fiquei sem palavras, não estava correto isso, Beto era trabalhador, nunca tinha dado um pingo de trabalho e agora traficante? Como pode isso? —  Qual é o distrito responsável pela apreensão? - perguntei. — Foi na 1° DP filha, disseram que foi em flagrante. — Ok, eu vou lá agora saber melhor sobre o assunto, quando o pai chegar peça para ele me esperar, quero saber de todo o caso antes de tomar alguma providência. Peguei um táxi e fui até a 1° DP, o delegado me explicou de bom grado, eu não entendi algumas coisas mas a maior parte eu entendi graças ao estudo de medicina e direito, não abordava crime penal, entretanto já ajudava na compreensão de alguns termos criminais. Preso em flagrante sem fiança e provavelmente sem chance de habeas corpus, pedi para vê-lo mas o delegado não permitiu só depois da transferência para o presídio. Meu irmão no presídio era difícil de aceitar. Agradeci ao delegado e saí de lá, chamei um Uber e voltei para casa, precisava falar com advogado e com meu irmão queria ouvir dele toda a história. Entrei na viela central e fui subindo rumo a minha casa, parei quando ouvi alguém chamar. —  Alexandra podemos conversar? — Eu não estou com cabeça agora Gustavo. - disse. — Eu esperei muito tempo para poder falar com você, vai ser rápido, prometo. — Tá bom Gustavo, só seja rápido. - disse e o acompanhei até a casa dele. — Entra por favor. - disse segurando a porta para mim. — Você me trouxe até sua casa? Sério Gustavo, continua jogando sujo assim. — Não se preocupe, eu te prometo não encostar em você, só quero te contar minha versão da história. - disse. Sei que não devia mais acreditar nele e sentei. Casa tipicamente masculina, móveis escuros, quase nenhuma decoração, porém elegante para os padrões dali. Gustavo me apontou o sofá e eu sentei, não custava nada ouvir a desculpa que ele tentaria me dar, mesmo depois de seis anos. — Quer beber alguma coisa? Tem Ice, você ainda gosta? - perguntou. Ele ainda lembrava da minha bebida favorita, interessante. — Até onde sei você nunca gostou dela, achava bebida de mulher. — Algumas coisas mudaram anjo. — Por favor não me chame assim, e sobre a bebida eu aceito, tô precisando mesmo relaxar senão vou enlouquecer, é muito problema reunido. - disse e precisava mesmo. — Eu soube do seu irmão, se precisar de ajuda pode contar comigo. — E porque acha que pode me ajudar? Só porque mora nessa casa enorme e provavelmente seja o novo dono da boca daqui? - acusei. — você realmente mudou, esta esnobe e com complexo de Deus. Então acha que sou traficante que manda agora? Você realmente mudou e não foi pra melhor. - falou exaltado. — Olha desculpa eu exagerei, eu não sou assim, eu só estou descontando em você, me desculpa. - falei. Eu estava descontando as merdas que estão acontecendo nele. Primeiro aquele i****a do ônibus que me deixou com t***o, aí a história do meu irmão que me fez deixar tudo para voltar para casa, e agora o Gustavo, estava difícil de organizar as ideias, e ainda não tinha nem 24 horas que eu tinha chegado. Precisava de uma válvula de escape, antes era meus estudos que agora não tinha mais, então hoje seria a bebida. — Tudo bem, pode julgar, mas eu não trabalho com nada errado, todos aqui sabem que eu só gosto de ajudar a comunidade no que eu posso. - falou. — Bom já estou aqui, pode dizer pode dizer porque me trouxe aqui. — Eu queria te falar sobre nós… — Não existe mais nós. - interrompi. — Eu sei Alexandre, me refiro à época em que estávamos juntos. - disse.   — Ta bom fale. - disse. Era estranho ouvir ele me como assim, 6 anos depois ainda mexia comigo, pois é sou burra. — Depois do que aconteceu eu fiquei muito m*l, eu não sei porque eu fiquei com ela, mas isso não importa, porque eu transei com ela, só isso já não tem justificativa, mais queria te pedir desculpas, fui um cretino. - falou. — Eu não sei porque estou aqui, o que está me dizendo eu já sabia, melhor eu vi,  — Anjo naquele dia você tinha me pedido um tempo, eu estava magoado e tinha bebido também, sei que não é justificativa. - disse. — E quando vai me dizer algo que eu não saiba?  — Naquele dia eu bebi e aquela mulher apareceu do nada dando em cima de mim, sei que devia ter resistido, mas meu orgulho estava ferido. - explicou. — Isso eu vi quando vim aqui te dizer que tinha me arrependido e te encontrei com ela em cima de você gemendo. - falei com nojo. — Eu descobri que foi uma armação para separar a gente. - disse. — Jura? Quem iria querer isso? Sinceramente eu já ouvi muito pra mim já chega. - disse e levantei para ir embora, mas parei quando o ouvi. — Sua mãe, foi ela que fez isso? - gritou. — Voce ficou louco? Ela nunca me magoaria tanto. - falei de modo rude. — Pensa bem, ela nunca gostou de mim, achava que eu seria um traficante. - disse. Minha mãe não ia com a cara dele, é verdade, mas ela não me faria tanto m*l, tenho certeza. Quanto mais eu pensava, mais inquieta eu ficava, no dia que vi Gustavo com a p*****a, ela quase me obrigou a dar mais uma chance a ele. Sabe aquele momento nos filmes que acontece o zoom no personagem quando ele descobre algo, aconteceu comigo. — Foi ela - disse sentando no sofá, sem acreditar que ela tinha mesmo feito isso. Passei meses chorando, e ela dizendo que ele não prestava, que acharia alguém realmente merecedor de mim, por esse motivo fui embora, e é por ele também que me fechei para esse tipo de sentimento. — Você está bem? - perguntou já ajoelhando em minha frente. — Eu nunca pensei que ela teria coragem de me ferir assim, eu sofri tanto, tanto que resolvi fugir daqui. - confessei. — Eu estou aqui com você, sempre te amei, e sempre vou amar. - falou tocando meu rosto.   Confesso que seu toque era bom, que senti falta, era quente e carinhoso, tinha gosto de casa, de passado, mas passado era passado, não tinha que ser vivido novamente. — Isso não tira sua culpa, só ameniza, você transou com ela, na mesma cama que você tinha tirado a minha virgindade e me jurando amor. - falei indo em direção a porta. — Espera… - disse segurando meu braço. Eu parei ainda de costas, não queria virar, ele se aproximou e eu pude sentir o calor do seu corpo. Sua mão subiu bem devagar do meu pulso percorrendo toda a extensão do meu braço, enquanto a outra foi até minha cintura, eu suspirei um pouco. — É bom ver que ainda mexo com você, eu esperei tanto por isso. - sussurrou no meu ouvido. — Isso não vai acontecer Gustavo, não podemos voltar ao passado. - falei num sopro. Confesso que com o toque dele sobre meu corpo estava difícil raciocinar, ele tinha sido meu primeiro em tudo. — Não vai embora, sei que o passado nos separam, que somos muito diferentes, mas seu corpo ainda reconhece o meu. disse. Ele segurou meu cabelo e puxou para trás, era uma pequena dor, mas a sensação que causava em mim era de t***o. Ele beijou meu pescoço até meu ouvido e sussurrou. — Dorme aqui por favor, precisamos sentir um ao outro só mais uma vez. E agora o que ia fazer? Ser forte ou ceder a tentação?
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