Ramon Narrando
Sempre achei que minha vida estava exatamente onde deveria estar: no controle. Tudo sempre caminhou conforme o planejado, desde criança. Meu pai morreu cedo, e foi o Roberto, o grande Roberto Bragantino quem segurou a barra. Ele virou um segundo pai, alguém que eu respeito e admiro. O escritório dele era meu destino natural, e a confiança que ele deposita em mim só mostra que eu sou o sucessor perfeito. E eu sou.
Pelo menos era para ser.
O dia começou como qualquer outro grande dia da minha vida. A casa arrumada, meu terno separado, minha mãe sorrindo de orelha a orelha enquanto tomava café.
Ela sempre amou essa aproximação com o Roberto. Amava tanto que acabou se envolvendo com ele. Um caso longo, escondido, confortável, conveniente para os dois. Eu vi vantagem: poder,
