A minha vida

793 Words
As mãos hábeis de Maurício correm por todo o corpo de Giovana, a ouço suspirar. Os estalos dos beijos também são altos, assim como os gemidos frenéticos... Eu tinha apenas quinze anos quando assisti minha irmã mais velha fazer s*x@ com um dos seus namorados no jardim da mansão. Aquilo me traumatizou, eu não tinha experiência alguma com a vida íntima de um casal, era inocente demais até aquele dia... Voltei para meu quarto sem fôlego, querendo apagar da minha memória toda aquela cena, mas era impossível... Mais tarde após o jantar a encontro chorando e sendo consolada por Renata, minha irmã do meio. Minha presença ali no quarto não afetava em nada. Eu era silenciosa e "invisível". Então descobri que o motivo do choro era em razão do rompimento do namoro... Eu não entendia como um homem podia terminar um relacionamento depois de ter relações intimas com uma mulher... Ele não a amava? Me perguntei cheia de dúvidas que ninguém poderia me responder... No dia seguinte ficava ainda mais confusa ainda, pois havia dormido pensando no sofrimento de minha irmã de ter se entregado a alguém que só queria se divertir e depois deixá-la... Mas na mesa de café da manhã todos estavam indiferentes ao que havia acontecido. Principalmente Giovana que estava ainda mais radiante do que nunca. Tanto ela como Renata possuíam belos cabelos dourados e compridos que combinavam perfeitamente com os olhos grandes e verdes. Eram "perfeitas" herdaram a beleza de nossa mãe Estela. E enquanto a mim havia sobrado apenas a inteligência de meu pai. Meu porte físico na adolescência não era nada atrativo, por isso passei a me comparar com minhas irmãs mais velhas e perceber o quão desajeitada e fora do padrão da nossa família "perfeita". Minha mãe toda sorridente anunciou o noivado de Renata para aquela semana e disse que apresentaria a Giovana o irmão caçula do noivo. Giovana que havia passado a noite chorando por ter sido abandonada pelo namorado deu gritos de alegria e parecia totalmente feliz com a notícia. Eu realmente não compreendia... Era tudo muito complexo o mundo que eu descobria. Meus pais nos criaram em um regime totalmente restrito ao mundo exterior. Sob a guarda de uma governanta que maraca nossos passos dentro de casa tínhamos regras para tudo. Nossos pais eram exageradamente religiosos e nos criaram para assim também sermos. Na adolescência notei que minhas irmãs faziam tudo ao contrário quanto a doutrina da nossa religião protestante. Namoravam as escondidas, praticavam s*x@ antes do casamento e eu ficava tentando entender como tudo aquilo era possível... Enganavam a todos, meus pais, os empregados, menos a mim... Por mais que eu admirasse a beleza física das minhas irmãs eu jamais sentia desejo de ser como elas. Por alguma razão eu sabia que havia nascido para outro propósito... Sabia de forma misteriosa e inexplicável que não havia sido feita mulher apenas para exibir meu corpo e fazer s*x@. Na minha mente deveria haver um propósito maior que tudo aquilo ... De uma forma estranha eu sentia que algo muito extraordinário estava prestes a acontecer na minha vida... Ou era essa a minha vontade, que de repente a garota invisível fosse notada e valorizada... O bom de ser invisível é que a gente acaba descobrindo segredos que uma outra pessoa popular não conseguiria. No noivado de Renata descobri que meu pai não era apenas um admirado empresário no ramo de cosméticos... Ouço uma conversa enquanto passo pela sala central em busca de ar puro para respirar... Estava me sentindo asfixiada com tanta informação sobre a beleza de minhas irmãs, o luxo que o noivo tem, o dinheiro que aquela família dispõe... Não, não é inveja, sei o que é ter inveja... mas o que estava sentindo aquele momento era "raiva" e esse sentimento que crescia em meu peito me tirava o oxigênio... Então ouvi meu pai conversando com o pai do noivo de Renata um senhor grisalho, de pequena estatura porém de olhar marcante: ___ As armas já chegaram assim como as drogas... foi o melhor negócio da minha vida! A partir de hoje somos uma só família! (Disse o sogro de Renata) Meu pai sorriu e me olhou com certo espanto, com razão eu sabia agora que o dedicado empresário negociava com o submundo do crime... O que nos ensinou a vida toda sobre honestidade e descendia havia caído por terra aquele momento... Ele conhecia minha descrição, sabia que sua filha mais nova jamais iria prejudica-lo. Portanto, após aquela revelação meu pai passou a me enxergar... Me deu todo seu apoio para me inscrever nas universidades de medicina. Pagava meu cursinho preparatório, comprou um carro para mim... As coisas mudaram depois que descobri seu verdadeiro negócio com o tráfico de drogas e armas...
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