Capítulo 5

2681 Words
Allisson Narrando: Perdi totalmente a noção do tempo depois que ele saiu do meu quarto, não consegui pregar mais os olhos. Rolava a cama, verificando as horas passando, o clima esfriar, esquentar, fazendo-me vira e mexe recolocar o lençol, com uma súbita preocupação. A todo momento estava preocupada pensando em como meu filho está, se está comendo direitinho, dormindo na hora certa, arf, preocupação de toda mãe. O que afaga meu peito é saber Pâmela estará lá por mim, como uma segunda mãe cuidando como se fosse seu, isso me tranquiliza. O sol ardente começa a entrar pelas frestas da cortina permitindo-me somente agora enxergar que a manhã deu seu ar bem vindo. Esfrego os olhos, notando ainda estar de maquiagem pelo borrão de delineador em minhas mãos, aproveito, tiro os cílios postiços, e os jogo na cama. Devo estar horrível cheia de orelha, parecendo um panda. Desgraça! Todas as mulheres dos livros acordam explendidas, cantando como um belo roxinol, e eu? Allisson Blanco sendo Allisson Blanco. Toda na bagaça. Minha bexiga aperta alertando que preciso fazer xixi, trato logo de levantar. Procuro pelo cômodo alguma porta, fico em dúvida, não sei por onde entrei, ou por onde Luídi saiu, então decido ir na última, ao final do corredor. Cautelosamente ainda estudando a casa, paro em frente a uma porta de madeira maciça, creio que esse seja o banheiro. Quando abro... Viaaaado! Com todos os "as". Tapo a boca, meu grito deve ter sido escutado por toda Itália, engulo a seco. Esse homem só enriqueceu! O banheiro é maior que o quarto da minha casa, gigantesco todo branco, nunca vi isso. Um lustre com cristais envolvidos ao que parece ser diamantes. Tento fechar a boca, a mantenho aberta. O espaço é magistral, com designer moderno, com o melhor do bom gosto atualmente, digo, pois acompanho todas as revistas casa e lazer que chegam diarimente em minha casa. A banheira é e n o r m e, e o box em vidro? Dá uma vontade de fuder prensada nele... Amorteço ao sonho! Ou! Nenhum momento disse que era Santa. Balanço a cabeça decidida a esvaziar os pensamentos. Torço a boca olhando para a banheira, já que estou aqui, porquê não aproveitar seus luxos? Agora mesmo vou entrar nessa banheiro para um banho bem gostoso, é isto que estou precisando. Desço minha camisola aos poucos, a alça escorrega aos ombros, e quando cai ao solo, um grito sonora no mesmo instante. Estou completamente nua! Quem tirou minha calcinha? —Luídi!!! [...] Saio do banheiro enrolada na toalha e sento na cama exausta, mexo em minhas unhas pensativa. Tenho que arranjar um jeito de fugir daqui, preciso explicar para o Bruno que não foi culpa minha, e sim do traste. Eu jamais faria isso. Ele é um homem incrível, tentou de todas as maneiras conquistar-me, foi romântico, cavalheiro,mas não deu certo, bem que eu queria mas não foi recíproco. Tomo um susto quando alguém nem ao menos bate a porta e já sai entrando ao quarto. Espantada, demoro alguns instantes a compreender o que está havendo. Ainda sentada espero a pessoa entrar em meu campo de visão reformulando uns bons xingamentos. E se eu estivesse pelada? Desfilando meus s***s pomposos por aí? Ninguém tem o direito de entrar assim, se bem que a casa não é minha. Dou de ombros. —Bom dia, senhorita. Aqui está o seu café. Uma moça aparentemente jovem segura uma bandeja de prata, me olhando com a maior cara de nojo. Sobre a nobre toalha Fitando meu corpo de cima a baixo, Me armo cruzando os braços. -Pode levar de volta não gostei da sua cara. -Como é que é? -É o que você ouviu. A loira me olha incrédula e coloca a bandeja no criado mudo. -Escuta aqui eu trabalho à anos pro senhor Castellamari e não vai ser uma p**a que ele deve ter comido ontem que vai roubar o meu lugar em sua casa. Puta que ele deve ter comido ontem? Nossa por essa eu não esperava, quem a olha com incredulidade agora sou eu. Me levanto e fico frente a frente a c****a. -Querida p**a aqui eu só estou vendo você. Sobe seu olhar ao meu. -Pra sua informação não é senhorita, é senhora, Alisson Blanco Castellamari muito prazer. Estendo minha mão a ela que suavisa a face na hora e tenta se recompor. -Aaa se senhora Castellamari me per perdoa, não sabia que que era a senhora a famosa Alisson. Gagueja apertando de volta. -Não precisa pagar mico, somente se ponha em seu lugar e leve essa comida de volta. Não minto quando digo que não fui com a sua cara de galinha que tá doida pra dar pro meu marido, mas só o que vai receber, vão ser os meus cinco dedos na sua cara. Elevo a voz chegando mais perto da abusada, vejo raiva, medo e uma certa inveja. Então são essas cadelas que ele contrata, não duvido que já tenha comido. -Tá esperando o quê? Franze o cenho e parecendo despertar ela pega a bandeja e sai furiosa. Eu que não iria comer algo dessa bruxa, vai que me envenena, já tô até passando m*l com seu recalque. Mais essa agora. Ouço outras batidas na porta e dessa vez Luídi que aparece com uma cara nada boa. Ele está um Deus Grego somente com uma calça de moletom me dando plena visão de seus músculos bem mais definidos do que eram, não vou me acostumar tão fácil com sua nova aparência. -Porque não comeu Alisson, que p***a! Quer ficar doente? Exclama jogando algumas coisas na cama. -Não quero nada que venha de você. Tento passar segurança. -Para já com isso, parece uma criança birrenta, quer cair dura no chão pra te levar pro hospital e fugir de mim? Engrossa a voz. -Seria uma boa ideia, bem espertinho o meu marido. Rio sarcástica mas ele não gosta nem um pouco. -Mas eu te aviso uma coisa. Aponta o dedo se curvando a minha altura. -Nem que não queira eu vou cuidar de você, mesmo que pra isso fique com mais raiva de mim, não me importo. -Impossível ter mais raiva de você. Eu te odeio! Frizo bem a última parte. -E eu já sei. Desanimado respira fundo e passa as mãos no cabelo tentando retomar o controle. -Eu não vim pra brigar ok? -Aí estão algumas roupas pra você, tem biquíni, calcinha, sutiã tudo que... -Só um minuto. -O que foi agora? Pergunta pondo a mão na cintura. -Quem tirou a minha lingerie? Ele leva os dedos na boca sorrindo malicioso, a passos lentos vai até o sofá vermelho posto ao lado da porta sentando-se em seguida. -Fui eu. Diz calmamente. -Você o que! Seu filho da.. -Ou! Chega! Para de xingar, você tá muito m*l educada. -Pro inferno a minha educação! Como ousa me tocar ainda estando inconsciente você não é mais nada meu. Fico quente de tanta raiva. Olhou meu corpo, me viu nua, faz tanto tempo que nenhum homem me vê que confesso ter ficado constrangida. -Eu sei que você não gosta de dormir apertada por isso tirei, e respondendo sua pergunta o seu corpo é meu, então pare de falar o contrário. Se levanta e vem pra perto de mim, não sei sua intenção, desconfio que não seja a melhor. Ele para em minha frente e lentamente põe aos mãos frias no meu rosto. Sinto uma corrente elétrica arrepiando todos os meus pelos, tontio sentindo seu calor, Luídi percebe e da um leve sorriso. -Continua a mesma. Junto as sobrancelhas e dou um tapa bem forte em suas mãos, não mudou nada, odeio esse jeito arrogante. -Não me toca já falei. -Ali... Pego as roupas e vou direto pro banheiro. -Pode se trocar na minha frente, não há nada aí que eu não tenha visto. Dou o dedo do meio pra ele e o palhaço começa a rir, odeio que riam de mim. Pego uma almofada aparentemente pesada e com toda força jogo em sua direção. O puto sai correndo e ela cai em um vaso de vidro luxuoso causando um baita estrondo. -Eu ouvi isso. Grita do corredor. -Bem feito, não sou eu que vou pagar. Babaca! Tomo um banho na banheira lacradora, já que vou embora tenho que aproveitar neh, nunca se sabe quando vou poder comprar uma dessas, sou médica mas não sou rica. Vivo bem com meu filhote e minha amiga. A família Castellamari tem bastante dinheiro mas Pâmela nunca quis ajuda financeira. Então voltou a fazer faculdade comigo em horas alternadas, para poder cuidar de Lui, e hoje ela é especializada em pediatria, e eu sou nutróloga, tenho bastante orgulho da gente. Amarro o cabelo em um coque m*l feito, me enxugo, ponho um baby Doll confortável e deito novamente. Não quero descer pra olhar pra cara daquele corno, muito menos encontrar a sua mulher e seu filho, como pode colocar sua ex dentro na casa onde mora sua família? Juro que se eu encontrar a v***a da Patrícia não respondo por mim. Em meus devaneios acabo dormindo novamente, não sei da onde tirei tanto sono.... [...] Me espreguiço na cama tomando um susto com um buquê enorme de rosas vermelhas ao meu lado, Luídi realmente não me conhece mais. Mexo nas flores pegando um cartãozinho branco com certos dizeres. As vezes é preciso sofrer pra perceber o quão importante foi o que tivemos, você poderia me perdoar para a alegria retornar em minha vida? Jante comigo linda, nos encontramos às 20:00. Te amo, seu Luídi. Claro que posso... Só que nunca, quando ele vai parar de ser tão insistente, aliás, nesse momento estou odiando flores. Saio do meu quarto e vou andando pelos corredores até esbarrar com aquele p*****a novamente. -Senhora... Se assusta e da um passo pra trás. -Preciso de um favor seu... -Trina. Que diabos de nome é esse? -Sim, Trina, você gosta do meu marido, não é mesmo? Pergunto levantando uma sobrancelha. -Que pergunta dona Alisson. -Gosta ou não! Engole a saliva e responde. -Sim. Como esperava. Olho pros lados e arrasto ela pro canto. -Preciso que me compre um boa noite pro meu marido. Cochicho esfregando as mãos, estou apreensiva, não quero que ninguém me ouça. -Como boa noite? Ainda está de tarde. Mas é burra demais Senhor. -Boa noite cinderela c*****o! Vou fugir na hora que estivermos jantando, seja rápida, depois dou um jeito de te pagar. -Isso vai matar o patrão senhora. Dai-me paciência pai. -Eu que vou te matar se não andar logo, ele só vai dormir, agora vai! Vou pelo mesmo caminho que fizera antes e vejo a porta do meu quarto semi aberta. Entro me deparando com um vestido muito lindo por sinal estendido pela cama, é um ogro mais tem bom gosto, ao lado está uma maleta de maquiagem e um celular mas quando tento mexer está bloqueado, quando a esmola é demais o santo desconfia, com certeza quer algo por isso. Volto ao vestido e confiro a etiqueta, não é que ele sabe mesmo meu número, ainda conhece meu corpo. Reparo que colocou um relógio na parede e vejo que falta pouco pro jantar, tenho que me arrumar logo. Luídi Narrando: Estou mais que ancioso com nosso encontro, tanto tempo sem estar junto que pareço um adolescente bobo e inexperiente, esse é o efeito que Alisson causa em mim. Deixei o terno de lado, nada de formalidade hoje. Abri uns botões da camisa, dobrei as mangas e deixei meu cabelo amarrado, normalmente deixo eles soltos mas quero que ela se acostume com minha aparência pouco a pouco, não devo assusta-la, na verdade acho que não gostou muito dos meus cabelos, o jeito que estou hoje em dia, enfim. Já desci pro local que iremos jantar, no pier da casa, decorei o ambiente com uma mistura de rosas vermelhas e brancas. Por toda mesa de madeira há arranjos em cristais, acompanhado de talheres de ouro em cima da toalha branca de fios nobres. Pus pra rodar uma música romântica de Ed Sheeran e quando viro pra pôr as taças na mesa a vejo, paraliso no mesmo instante, como consegue ficar mais linda? Sou um p**a de um sortudo mesmo por estar casado com essa jóia rara. "Bem, eu encontrei uma mulher Mais forte que qualquer uma que eu conheça Ela compartilha meus sonhos Eu espero que um dia eu compartilhe seu lar. Eu encontrei um amor Para carregar mais do que apenas meus segredos Para carregar amor, para carregar nossos filhos. Ainda somos crianças, mas estamos tão apaixonados Lutando contra todas as possibilidades Eu sei que ficaremos bem desta vez Querida, apenas segure minha mão Seja minha garota, eu serei seu homem Eu vejo meu futuro em seus olhos. Amor, eu estou dançando no escuro Com você entre meus braços Descalços na grama Ouvindo nossa música favorita Quando eu vi você naquele vestido Parecendo tão linda Eu não mereço isso" -Querida, você está perfeita esta noite. Digo a última frase da música e ela somente me presenteia com seu sorriso lindo, tão espontâneo que chego até estranhar. -Tudo bem contigo? Sua voz sai tão sedutora que começo a ficar incomodado entre as calças, ela sabe o que faz, maliciosa sai andando até a cadeira e me fita com uma cara de frustração. -Não vai puxar pra mim querido. -O que? Só consigo tirar essas palavras da boca, estou maravilhado com seu comportamento. -A cadeira meu bem. -Aaa sim, perdão. Mesmo nervoso deixo a taça na mesa e puxo a cadeira pra ela, seu aroma tentador me excita muito, não aguento com isso. -Que bom que encontrou seu perfume, guardei pra você. Ela franse o cenho dando uma golada no vinho que acabei de servir. -Como assim? Planejou me sequestrar a muito tempo? Sinto que dessa vez sua voz sai áspera. -Não meu amor, somente sabia que um dia voltaria. Tento logo me explicar, parece pensar um pouco, vira seu rosto para o mar e fica circulando a borda da taça. -Aqui é realmente lindo. -Sabia que ia gostar, sei que ama praia. -Que bom meu amor, que bom. Alisson só pode estar de brincadeira, o que devo esta mudança repentina? Será que reconsiderou e viu o quanto eu a amo? -Bom gatinha eu vou buscar nossos pratos já volto. Dou uma piscada e vou resolver algumas pendências com os empregados, ela pensa que não sei de nada, mas ouvi quando brigou com a empregada hoje cedo, gostei do seu pequeno ataque de ciúmes mas fiquei extremamente irritado com a audácia de Trina em enfrentar minha mulher, ela é tão dona disso tudo quanto eu. Volto com os pratos que foram os seus prediletos, macarrão alho e olho e sobremesa de pavê de limão. -Espero que esteja gostando. Ponho minha mão na sua me sentindo feliz por não recusar. -Eu pensei melhor, reconheço tudo o que está fazendo e... -E... -Prometo tentar. -Você... Acho que não ouvi direito, promete tentar? Afirma dando um breve sorriso. Sinto uma alegria que não cabe em mim, felicidade impossível de ser descrita, essa mulher conseguiu abalar minhas estruturas novamente em pouco tempo. Recomeçar. Terei a oportunidade de recomeçar com a mulher mais incrível que conheci. Tivemos um jantar tranquilo e harmonioso. Entre risos e gargalhadas conversamos sobre banalidades, também sobre nossas vidas, fiquei feliz em saber que se formou em nutrição. Admiro sua força e determinação, sempre admirei na verdade, isso me fez apaixonar ainda mais por ela. Na terceira golada do vinho começo a me sentir meio estranho, não entendo porque se ele não tem muito teor alcoólico. Me vem um cansaço desconhecido, uma sonolência, embolo algumas palavras e não compreendo outras que ela diz. -Vida eu tô me sentindo esquisito. Consigo pronunciar apenas estas. -Como assim loiro? -Nao sei, eu... Levanto um pouco zonzo tentando me apoiar na mesa. -Calma, respira fundo. Perco o equilíbrio e caio no chão. -Luídi! -Meu amor. Susurro baixinho. Antes de apagar ouço Alisson gritar e mais nada. O que ela fez comigo?
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