Capitulo 4

3103 Words
Você deve achar que sou burro Você deve achar que sou um tolo Você deve achar que sou novo nisso Mas já vi isso tudo antes. // Allisson Narrando Engulo uma saliva arranhando a garganta seca. Minha cabeça está a sofrer uma pequena pontada, por isso não ouso abrir os olhos. Subo a mão esquerda, tateio qualquer coisa que possa ser identificada. Sei que estou deitada em algo fofo, pouso as mãos ao corpo, constato não estar mais com meu vestido de noiva, e como última informação, a mente relembra que eu me casei com... "Peraí". Eu não me casei! Quando a confusão bate a porta, decido desgrudar os cílios de vez. Pisco algumas vezes, aos poucos, analiso o ambiente. Vejo que estou em um quarto todo escuro, não só pelo anoitecer, literalmente não acenderam as luzes. Desconfiada, desço os olhos em meu corpo. Olho sob a luz da lua, a camisola de seda clara, lilás, muitíssima curta, com um grande decote que reconheço bem. Essa roupa é minha. Lembro-me que a comprei quando ainda era casada com o falecido. —Então não era um sonho... —Não era. —Desgraça! Bato forte ao colchão, ao levar um baita susto com sua voz pesada. Luídi sabe que sempre detestei quando chegava em casa e me assustava desse modo. O encaro com horror. Assopro o ar com os batimentos cardíacos descompassados. Ponho a mão ao peito, tentando aliviar a dor alisando a parte afetada. O que tem de gostoso, tem de desgraçado! Acendem as luzes. Cubro os olhos com a claridade forte que me atinge. Pela irritação ocular, calculo ter passado um bom tempo a dormir. Recuperada, tiro os braços dos olhos, expremo por um instante, agora posso visualizar o quarto espaçoso, extremamente lindo e moderno que estou. Ele é mesclado de tons cinza e branco, rebaixamento ao teto, decorações e móveis de bom gosto. Quadros da arte moderna, e uma francesa, reconheço por uma visita, que com meu esforço, presenteei-me ao país. Com os olhos curiosos, continuo a explorar o quarto. Possui uma enorme porta de vidro a direita, belíssima. Por hora, não me atenho a vista do lado de fora, porém percebo um pequeno cerco de flores e plantinhas a varanda envoltas a pedras brancas decorativas. Algumas delas suspensas, penduradas em caixotes de madeira, bastante criativo. A cama é grande e molinha. Devem caber mais de seis pessoas nela. Remexo um pouco minha b***a, balançando o acolchoado. Não é igual a da minha casa, não faz nem um nhec nhec. —Gostou da decoração? Por um instante havia me esquecido do encosto. —Por que me trouxe pra cá? Ainda não consigo entender toda essa palhaçada. —ríspida, olho por dentro de seus olhos. Sem rodeios. Levanta da poltrona de couro, nem tinha visto que estava ali. Pergunto-me se passou o longo do dia ao meu lado vendo-me dormir. Passo dois dedos a bochecha, verifico rapidamente se eu não babei. Alguns passos depois, chega a cama. Recolho o corpo trazendo os joelhos para perto, os abraço, colados aos s***s. Inesperadamente afunda a beirada do colchão, muito perto, perto demais para meu gosto. Um vento incrivelmente gélido adentra ao cômodo. Um perfume gostoso invade meu sistema. Repuxo o lençol desfarçadamente, quase como Edward em crepúsculo. Dessa vez, não é sangue que me incomoda, sim o cheiro forte de homem másculo, altamente atraente e perfumado logo a frente. Minha boca seca pela aproximação. Isto não é bom. —Eu decidi toda essa loucura, por um simples fato, minha linda. —finjo que o ouço com atenção. —Porque você foi, e é, a única e primeira mulher que realmente me importei um dia. Uhm. Ok. Inclino a face em um típico gesto quando não acredito em uma palavra de mentirosos. Reprimo os lábios a um perfeito biquinho. Acho que tem um olho na minha lágrima. —Eu sei que errei muito no passado Allisson, nada do que disser agora apagará meus pecados, tenho consciência disso. —de mãos cruzadas, relaxa os ombros, aliás, todo o corpo, talvez querendo demonstrar uma certa vulnerabilidade. Analiso sua fala. Realmente suas explicações são inúteis vendo que independente delas, quais forem, eu não vou reconsiderar. —Entendo que eu só fiz m*l. Sou homem suficiente para reconhecer que eu fui canalha. Tirei sua inocência, a privei da sua juventude, não fui um marido exemplar. Apesar de tudo isso, eu também posso afirmar que tivemos mais do que momentos felizes, esposa. —cerro os olhos. —Eu soube te fazer feliz. Rio de modo sarcástico. O deixo continuar, sem o interromper. —Do quanto brincávamos. Das horas descontraídas que esquecíamos do mundo e era só nos dois. —aponta para mim e para ele. —Sempre fomos amigos. Canso de tanta baboseira. —Eu nunca fui sua amiga. —Digo apressada. Pisco algumas vezes não entendendo seu relato. Na maioria das vezes que passávamos juntos, o clima era hostil, sem amizades, nossa relação se resumia em brigas e discussões. Tardes m*l dormidas, preocupações deixando-me sonolenta, ele nunca chegava ao horário combinado. Eu sempre tentando agrada-lo. Não houve um dia que eu não me pusera toda boba, animada pelo simples fato de cozinhar o que gostava. Elogios, não eram escutados. Desdobrava a ser a melhor esposa que pudera. Dar tudo de mim, o que estava ao meu alcance, e o que não. Em vão, ganhei em troca sua ingratidão. —Você só me usou, a todo momento, aos três anos de convivência. Sugava o pouco de vida que ainda restava, e ainda achava pouco. Como pode afirmar que nossa relação era saudável? Eu me humilhei por você Luídi. —arfo ao peito subindo e descendo. —Acha que foi pouco, passar pelo que eu passei? Subo meu olhar para o seu. —Eu nunca disse isso. —Acha que foi fácil largar meus colegas no Brasil, abandonar meus pais, meus estudos. Forjar uma identidade falsa, vê o homem que amava, que eu daria minha vida. —bato ao peito. —Se esfregando na minha irmã? —Eu... —E agora, voltar com você como se nada tivesse acontecido, como se eu não tivesse sofrido abusos psicológicos, maus tratos. Você não me batia, mas estava lá, todos os dias jogando-me pra baixo, infernizando a minha mente. —resolvo por tudo para fora. —Sempre, sempre deixando claro que eu não era nada, não servia para ser sua esposa, e nunca teria algum fruto comigo. E agora, depois de anos sem notícias, sem incomodar-me, o que eu agradeço muito aliás, aparece como um fantasma querendo que eu volte. Por que só agora, quando a muito tempo eu necessitava, descobriu que me ama? —abro os braços. —Como assim Luídi? Acabado de falar relaxo o corpo a cabeceira, abanando o pescoço como posso. O tempo esquenta, não sei se é o clima, ou meu esgotamento mental que está ao limite. Sentindo-me sufocada, tiro o edredom do corpo tentando aliviar minimamente o ambiente. Recoloco na mesma hora. Rolo os olhos ao perceber que minhas pernas expostas tiraram sua atenção. —Eu entendo seu lado Allisson. A voz baixa, mansa, não me engana. Em todos os anos que estávamos juntos, nem de longe lembra o homem que está a minha frente, de postura baixa, olhar caído e desesperado para ser ouvido. Passou por uma boa escola de teatro, não tenho dúvidas. Nenhum pouco lembra aquele que me deixou ir, sem ao menos dizer "fica". —Você não sabe de nada. —fecho os olhos e solto um suspiro fundo. —Luídi... Te confesso que tentei por anos tirar você da minha mente, e com muito orgulho posso afirmar que eu já não te quero mais. Não tem volta. Digo com toda franqueza. Seu vinco ao meio da testa, começa a deixar rastros do seu verdadeiro eu, uma pessoa rude e nervosa. Eu o conheço bem. —Quem você quer enganar Alli? —altera a voz. —Impossível que sinta isso, conheço seu corpo, ele treme quando chego perto, seu ar falta, e as mãos soam. —abaixo o olhar por um segundo. —Você me ama garota! É claro que me ama! Afirma com todas as letras como se fosse um absurdo eu dizer tais palavras. —Ouça o que está a dizer Luídi! Pensou que eu ia voltar pra você, mesmo tendo feito tudo o que fez? —gesticulo conturbada. —Você fudeu com a minha vida, com todos os meus sonhos e desejos de mulher, de uma garota de dezessete anos que acreditava no amor! —bato ao colchão. —Ainda não comi merda pra fazer tal burrada. —Não sabia que tinha adquirido essa boca tão suja, não gosto nada disso. Que fique bem claro! Se altera seriamente. Como se eu tivesse medo de cara feia. Maldito! Nem quando fica com esse estilo m*l encarado, deixa de ser gostoso, ainda mais com sua nova aparência de bad boy motoqueiro. Aperto os olhos. p***a Alli, foca! —Bom saber. —Te separar de mim, só lhe fez muito m*l. —Não, ao contrário meu amor. —jogo os cabelos no ar, ao atingir um dos pontos que fizeram-me tão m*l. A dependência dele. —Hoje eu sou uma nova mulher. Me formei. Tenho tudo o que eu queria, me dediquei ao máximo para isso. Dei meu sangue. Coisa que nenhuma das tuas putas fariam, e o melhor, não graças a você! Um sentimento bom se apodera em mim, de liberdade a não sentir-me presa a ele. A pior coisa é quando estamos de mãos atadas dependendo de outra pessoa, tendo que engolir muita coisa, pois ela que lhe sustenta. Deus sabe o quanto me esforcei, não foi fácil, perdi muita coisa boa, como convites de amigos para sair. Hoje vejo que foram certas escolhas. Antes, quando necessitava, abaixava minha cabeça e acatava os esporros e xingamentos direcionados a mim, agora mando logo se fuder, não preciso de ninguém para nada. —Me sinto orgulhoso por isso, por ter conquistado seu espaço, e ser o que é hoje, não tenha dúvidas. Mas eu sei, que apesar de todos os problemas, nós éramos felizes e podemos tentar novamente. Nego cerrando os olhos. —Não faz assim comigo Allisson! Implora. Em um piscar de olhos, sou surpreendida, quando puxa meus cabelos da nuca chegando perto da minha boca. Aos poucos foi cercando meu corpo, envolveu-me com suas palavras destraindo-me, que nem ao menos percebi sua aproximação. Agora seu hálito quente, paira sobre o meu. Droga! —Me larga seu i****a. Trinco os dentes nervosa, um tanto incomodada com sua presença. Nos entreolhamos firmemente, olhos que se conhecem muito bem, e não precisam de muito tempo para saber os sentimentos um do outro. É perigoso, eu sei disso. Meu sangue ferve, a raiva está aqui, mas meu corpo reage ao seu, o que trás de volta suas palavras recentes. Eu tremo por ele. —Você me fez feliz sim. —Luídi abre um meio sorriso. —Só que eu mudei. Seu semblante fecha na mesma hora. —Não sou mais a bobinha, que te esperava contente durante o dia com bolo em uma mão, e o café na outra. Você não vai acabar comigo novamente, me usar e jogar fora depois como sempre fazia quando se cansava de mim. —Nunca faria isso, eu te amo. —encosta sua testa na minha. —Escuta o que estou dizendo, me ouve mulher, eu te amo! O empurro. —Mas eu não! Ele me fita derrotado abaixando os olhos. Seca o rosto, como se estivesse derramando lágrimas. Torço o nariz. Como se eu fosse crer nelas... São mais falsas que nota de 3 reais. Solta os cabelos, deixando os fios loiros se espalharem pelas costas. O silêncio toma conta do local só conseguindo ouvir o som de nossa respiração. Afago os braços. No momento estou preferindo isso, do que ouvir as nossas vozes em discussão. —Eu sofri também. Sua melodia é embargada, distante. Tenta convencer-me que está arrependido. Não há o que falar, ele não entende isso. Continua a insistir e insistir. Sua única resposta será a persistência de minha recusa. —Eu também, e bem mais que você, pode acreditar. Falo de canto sem olha-lo. Lembranças de muitos anos me vêem a cabeça. Apesar de querer acabar com isso, sinto que ainda tenho muito o que dizer, e por mais que eu gaste todas as palavras do mundo, ainda assim não serão suficientes. —Quando... Quando eu saí da nossa casa, que era sua no caso, eu não tinha para onde ir. Poderia voltar para a casa que minha mãe deixou, só que não tinha nem da passagem, nem isso... Fiquei uns três meses na rua até Pâmela me encontrar e me levar pro seu ap. Por um instante lembro da minha mãe. Mesmo que eu retornasse, eu não teria ninguém para me acolher, ela também me deixou. —No começo eu passei muita fome, frio, sede... Esperava um carro que sempre chegava dando sopa, todas as quintas-feiras, com os outros moradores. As pessoas não entendiam o porquê de uma garota jovem, tão bonita estar na rua. —acalento meus braços recordando a fase difícil. —Me perguntavam o porquê, mas nunca tive coragem de dizer que meu marido me traiu. —rio sem querer. —Ainda com minha parente mais próxima, que era mais que amiga, minha irmã. Entende? É humilhação demais para uma mulher. —Eu... não sabia. Sua voz fraqueja tentando absorver tudo o que foi exposto. Agora vejo sinceridade. Sei quando está indignado com algo, junta os punhos, mantém um ar de dominador. Esqueça disso. Sorrio limpando as lágrimas que deixei cair. —Porque enquanto você estava em casa, com todo conforto fudendo a minha irmã, eu estava passando por tudo sozinha, ainda com meu... Travo na hora. —Com meu orgulho ferido. —Não seja injusta, você não sabe de nada. —desdenha cerrando os olhos. —Só fala sobre sí, como se eu não tivesse sentimento. Não sabe o que eu senti também. —Não sei? —junto as mãos ao colo. —Cala a sua boca! Fala como se eu fosse a egoísta da história, sendo que foi você! Culpado por tudo que passamos. —Arfo pesado, balanço a cabeça em descrença. Como pudi ser tão sincera com ele, e nem só por um segundo conseguir agir certo comigo. —É um i****a mesmo. Mexo na barra da camisola impaciente. Não vejo a hora de conseguir escapar daqui e abraçar meu filho, aliás tenho que tomar mais cuidado ao menciona-lo. Diversos planos de fuga, se passam pela minha mente, é só escolher um e saber a hora ideal de pô-los em prática. —Eu já pedi perdão! —agarra com força o lençol da cama. No susto, recolho meu corpo a sua explosão. —Desculpa te assustar, só que se soubesse o que eu passei, não estaria fazendo pouco caso do meu amor. Negando levanta da cama. Com as mãos na cintura, se põe de costas para mim. Com os braços cruzados, me ponho de joelhos no colchão decidida a não escuta-lo. —Não sei, e não quero saber. Junto as sobrancelhas, antes que fale, eu continuo. —Como vai me recompensar as noites que fiquei trancada no quarto chorando, quando chegava bêbado em casa? Eu precisava de você, do seu apoio, e só o que sabia era me apunhalar pelas costas, meter chifre, galhada! Lembrei de um programa que assistia. Zorra total. Prendo os lábios. Se eu não tivesse tão bolada, iria estar rindo nesse exato momento do que disse. Me contenho. Respiro fundo, recordando o real motivo de estarmos aqui. —Aquele foi o pior dia da minha vida. Você quebrou meu coração de vidro e me tornou nessa pessoa empedrada, fria. Eu mesma me odeio Luídi, não sabe o quanto. Pouso as mãos tremidas ao peito. Faço isso sempre que estou nervosa, virou um hábito, é como uma queimação que esquenta meu corpo, e eu tenho que alivia-la. —Por sua causa eu não consigo mais amar alguém, não consigo dar amor pros outros sem ter medo de que me abandonem depois. Sem contar a história do meu filho... —Nosso filho! —corrige-me tocando a mão ao peito. —Que morreu, respeite sua memória. Lui. —Eu sei... e minha resposta é não Luíde, sempre vai ser não! Nunca irei voltar pra você. —afirmo, sem me importar com seus olhos, ao meu ver, marejados. —Tô me lixando pra merda do seu amor, vai pro inferno com ele e me deixa em paz. Perco toda a paciência que ainda existia. Não aguento mais essa palhaçada, esse circo criado pelo bobo da corte, traidor arrependido. Saio da cama o encarando de frente. —Eu. Quero. Ir. Pra. Casa. Agora! Falo pausadamente. —Está aonde deveria estar! Na sua casa, na casa de nossos futuros filhos. Não tem porque ir embora, está ouvindo!—Grita, segura firme meus ombros. —Você é minha! —Vai pensando. —encosto meu nariz em seu queixo. Decido provoca-lo. —Nesse momento, bem nesse momento—aponto para o chão. —Era para eu estar com meu marido. Em lençois de seda fina, fazendo amor até amanhecer com ele, não aqui com um ex esposo de merda, que só serve para me atrasar. —Seu marido sou eu p***a! Louco de raiva, Luídi me joga na cama e soca a parede. Dou um grito assustada, com tamanho impacto. Impressionada, olho o estrago que fez. A partir de qual momento ele se tornou tão nervoso e possessivo? Engulo a seco quando vem em minha direção, penso que irá me bater. Fecho os olhos amedrontada esperando o impacto, porém o que sinto é um leve carinho a face. Ao abrir as pálpebras, um homem de quase 2 metros ajoelhado a minha frente, com os olhos cheios d'gua. —Me perdoa amor, não queria te assustar. Só não posso aguentar quando fala essas coisas, linda. —Sai daqui, me deixa quieta. —peço acuada, realmente abalada pelo que vi ainda agora. —Não se atreva a tocar essas mãos sujas em mim. Sem querer deixo uma gota escorrer. Insiste em me cercar. Me afasto bruscamente de seu toque, e o infeliz tenta de novo. Não estou brincando quando digo que tenho repulsa dele. Não é não! —Allisson... —Sai! Grito e ele assente. A passos calmos me deixa sozinha em meus próprios pensamentos. Deito na cama exausta me ajeitando nos travesseiros fofos, passo as mãos no cabelo frustrada. Ainda estou sem acreditar em como pôde fazer isso comigo, me sequestrar no dia do meu casamento. Nesses três anos ele nunca procurou uma reconciliação, nem para me dar uma bala, e assim de repente quer o meu perdão. Luídi não entende que não existe mais "nós", jamais voltarei pros seus braços, essa é a única certeza que tenho na vida. Não serão palavras bonitas ou demonstrações de afeto que irão mudar meu conceito, ele quebrou algo bem mais profundo dentro de mim, impossível de ser colado. O meu coração. Eu sinto muito.
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