— Eu vim pedir-te desculpas, eu sei que vacilei feio...
— Não quero saber, já acabou não acha sofrido ficar procurado por mim? — Puxo o livro da sua mão e afasto-me dele.
Desisto da leitura, porque sei que não seria mais possível ficar aqui em paz. Sou seguida por ele.
— Eu só quero que me ouça!
— Não Daniel, você não merece ser ouvido.
— Por favor.
— Não basta o que vi?
— Eu sei que eu deveria ter terminado com ela antes, mas tinha as viagens e tudo acontecia simultaneamente e conheci você, e agora tudo que eu quero é beijá-la novamente.
— Eu não gosto de você. — Dou um passo para trás para que ele não me alcance.
— E aquele amor que sentia por mim, acabou tão rápido assim?
— Eu acho que nunca amei você, é mais fácil amar o Greg do que amar você!
— Você o quê? — Ouço a voz do Gregório.
Ele está bem atrás de mim, viro para encará-lo.
— E-eu... nada! — Gaguejo.
Oh s**t!
Saio correndo, como se a minha vida literalmente dependesse disso. Em nenhuma vez olhei para trás. Chego em casa e vou para o meu quarto para tomar banho e trocar de roupas. Em baixo do chuveiro fico a pensar na expressão do Gregório, ele parecia tão feliz, e o porquê será que ele estava na frente da biblioteca? Depois do banho, deito-me no sofá da sala e ligo a televisão, fico em busca de algo interessante dentre os canais parece que tem um filme passando, uma pipoquinha cairia bem agora. Levanto-me para preparar a pipoca e ouço a campainha tocar.
Abro a porta e vejo Gregório sangrando pela boca e o nariz, assusto-me ao vê-lo.
— O que aconteceu com você?— Pergunto trémula.
— Uma tentativa de assalto. — Ele diz.
— Vou ligar para a ambulância ou para a polícia! — E o puxo para dentro em busca do meu celular.
— Não é necessário. — Ele não parece abalado, ele está feliz.
— É sim! — Digo confusa.
— Eu quero que você cuide de mim.
— Gregório, preciso ter certeza que você vai ficar bem. — Digo ao pegar o celular.
— Eu ficarei bem quando você cuidar de mim.
— Mas temos que ligar para a polícia, fala logo como ele era...
— Acho que da minha altura, um metro e oitenta e três, cabelos loiros, olhos azuis, vestia preto...
— Daniel? — Fico boquiaberta. — Mas você disse que foi assaltado.
— Corrigindo, tentativa de assalto, tinha um Mala querendo roubar a minha garota.
— Você é louco? — Por um momento o alívio que eu sinto é reconfortante.
— Mesmo que você não admita, eu amo você. — As suas palavras fazem-me ruborizar de imediato.
Quero falar que o amo, mas estou travada e encarar as minhas mãos, parece-me certo. Sinto o seu toque no meu queixo me induzindo a encará-lo, ele aproxima-se lentamente então fecho os olhos. E o toque dos seus lábios nos meus é magico.
— Seja minha namorada por favor. — Ele sussurra entre o nosso beijo.
— Sim. — Respondo de imediato.
Encarámo-nos por segundos, vê-lo sorrindo assim tão de perto faz o meu coração aquecer. Eu beijo-o fazendo pequenas caricias no seu rosto.
— Acho que preciso limpar você. — Digo arrumando desculpa para soltar-me de algo que eu quero tanto ficar.
— Verdade!
Depois que o limpo, assistimos ao filme que já passava a algum tempo, não êxito em ficar-lhe abraçada no sofá. Ele fica a dar beijinhos na minha cabeça.
— Você não imagina o quanto estou feliz.
— Não mesmo! — Digo com sarcasmo.
A tarde vem chegando ao fim, que é exatamente a hora que os meus pais chegam e Gregório resolveu que vai falar com eles, em alguns momentos da nossa tarde ele ensaio como falaria com os meus pais.
— Sei que não sou o cara mais perfeito do mundo, e sabem também que na nossa infância eu fui mau demais com a Ana Júlia, mas quero dizer uma coisa se eu pudesse voltar no passado eu jamais teria sido tão mau como fui naquele tempo e quero saber se tenho permissão de namorar a sua filha, prometo que serei o mais carinhoso possível e respeitoso com ela, se não deixarem eu entendo.
— Espero que estaja sendo sincero rapaz, pois caso contrario vai conhecer as consequências, e quero que vocês se cuidem irei permitir, mas há regras.
— Quais?
— Nada de sexo sem camisinha...
— Pai, pelo amor de Deus! — Repreendo o meu pai.
— Falo sério! Sei que em algum momento vai acontecer, sabe que sou psicólogo. Então rapaz, se você fazê-la chorar ou encostar um dedo nela para machucar eu mato-te, e espero está a ser compreendido.
— Estou ciente de tudo senhor, muito obrigado por permitir, não irei dececionar o senhor.
— E como já é tarde, acho que você deve ir para casa! — Meu pai praticamente expulsa o Greg.
— Boa noite a todos! — Ele me encara como se quisesse uma despedida a sós, n**o com a cabeça e dou-lhe um sorriso.
— Boa noite! — Meu pai diz e fecha a porta na cara do Greg. — Se ele aprontar com você avise-me.
A minha mãe começa a sorrir com o meu pai sobre a situação toda, ela fica a imitar a cara de bobo do Gregório. Depois do jantar subo para o quarto e assusto-me ao ver o Greg deitado na minha cama.
— Você é maluco? — Sussurro.
— Ainda duvida?
— Por que está aqui? — Pergunto de braços cruzados.
— Porque somos namorados, e não tivemos tempo de comemorar.
— Gregório o que pretende? — Não posso negar que estou feliz em ver ele.
— Vamos fugir essa noite!
— E o que acabou de prometer para os meus pais?
— Eles não irão descobrir, partiremos assim que tudo ficar em silêncio, daqui à uma hora e meia.
— Você é maluco, daqui a uma hora e meia será meia-noite.