Terror Narrando
Tava descendo a escada, tranquilo, ainda com o gosto do beijo da Sofia na boca, quando o rádio chiou no bolso da bermuda.
— Terror, Terror, B.O. na contenção. Urgente, chefia.
Nem olhei pra cozinha. Só senti o cheiro do café recém passado invadindo o corredor. O perfume da Sofia ainda grudado em mim, mas já era. Clima de romance foi quebrado na hora.
— Carälho, logo cedo — murmurei, puxando o rádio. — Já tô descendo.
Acelerei o passo, desci os degraus no impulso, atravessei o pátio e fui direto na direção da minha moto. Subi na XRE vermelha, dei a partida e o motor roncou alto. Capacete? Esquece. No meu morro ninguém toca em mim. Botei só o óculos escuro e acelerei rua abaixo, desviando das crianças brincando e dos moradores abrindo os botecos.
No caminho, já fui lig
