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Jackson sairia hoje do hospital, estava bem já, mas precisava um pouco de repouso. Katy e eu buscamos ele no hospital, ele brigou muito até ter que ceder em sair do quarto até o carro em uma cadeira de rodas, seria como pedir um favor ao d***o tentar mantê-lo de repouso em casa.
Quando chegamos ele praticamente saltou do carro e entrou, pedi aos seguranças que pegassem as coisas no carro e levassem para dentro. Entrei e ele já estava enfiado no escritório gritando no telefone, entrei no escritório e fechei a porta.
- Não vou ficar numa cama. - disse me encarando e desligando o celular. O jogou sobre a mesa, certeza que tinha trincado ou quebrado a tela.
- Não vim falar isso. - fui um pouco grossa e ele mudou sua face. Agora estava mais tranquilo e sentou na cadeira de trás da mesa. - Ryan Dickson.
- O que tem o Dickson? Não estava viajando a anos? - como Jackson sabia que o Ryan tinha feito viagens? Ou melhor, como se conheciam?
- Foi ele quem mandou m***r você. - ele suspirou e passou a fitar a janela da sala. Sua mente vagava distante, mas por sua expressão eu percebi que ele conhecia o Ryan.
- Como conhece o Ryan? E, porque ele quer m***r você? - ele voltou a me olhar e abaixou a cabeça, era uma tentativa falha de se esconder do meu olhar repreendedor.
- Faz muito tempo quando ainda morava com nosso pai nos Estados Unidos, ele estava durante uma de suas viagens e eu sai com ele várias vezes e aconteceu muita coisa. Última vez que o vi foi ano passado, quando você me mandou o trabalho, tinha requisitado a morte da esposa dele. - eu fiz isso? Ryan era casado e Eu não tinha ideia disto.
- O casamento deles foi escondido, por isto não descobriu. Não entendia porque era escondido, mas já sei porque. - ele estava parado na janela e olhava para o lado de fora da casa, tinha apenas árvores ali.
- Porque então? - me aproximei dele, ele não expressava nada. Vi um pontinho vermelho apontado e outro apontava na parede do outro lado da sala.
Empurrei Jackson, que caiu com tudo no chão soltando um gemido de dor por conta dos curativos. Assim que atingi o chão, os vidros da janela se despedaçaram em cima de mim, as paredes ficaram cheias de furos e o barulho dos tiros só aumentavam. Jackson gritou nome da Katy e saiu rastejando até a saída do escritório.
Me virei ficando de bruços no chão e senti os pequenos caquinhos de vidros perfurarem minha pele, a dor era suportável e pequena perto de todas as outras dores que senti. Rastejei para fora do escritório e ainda agachada peguei a arma que ficava embaixo do balcão da pia, da porta da cozinha, conseguia ver um dor atiradores no meio das árvores. Acertei diretamente seu peito e caiu estatelado ao chão, imóvel. Tinha uns dois seguranças nossos no chão, levei um susto quando um apareceu na porta onde eu estava, os tiros já haviam cessado e eu me levantei.
- Já acabou senhora. Iremos tirar os corpos daqui e fazer uma ronda na mata, para verificar se tem ou tinha mais alguém. - apenas assenti e ele viu o sangue escorrendo pelo meu rosto e braços. - Alguém mais se feriu?
- Não, estamos todos bem. - responde e ele apenas concordou com a cabeça, saindo imediatamente e eu fechei a porta.
Subi as escadas e fui até o quarto da Katy, nenhum dos dois estavam lá, fui ao do Jackson e os dois estavam se abraçando, apenas assenti e pisquei para ele, que retribuiu e eu fechei a porta novamente. Ouvi baterem na porta da frente, destravei a arma e desci com a mesa já em mãos pronta para o disparo, era Matthew e eu respirei aliviada.
- Meu Deus, você tá bem? O que aconteceu? - ele olhava todo o sangue escorrido em mim.
Abaixei a arma, colocando na cintura e o abracei, precisava saber que tudo estava bem. Queria que tudo isso acabasse, sem pessoas querendo m***r as pessoas que me importo.
Subimos para o meu quarto e tomei um banho, quando a água tocou minha pele parecia fria, todo meu corpo se arrepiou e a água escorria vermelha por conta do sangue. Dava para ver os caquinhos tilintando no chão do box, não parava de escorrer sangue e por um momento achava que era tudo um pesadelo.
Sai do banho e sequei o cabelo, passando um óleo em seguida para que não ficasse frisado. Vesti uma roupa confortável e prendi o cabelo num coque soltinho. Voltei ao quarto e Matthew estava na janela olhando para fora, tinha uma vista ampla de todo o jardim e área da piscina, mais alem podia se ver parte da cidade. Ele estava com os braços cruzado, sua respiração era calma e sua mente vagava distante, só percebeu que eu estava ali quando o abracei por trás, passando meus braços por debaixo dos dele e parando em sei peito.
- Como você está? - ele se virou para mim segurando meus braços. Uma de suas mãos foram ao meu rosto e com o polegar acariciou minha bochecha.
- Estou bem, cansada disso, mas bem. - sorri. Seus olhos encontravam os meus, m*l piscávamos.
- Sabe quem foram? - neguei com a cabeça apenas e o abracei. Estava exausta disto, minha mente vagou para um sonho em que eu e ele morávamos em uma casa grande, com um jardim lindo, tínhamos dois filhos e éramos felizes, sem problemas para lidar ou pessoas querendo nos m***r.
- Acredito que tenha sido Ryan, mas não sei Matt, os atiradores eram muito bons. Estavam aqui para m***r o Jackson e se eu não estivesse lá… - me afastei dele e sentei na cama cruzando as pernas. Ele sentou ao meu lado e ficou me olhando.
- Você estava lá, ele está bem. - ele beijou minha bochecha, me fazendo rir.
- Você pode ficar hoje? - fiz uma voz manhosa apenas para convencê-lo a ficar, mesmo sabendo que não era necessários convencer ele.
- Não precisa nem pedir, sabe disto. - sorriu e nós beijamos. Era calmo, o beijo que te leva para um lugar tranquilo, que te faz sentir paz e alegria apenas.
- Preciso ver como está a Katy. - ele apenas concordou com a cabeça.
Sai do quarto fechando a porta em minhas costas e pude ouvir ele falar ao telefone já. Fui até o quarto do Jackson e bati, até ouvir um entra, estava só a Katy deitada na cama mexendo no celular, me joguei ao lado dela.
- Você está bem? - me virei ficando de frente para ela. Katy ajeitou na cama ficando de frente para mim, tinha uma expressão de abatida, triste ou surpresa.
- Sim, um pouco assustada apenas. Pensei que tinha acontecido algo com o Jackson. - ela forçou um sorriso, acho que foi mais para confortar a si mesma do que para me convencer.
- Ele está bem, aliás, cadê ele? - ri em silêncio.
- Desceu para falar com o segurança e fazer um chá para mim.
- Tá. Vou voltar para meu quarto, deixei Matt lá. - ela riu. - qualquer coisa me chama tá? - a abracei e ela sorriu, foi sincero desta vez.
- Tá bom.
Sai do quarto e Jackson já estava voltando, disse que os seguranças já tinham arrumado tudo e que tinha sido coisa do Ryan, amanhã iríamos falar sobre isso, pois hoje queria descansar e ficar com a Katy.
Entrei no meu quarto e Matt não estava, a porta do banheiro estava aberta e ouvia o barulho do chuveiro. Me deitei na cama e liguei a TV para assistir série, mas logo adormeci.
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