Capítulo 2 - Tigre

1167 Words
Tigre Narrando... Até agora a minha ficha não caiu, pegaram a visão, papo dez, eu ainda não sai da porrä da salinha até agora, juninho meu sub já veio bater aqui, e saiu bolado porque tomou esculacho, já tinha dado o papo que não queria saber de ninguém por aqui, se chegou foi ciente que eu não tô bom pra papo. A minha mente só fica rodando na doutora filha da putä que envenenou a minha vó, porrä, como que essa merdä aconteceu e ninguém viu nada, minha vontade mermo é sapecar bala na testa de todos que tavam lá na contenção do quarto, por ter deixado essa merdä acontecer, mas primeiro eu preciso saber do proceder das idéia. Meu peito tá doendo, pela primeira vez, mano, uma dor que me rasga por dentro, uma parada que eu nunca tinha sentido. Tiraram a vida da única mulher que teve meu sentimento, a única que realmente teve meu coração, tá ligado? Dona Vera, a senhora que sempre me jogava uns papos tortos, mas como era ela quem falava, eu deixava passar, não ligava tanto. Lembro do último papo que tive com ela, antes de ser transferida praquela clínica com mais recurso, a merma precisava tá fazendo hemodiálise diretão, controlando mais algumas paradas lá, uns problemas de saúde que ela tinha, e por isso ficou na clínica, porque pra lá era melhor pra ela. Lembrança On — tá maluca, dona vera? Logo logo cê vai tá boa de novo, não vai deixar seu neto solto por aí, não né? Se não tu tá ligada... ___ brinco com ela, tentando manter a postura, mas ela sabe que eu tô quebrado por dentro. Dona Vera — Meu filho, um dia a tua velha vai partir e tu vai sentir a falta de alguém pra cuidar de você, em... Já tá na hora de tu formar uma família, tá na hora de criar juízo, meu neto... achar alguém que vale a pena de verdade, não essas mulheres que só tão atrás do teu dinheiro... mas uma que te ame de coração... ___ fala, apertando minha mão, mas já sem tanta força. — Cê tá viajando, dona Vera... não tem como não, essa mulher perfeita que cê imagina, não existe, já te dei o papo, mulher é só dor de cabeça... Dona Vera — Você quem pensa... porque quando ela aparecer, vai ser tudo pra ti... vai te hipnotizar com o olhar, a forma de falar... tudo nela vai te fazer lembrar do que eu tô te dizendo... não sei se eu vou estar aqui pra ver, mas se eu não estiver, lembra dessas palavras quando ela cruzar o seu caminho... ___ insiste, e eu fico calado, só pra não deixar a neura tomar conta — Tu pode achar que eu tô pegando no teu pé, mas é verdade, meu neto, um dia todos nós precisamos de alguém do nosso lado... — Já é, coroa... não vou ficar batendo na merma tecla com tu, meu pensamento não vai mudar e cê sabe disso... ___ falo por fim, tentando puxar outro assunto, mermo contra o gosto dela. Lembrança OFF Começo a socar a parede sem parar, sentindo uma pressão do caralhø no peito. Logo a porta da salinha é aberta com tudo, e o chefe da CV passa, seu semblante sério, sem sorriso. Lobão — Já parou cria? será que nois pode trocar uma ideia agora? Juninho acabou de me passar a visão... desenrola comigo, que porrä aconteceu? ___ chega logo perguntando. Um dos únicos que tem essa liberdade de chegar em mim, não é só porque é chefe da cv não, aqui vale mais parceria do que cargo. — Envenenaram a minha vó, lobão... ninguém viu porrä nenhuma, a única parada que eu sei é que foi uma doutora que tava cuidando dela, mas eu tô no escuro caralhø... eu nem conheço essa vädia... vou precisar revirar aquela porrä de clínica pra pegar a ficha dela .. e eu vou atrás dela até no inferno cumpadi, quero nem saber... ___ brado, chutando a lixeira longe. Lobão — Caralhø parceiro... porrä, não imaginei que fosse essa parada não, putä que pario... ___ solta as palavras, meio surpreso, seu semblante já foi caindo também, porque aqui geral gostava da dona Vera, ela era uma mãezona pra geral... e agora tiraram a vida dela, porrä. — Nois vai tirar saber direitinho que porrä aconteceu... eu mermo vou na clínica, vou caçar lá, pega filmagem porque deve ter... e nois vai achar a desgraçada que envenenou a dona Vera... confia que nois vai resolver essa fita junto, tu não tá sozinho não cria... aqui geral é família... — A única coisa que eu quero mermo é a cabeça dessa vädia... porque nada vai trazer a minha vó de volta... eu não quero saber de mais nada, eu só quero vingança... ___ solto as palavras cheio de ódio, sentindo meu peito acelerado. Lobão — Tá muito estranho essa parada aí, tigre... será que não tem nada a ver com teu irmão não? ___ pergunta, e eu lanço um olhar serinho pra ele. — Que irmão? aquele verme pra mim não é nada... sangue por sangue, até a porrä de um pernilongo tem... ___ r***o as palavras no ódio, só de lembrar que ainda existe esse paü no cu, meu sangue ferve. Lobão — Nois vai descobrir Jajá essa porrä... e vamo vingar a morte da dona Vera... não vai ficar assim não, saindo daqui já vou meter o pé pra clínica... quero ouvir de perto o que rolou, porque essa história aí não tá me convencendo não cria, papo é esse... — Eu vou contigo pra lá... vão trazer o corpo da minha vó pra cá... daqui nois faz um enterro pra ela... já vou mandar subir a bandeira de luto na favela... ___ dou o papo, sentindo a porrä do nó na garganta, eu tô no escuro cria, eu não sei como que conseguiram fazer essa parada com ela, sem caô. Só de pensar num caralhø desse, meu sangue ferve, minha boca seca e a vontade de sair matando geral vem com força, porque ela não teve nem como se defender da porrä dessa crueldade... Lobão — Bora pra lá então... ____ fala, e eu só manjo com a cabeça, sem falar mais nada. Saímos da salinha, os soldados já entram em alerta, eu subo na minha moto sem olhar pros lados, giro a chave com tudo na ignição, acelero e meto marcha dali. Lobão me acompanha junto com os outros soldados, eu desço o morro cortando, respiração pesada, e o ódio crescendo cada vez mais. Depois de uns minutos, nois ultrapassa a barreira e segue pelo pistão, indo direto pra clínica do Fernando, um dos irmãos da facção, quero tirar essa parada a limpo logo, se eu não sair de lá com respostas, eu nem sei o que sou capaz de fazer com cada um deles lá, sem caô cria, tô fervendo de raiva mermo... Contínua...
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