Hades narrando O sol queimava o asfalto das ruas estreitas da favela, cada passo que eu dava a raiva que crescia em silêncio desde o momento em que vi aquele envelope recheado sendo jogado na minha mesa como se fosse nada. Aquela garota… achava que podia passar por me como se fosse invisível? Alguma coisa não fechava e eu ia descobrir. Já tinha falado com dois contatos no banco: nada em nome de Layla, Daiana, ou Dona Selma. Nenhuma conta com crédito. Nenhuma linha de empréstimo. Nenhum fiador. Aquilo só confirmava o que eu suspeitava: o dinheiro não veio do banco. Eu atravesso a rua em direção à pequena lanchonete onde Dona Selma trabalhava, com o olhar duro e os punhos cerrados. Empurro a porta com força, o sino pendurado tilinto estridente. Havia apenas dois clientes no canto, mas a

