Tito narrando Acordei com a cabeça latejando como se tivesse levado uma coronhada ou dez. O gosto de sangue seco na minha boca me fez lembrar que não era só impressão. Quando consegui abrir os olhos, tudo girava. A luz que entrava pela janela rachada do quarto só deixava mais nítido o estrago. Cama virada. Cadeira quebrada. Garrafa no chão. Sangue na parede. Tentei levantar, mas o corpo doía como se eu tivesse sido atropelado por um bonde. Tudo era um borrão na minha mente, imagens embaralhadas, e só vinham uns flashs: grito, pancada, alguém me chamando, uma sombra grande. Respirei fundo. Tava difícil juntar os pedaços do que aconteceu, mas uma coisa eu sabia: tinha dado merda. Da grande. O som da porta se abrindo com força me fez virar o rosto devagar, com esforço. Foi aí que eu vi

