Hades narrando
A luz amarelada da lâmpada pendurada no teto oscilava levemente, lançando sombras nas paredes frias da cela. Eu estava sentado no beliche de baixo, com os cotovelos apoiados nos joelhos e os dedos tamborilando lentamente na lateral da perna. O meu olhar fixo no chão, como quem enxerga muito além daquelas rachaduras no concreto.
A cela estava silenciosa, exceto pelo som ritmado das grades batendo ao longe e de uma goteira persistente que pingava sem parar no corredor. O meu parceiros de cela, Magrão, estava deitado, mas ainda acordado. Sentiu o peso no ar e não aguento o silêncio.
— Tá bolando o quê aí, Hades?
levanto o meu olhar devagar, os meus olhos escuros cintilando com algo entre raiva e frustração.
— Tô pensando nesse filho da p**a do Rato.
— O que tem ele?
Eu
