Pesadelo narrando O barulho era insistente. De um bip agudo, repetitivo, que cortava o silêncio como navalha. Eu franzi a testa, o meu corpo pesado como chumbo. Um gosto amargo na minha boca, a minha garganta seca. Tento mexer os dedos, mas foi como se estivesse preso numa armadilha. Com esforço, tento abrir os olhos. A luz branca me corto como lâmina, queimando as minhas pálpebras. Gemo baixo, o som rouco, quase irreconhecível. — Vai devagar, irmão. Devagar… A voz chegou abafada, meio distante, como se viesse debaixo d’água. Eu prendi a minha respiração por um segundo. A minha mente embaralhada começo a tentar juntar as peças. Aos poucos, a minha visão foi clareando. Um teto branco. Luzes fluorescentes. Cheiro de álcool, remédio… e sangue seco. Só então caiu a ficha. Hospital. O

