Hades narrando A primeira coisa que eu senti foi o peso da minha própria cabeça. Tava como se tivesse um bonde inteiro estacionado em cima de mim. Tudo girava, tudo pesava, e de repente… as vozes. No começo era só um sussurro. Tipo eco de pensamento perdido no abismo. Voz de mulher. Suave. Familiar. Mas longe, como se tivesse dentro d’água. — Hades… — dizia. — Hades, volta, por favor… Tentei abrir os olhos. p***a. Ardeu como se o sol tivesse metido a mão dentro do meu crânio e arrancado minha alma. Gritei, ou pensei que gritei. Talvez nem tenha saído som. Só sei que doeu pra c*****o. — Calma, calma... — veio de novo a voz, mais perto agora. — Eu vou apagar a luz, tá? Aí tu pode abrir os olhos devagar, sem doer. Layla. Era ela. Eu conheço aquela voz até debaixo de bala. Aquela mulher

