Layla narrando Eu chego da creche com a Rana no colo Daiana, os meus pés cansados, o coração mais ainda. A Rana tagarelava sobre os desenhos e a “tia” que conto história, mas a minha cabeça... tava longe. Longe dali, longe da creche, longe até de casa. A imagem de Hades, largado na cadeira da boca com uma mulher qualquer se esfregando no colo dele, queimava feito brasa nos meu olhos. Era como se estivesse grudada na minha retina. Por mais que tentasse afastar, por mais que dissesse pra mim mesma que não se importava, doía e eu nem sei porque. — Você é burra, Layla, – eu murmuro pra mim, enquanto colocava Rana em pé no banquinho do banheiro. Abro o chuveiro, ajusto a temperatura e começo a da o banho da minha irmã com todo carinho, esfregando a espuma nos bracinhos dela como quem tent

