Capítulo 32

1117 Words

Rato narrando Eu acendo um cigarro com a mão trêmula. As marcas ainda estavam frescas, tanto no corpo quanto na minha mente. Um corte profundo no meu ombro, os pontos puxando a minha pele, e aquela ardência que não me deixava esquecer nem por um segundo: ele esteve perto. Muito perto. Soltou a fumaça devagar, encarando o nada. — Por pouco... — murmuro, a minha voz rouca, arrastada. — Por muito pouco aquele pesadelo não me levo de vez. O cheiro de hospital ainda estava grudado nas minhas narinas, mesmo já estando longe dali. O sangue, o corre, os gritos abafados... tudo rodava na minha mente como um filme sujo. Eu lembro do som dos tiros. Lembrava da dor queimando no meu peito, do gosto metálico na minha boca, e do peso do meu corpo ficando mole. Por alguns segundos, tinha certeza que

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