Hades narrando
A cela estava em silêncio, exceto pelo som metálico da caneta arranhando o papel eu escrevia com calma, como se cada palavra tivesse o peso de uma sentença. Mas meus olhos... meus olhos estavam vermelhos, injetados, como quem não dorme há dias, como quem rumina uma vingança que já deixou de ser desejo e viro certeza.
Eu paro, largo a caneta no colchão fino e respiro fundo. Tito tinha falado o que eu precisava ouvir ou quase tudo.
Eu passo a mão pela minha cabeça, depois fico de pé, andando devagar de um lado pro outro da cela.
— “O Tito confirmou. Quase certeza...” — murmuro, olhando para o chão como se enxergasse o passado ali.
Paro de andar e olho direto pro nada, mas falo como se alguém estivesse ali comigo.
— Foi o Rato... aquele verme. Entrego minha cabeça pros cu
