Hades narrando
A salinha estava mergulhada num silêncio pesado, quebrado apenas pelos gemidos de Filho da mãe, largado e quase desacordado na cadeira. O cheiro de sangue pairava no ar, Para uns sufocante, para me era como um perfume daqueles que já está com o pé no inferno.
Pesadelo se afastou, respirando fundo, andando de um lado para o outro como um animal enjaulado. Ele passava as mãos pelos cabelos, estalava os dedos, batia o pé no chão. Aquilo não era apenas raiva era algo mais fundo, eu diria pessoal.
Tito, encostado na parede, cruzo os braços, olhando de soslaio para me.
— E aí, mano? O que cê acha disso tudo? — murmuro, quase como quem provoca.
Eu não respondi de imediato. Encarava Pesadelo com um olhar frio, atento, como quem observa um vulcão prestes a explodir. Finalmente
