A Mulher dos Cabelos Azuis

Suzuki Investimentos

Hinata sabia que você estava com amnésia, por isso, tratava como se estivessem se conhecendo por agora. Isso às vezes lhe confundia, mas por conta de sua perda de memória, sabia que ela lhe tratava dessa maneira. Seria algo como recomeço talvez.

No entanto, você se sente na expectativa de que algo bom ou r**m irá acontecer. Talvez um novo aliado ou inimigo venha a surgir, já que você não sabe muito deste mundo e quer explorá-lo a todo custo.

Você tem esses pensamentos enquanto dorme. Teria se virado para o lado, mas não percebeu que não era mais noite e sim era dia. Escutou o despertador tocar, mas não era o seu. Talvez fosse o de Hinata, já que ouviu algo semelhante à despertador ouvir perto de si. Você decide ficar quieto. Estava em dúvida ainda se Hinata iria se levantar ou não. Olhou para o relógio que estava no criado-mudo ao seu lado e viu que eram cinco e meia da madrugada. Vocês foram dormir mais ou menos dez horas da noite. Hinata acorda tão cedo assim? Era incrível como ela se levantava nesse horário. Será que você teria disposição para ir com ela em sua empresa?

Depois de cinco minutos, você ainda estava dormindo, ou melhor, fingia que dormia. Escutou barulho de saltos que aumentavam de intensidade. Talvez Hinata fosse acordá-lo. Não tinha dúvidas. Ela iria acordar você que estava fingindo dormir.

— Bom dia, vamos tomar café? — Você escuta Hinata chutar a porta e quase a tirou do lugar.

Você se assusta e vê que a porta tinha uma rachadura. Seria o chute de Hinata. De fato, ela era bem forte, pelo visto. Estava segurando uma bandeja com panquecas americanas, um pouco de mel, que tinha em um pote, café puro e ela caminhava até a sua cama.

Você estava usando um pijama azul que tinha estampas de um personagem de desenho animado, um que você gostava de ver quando criança. Era coincidência Hinata ter esse tipo de pijama consigo.

Você se levanta para ficar sentado na cama e vê Hinata colocar a bandeja na sua frente com um sorriso no rosto.

— Dormiu bem? — Indaga a mulher de cabelos azulados.

— Sim, dormi. — Você responde.

Hinata pegou uma maçã do bolso da calça e começou a comer. Você achou estranho ela só comer uma fruta. Faltaria algum outro tipo de alimento para saciá-la.

— Você só come uma fruta? — Você indaga.

— Sim. Eu não sinto fome desde cedo. Começo a sentir fome depois. — Responde Hinata, que volta a morder a sua maçã.

Você começa a comer a panqueca que Hinata fez. Estava impressionado que ela tenha feito tudo rapidamente.

— Como conseguiu preparar tudo rápido? — Você indaga.

— Não fui eu. Foi o A-21.— Responde Hinata.

— Quem?

— A-21 é o meu assistente virtual. Ele está implantado na minha casa, no meu carro e também no meu celular. — Hinata puxa um celular de última geração e ele liga sozinho.

— Bom dia. — A-21 fala o seu nome. — Espero que goste das panquecas que preparei para você. A Senhora Suzuki não costuma comer muito pela manhã, mas eu fico feliz em cozinhar para alguém.

Você fica impressionado. Hinata teria construído um robô desses? Ela era muito inteligente, pelo visto.

— Gostou do A-21?— Indaga Hinata.

— Sim… — Você fica boquiaberto. Como alguém conseguiria construir algo desse tipo?

Hinata olha para você e começa a rir. Teria gostado de seu jeito.

— Bem, arrume-se. Tenho algumas roupas que separei para você. Vou indo para o carro. — Disse a empresária.

Você olha para o lado e vê uma trouxa de roupa já bem dobrada. Parece que ela já tinha deixado tudo pronto ou até mesmo poderia ter sido A-21.

Enfim, você não queria ficar perdendo tempo pensando em tais possibilidades e achou melhor se vestir.

Depois de ter escolhido a sua roupa favorita, você vai correndo para fora, onde encontra o carro de Hinata na frente e ela estava o esperando. Antes, você tinha dado bom dia para uma recepcionista. Seu nome era Ren e mostrava muita simpatia. Você teria gostado dela. Era muito bonita. Tinha os cabelos castanhos, os olhos negros e usava uma roupa parecida com a de Hinata. Alguém como esta só moraria em um lugar onde todos se vestem bem, pelo visto.

— Você demorou. — Disse Hinata, quando o viu.

— Desculpe a demora. — Você responde.

A empresária sorri para você e se aproxima. Você fica com vergonha por conta de ter a proximidade da beleza de Hinata até si. Ela arruma melhor as suas roupas. Algumas pessoas olharam e estavam cochichando algo, mas Hinata não se importou. Não se importava com a opinião dos outros.

— Bem, vamos lá? — Hinata pisca para você e em seguida, ela libera o carro para que entrem.

Durante a viagem, vocês conversaram. Você queria conhecer um pouco de Hinata, quem era ela e tudo mais. No entanto, vocês conversaram tanta besteira que não deu tempo de buscar informações sobre ela, mas isso não lhe deixou chateado. Pode ser que isso venha acontecer mais para frente.

Vocês chegam na empresa. Você fica impressionado com o tamanho do local. Tinha mais ou menos trinta andares e era um prédio escuro. Bem na frente, mais ou menos na metade dos andares, tinha um "S" e um "I", podendo indicar ser a Suzuki Investimentos.

Hinata olha para você com um sorriso e indaga:

— Gostou do prédio?

— Eu adorei! — Você responde com entusiasmo.

Hinata libera o carro e as portas se abrem. Em seguida, ela as fecha quando você sai e diz:

— Vem comigo. Se alguém falar com você, aja naturalmente, não precisa ter receio. Ninguém sabe que você ficou com amnésia e tenho medo que a mídia saiba disso.

— Por quê?

— Pode não parecer, mas qualquer coisa pode atingir a Bolsa de Valores. Venha. Vamos conhecer o seu local de trabalho que também é o meu. — Hinata diz com um sorriso no rosto.

Na frente do prédio, havia um estacionamento com vários carros bem modernos e sofisticados. Parece que os funcionários que trabalham na empresa são muito bem pagos. Pelo jeito como Hinata é inteligente, pode ser que ela lucra muito com o seu negócio.

Vocês entram na porta automática e você fica impressionado. As paredes eram de uma cor que parecia ser dourado escuro. Havia um mapa mundi bem grande no topo da parede e também era de cor dourado escuro. Logo abaixo, havia a recepção e mais três elevadores ao lado. Do outro, tinha uma porta que poderia ser a escadaria. Havia uma recepcionista que tinha os cabelos loiros, a pele pálida e os olhos azuis. Não parecia ser japonesa, poderia ser alemã. Logo, ela fala com um sorriso:

— Bom dia, Senhora Suzuki.

— Bom dia, Nataly. — Responde Hinata. — Esta é Nataly Arch. Ela é a recepcionista da parte da manhã. Veio da Alemanha e trabalha aqui há cinco anos. — Ela se vira para Nataly. — Ele está com amnésia. Não sei o que aconteceu com ele que está assim.

Nataly fica impressionada e responde:

— Espero que ele fique bem. — A alemã parecia mesmo impressionada e lamentava pelo que aconteceu com você.

— Não se preocupe, ele vai ficar bem. Agora, vamos subir.

— Claro! Fiquem à vontade! — Nataly fala com entusiasmo.

— Obrigada. — Hinata faz uma reverência para a sua funcionária e em seguida, você e a empresária pegam o elevador. Enquanto estavam no elevador, você queria conversar um pouco mais com Hinata, mas não sabia o que iria falar. Quando finalmente você pensa em um assunto, ela fala:

— Já chegamos.

Parece que não tinha jeito. Não iria ser desenvolvida a conversa entre vocês, mas em compensação, iria conhecer um pouco do lugar onde ela trabalha.