Jaime Beaumont.
Fazia dois dias que eu estava me segurando. Dois dias repetindo pra mim mesmo: não vai atrás do desgraçado. Dois dias tentando seguir o conselho do Pepe de não fazer nenhuma loucura. Mas quem disse que funcionou?
Toda vez que fecho os olhos, vejo o rosto da Mayara, machucado, com aquele olhar apagado. Toda vez que lembro, o sangue ferve e a raiva transborda. Então, aqui estou eu. Estacionado em frente à casa do Gustavo, o infeliz.
Saio do carro com passos largos e decididos. A raiva latejando nas têmporas. Bato na porta com força. Nada. Bato de novo, agora com ainda mais ódio.
Silêncio.
Passo a mão pelos cabelos, frustrado. Ninguém aparece. E, por um lado... ainda bem. Porque se aquele verme tivesse aberto essa porta, eu juro por Deus que não saberia do que seria capaz
