Na manhã seguinte, o céu amanheceu cinza sobre a mansão. Nuvens pesadas, como se o tempo carregasse o mesmo peso que eu sentia no peito. Helena ainda dormia, aninhada em meio aos lençóis bagunçados. O cabelo espalhado no travesseiro, a respiração tranquila. Linda. Serena. Um contraste absurdo com o caos dentro de mim. Me levantei devagar, vesti uma camisa escura e fui até o jardim. Sentei no banco de pedra onde, meses atrás, ela tinha me dito que achava que eu tinha salvação. “Você só precisa deixar alguém te amar de verdade.” Eu tinha rido, na época. Agora eu m*l conseguia respirar com esse amor. O problema é que eu não sabia viver sem medo. O medo não vinha mais dos inimigos, das armas apontadas pra minha cabeça ou de uma emboscada nas docas. O medo vinha dela. De perdê-la. De ela ve

