A noite desceu sobre a cidade como um véu carregado de tensão. Enquanto o carro avançava pelas ruas vazias rumo à zona portuária, meu punho fechado no volante denunciava o caos que fervia dentro de mim. Helena estava sentada ao meu lado, vestindo um macacão preto colado ao corpo, os cabelos presos em um coque firme e os olhos alertas como os de uma predadora. Aquela mulher… ela me incendiava e me desafiava em igual medida.
— Você está pronta pra isso? — perguntei, a voz baixa, mas firme.
— Mais do que nunca — respondeu, sem hesitar.
Era estranho. A ideia de colocá-la nesse cenário me apavorava. Eu, que nunca temi uma ameaça, que sempre resolvi tudo com dinheiro, poder ou brutalidade, me sentia vulnerável agora. Não por mim. Mas por ela.
Estacionamos a alguns metros do galpão abandonado
